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De Onde Vem O Medo Do Zohar?

Dr. Michael LaitmanPergunta: Ao participar da Semana do Livro Hebraico, eu observei um fenômeno interessante: a pessoa vai até a estante de livros, vê o livro “Revelar O Zohar, e sua reação demonstra que ela estava esperando por esse momento toda sua vida. Ela olha para o livro, sem ousar pegá-lo; ela até mesmo retorna, tendo caminhado em círculo. É óbvio que há uma luta interna.

Muitas pessoas hesitam em pegar este livro, sentindo um pouco de medo diante dele, embora inconscientemente algo lhes diga que a verdade está escondida nele. Elas até mesmo se afastam com dor por não levarem o livro consigo. Como você explica esse medo?

Resposta: Este é um dos problemas que temos que enfrentar, e para ajudar as pessoas a superar esse medo. Esta é a correção. Ninguém tem culpa, como é dito: “Vá ao Mestre Que me fez”.

Nós existimos na natureza egoísta que deve sentir negação, medo, rejeição daquilo que supostamente deve nos trazer correção. Isto se reveste em uma espécie de medo do livro, os resultados de lê-lo, como se ele pudesse nos prejudicar. Em essência, essa é a preparação para a correção.

Este medo surge não porque as pessoas foram informadas sobre a proibição de tocar o livro. Nada acontece sem uma razão. Pelo contrário, nosso ego, nosso desejo de desfrutar, preparou-nos de tal forma que mantemos certa distância das correções.

Não há escolha: nós teremos que trabalhar, explicar e nos esforçar nela. Mas, de qualquer forma, eu não culpo ninguém. Ninguém fez isso de propósito. A própria natureza do nosso ego, do nosso desejo de desfrutar, nos coloca contra tudo que está associado com a correção, forçando-nos a ficar o mais longe possível dela.

Vale a pena estudar este comportamento. O jovem moderno, que não está preocupado com nada, de repente sente um medo inexplicável diante do Zohar. Esta é a natureza. Mesmo que ele não tenha ouvido nada sobre esse livro, ele descobre em si mesmo alguns preconceitos primitivos e medievais, como se ele não fosse mais uma pessoa moderna.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

Cabalistas Sobre A Natureza Do Homem E A Natureza Do Criador, Parte 10

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Superioridade do Homem à Besta

Todos os animais dependem totalmente da natureza e são totalmente incapazes de progredir além da natureza, ou seja, além das qualidades com as quais foram criados. O homem, no entanto, foi dotado com o poder do pensamento. Ao usar este poder, ele se torna gradualmente mais livre das cadeias da sua natureza e a desenvolve da recepção para a doação. Sua tarefa é pegar exemplo da natureza e agir como ela.

Ele não espera que a natureza lhe dê os pintos, que a galinha venha e incube os ovos. Em vez disso, ele constrói uma máquina que incube os ovos e choque os pintos para ele, assim como uma galinha normal. Tendo aprendido sobre o objetivo do seu desenvolvimento, o homem não espera que a natureza leve-o à equivalência com o Criador pelo caminho lento e mal do sofrimento, mas apressa-se e melhora o seu desenvolvimento pelo poder da Luz.
– Baal HaSulam “A Nação”

Preparação Para Para A Leitura Do Livro Do Zohar

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que eu posso fazer durante o dia para me preparar para a lição da manhã, especialmente para a leitura do Livro do Zohar, para obter o máximo de resultados?

Resposta: É desejável que a pessoa mantenha sempre um livro com passagens selecionadas do Zohar ou dizeres dos Cabalistas próximo a ela. Se durante o dia a pessoa puder ouvir uma lição gravada, deixe-a ouvir; se puder ler, deixe-a ler; se só pode pensar, deixá-a pensar.

Existem pessoas que não podem ler, ouvir ou pensar na espiritualidade durante  o trabalho, pois ele as absorve totalmente, e só às vezes elas voltam para a intenção. Existem diferentes situações.

O Rabash sempre costumava dizer que era desejável escolher um trabalho físico simples que não exigisse esforço mental ou emocional. Mas hoje, quase não existem empregos assim. Assim, a pessoa deve estabelecer um cronograma definido, por exemplo, desconectar-se de seu trabalho a cada hora e se conectar com a espiritualidade por cinco minutos.

Cada pessoa deve tentar fazer tudo que for possível conforme a situação em que se encontra. Estes esforços são o seu empenho.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

O Zohar Vai Ajudar A Todos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Nós podemos usar a leitura do Livro do Zohar para corrigir condições muito difíceis, nas quais várias pessoas no mundo se encontram hoje em dia? A sabedoria da Cabalá foi revelada, e todo mundo pode ler O Zohar. Isso ajudaria a pessoa que não sente a necessidade do grupo, a estudar e compreender?

Resposta: Nós temos que perceber que, na realidade, o uso da sabedoria da Cabala é eficaz apenas se a pessoa quer avançar em direção à correção. Nós vemos que o tempo passa até que as pessoas que vieram para estudar a sabedoria da Cabalá se juntem ao grupo e comecem a entender e ouvir o que está acontecendo. Estas são mudanças muito lentas, internas, etapa por etapa, na pessoa.

Por isso, nós precisamos entender que a “Segula” (“um efeito especial da Luz”) começa muito antes da pessoa perceber que está sob sua influência. A Luz que Corrige age nela como em um bebê que ainda não sabe como está se desenvolvendo, para que e onde ele deve avançar. Ele é atraído por um jogo interessante, brinca com seus brinquedos, e este é o seu ambiente.

Nós estamos no grupo, e este é o nosso ambiente. Existem pessoas que não têm um grupo, mas isso não importa. A chave é que, de alguma forma, elas usam os meios para atrair a Luz que Corrige: O Livro do Zohar, as obras do Baal HaSulam, os artigos e cartas do Rabash, músicas e canções Cabalísticas.

Assim, a leitura do Livro do Zohar sob qualquer cirscunstância, mesmo que a pessoa não esteja pensando ainda no grupo e na união, mas quer melhorar sua vida, ainda ajuda. Se o mundo inteiro já entrou no estágio de desenvolvimento no qual devemos alcançar a união entre nós, então qualquer utilização das fontes que trazem a Luz que corrige é útil.

Nem todo mundo tem que se sentar junto com a gente e milhares de pessoas em todo o mundo durante as nossas aulas pela manhã. Nós também temos que despertar pessoas que não têm conexão conosco, quem nunca ouviu falar que se deve estudar para o bem da união entre as pessoas. O Baal HaSulam diz que nós entramos no período do Messias, e a humanidade inteira deve avançar nessa direção.

Assim, é desejável que a pessoa esteja conectada às fontes primordiais mesmo sem qualquer intenção.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, O Zohar

Subir Alto Para Justificar Tudo

Dr. Michael LaitmanNa Carta #1 do Baal HaSulam há uma parábola sobre um rei que começou a gostar tanto do seu servo que queria elevá-lo acima de todos os ministros ….

Ele designou o servo a guarda do portão da cidade, e pediu a um ministro, que era um palhaço inteligente, que fingisse se rebelar contra o reino …

O ministro fez como o rei havia ordenado e com grande sabedoria e astúcia fingiu lutar contra a casa do rei. O servo arriscou sua vida e salvou o rei, lutando bravamente e com devoção contra o ministro, até que seu grande amor pelo rei fosse evidente para todos.

Em seguida, o ministro tirou a roupa e havia grande riso pois ele tinha lutado tão ferozmente, e agora percebia que só havia ficção aqui, e não realidade. …Cada item nesta terrível guerra transformou-se numa rodada de risos e grande alegria. …

[Em seguida, pela segunda vez o rei] disse ao ministro que ele devia disfarçar-se como ladrão e assassino, e travar uma guerra feroz contra ele. O rei sabia que na segunda guerra ele demonstraria sabedoria maravilhosa (Hochma), e mereceria estar na cabeça de todos os ministros.

Enquanto issoo servo herdou “sabedoria” (Hochma) pelo conhecimento posterior, e “amor” pelo conhecimento anterior, e, assim, foi elevado à eternidade.

É verdade, que todas as guerras nesse exílio são uma visão maravilhosa, e todos sabem em seu interior que tudo é uma espécie de humor e alegria que traz apenas o bem. Ainda assim, não há nenhuma tática para aliviar o peso da guerra e da ameaça sobre si mesmo.

Nós realmente não sabemos por que temos que passar por todos os sofrimentos, problemas, guerras e confusões, e por outro lado, por esclarecimentos, sucessos e fracassos… Qual é a utilidade de todo esse sofrimento?

Mas depois, neste caminho, nós gradualmente percebemos como adquirimos conhecimento, sabedoria, poder e compreensão do sistema geral com isso. Nós estudamos as ações do Criador que são feitas conosco e, como resultado, alcançamos e O compreendemos, como está escrito: “Nós O conheceremos a partir de Suas ações”. Na medida em que O entendemos, começamos a senti-Lo.

No entanto, o motivo pelo qual nós definitivamente tivemos que alcançar isso por um caminho tão difícil não é claro para nós. Agora, enquanto ainda estamos no caminho da correção, não seremos capazes de compreendê-lo, mas só quando nos elevarmos acima de suas limitações até o estado de perfeição. Então nós ganharemos a mente e os sentimentos necessários, os meios que nos permitem descobrir e justificar esse caminho.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 26/06/11, “Uma Parábola sobre um Rei”

A Mensagem Da Luz

Dr. Michael LaitmanOs desejos das pessoas ainda não estão suficientemente desenvolvidos para compreender a mensagem altruísta. Elas também não poderiam suportá-la. Elas fugiriam imediatamente. É por isso que há uma ocultação que nos impede de perceber a idéia do amor. As pessoas começam a ouvir suas reverberações e mudam pouco a pouco.

Tudo acontece por meio da Luz superior. No entanto, sob sua influência as pessoas não ficam mais espertas, porque não estamos falando da sabedoria comum. As idéias espirituais só podem ser compreendidas com a ajuda da Luz. Quando ela se derrama sobre mim, eu começo a entender alguma coisa, e é assim que acontece repetidamente. Após um período de desespero e de pressão, de repente eu sinto que o tempo não passou em vão. Acontece que esta era uma transição para uma nova fase de desenvolvimento interior.

Todas as pessoas experimentam essas transições. Nós ainda somos incapazes de nos preparar para elas ou controlá-las, regular suas subidas e descidas, as satisfações e revelações. No entanto, chegará o dia em que você vai controlá-las, como está escrito: “Eu desperto o amanhecer, em vez do amanhecer me despertar”.

Da 5ª parte Lição Diária de Cabalá 27/06/11, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

Preparando-Se Para Receber A Luz

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Liberdade”: Antes da entrega do método da Cabalá, os filhos de Israel haviam assumido o abandono de qualquer propriedade privada, na medida expressa nas palavras, “um Reino de Sacerdotes”, e o objetivo do toda a Criação – de apegar-se a Ele em equivalência de forma com Ele: como Ele doa e não recebe, eles também doarão e não receberão. Este é o último grau de Dvekut (adesão), expressa nas palavras, “Nação Santa”….

Como é que nós vamos sair deste mundo? Nós entramos no período de preparação. Depois nós cruzamos a Machsom (a barreira que nos separa da espiritualidade) e subimos para o nível chamado de “Hafez Hesed“, isto é, doar em prol da doação. Este é o grau de Bina.

Então, nós ascendemos ao grau de Keter, a recepção em prol da doação, e recebemos a Luz de Hochma (Sabedoria), enquanto que no nível abaixo, recebemos apenas a luz de Hassadim (Misericórdia).

No grau de Bina, nós anulamos a “propriedade privada”, isto é, chegamos ao estado de Hafez Hesed e não devemos usar o nosso desejo de receber. Esta é também a preparação, a fase da correção dos vasos. A recepção da Luz ocorre no próximo nível.

Da 4ª parte da Lição Dia´ria de Cabalá 24/06/11, “A Liberdade”

O Que É Um Vaso (Desejo) Espiritual?

Dr. Michael Laitman

Baal HaSulam, O Estudo das Dez Sefirot, Parte 1, “Tabela de Perguntas e Respostas sobre o Significado das Palavras “: Questão 25 [O que é um vaso espiritual] Kli? O desejo de receber no ser emanado é o Kli.

No entanto, o desejo de receber por si só não é suficiente: nós sabemos que ele exige a intenção de doar. Em outras palavras, esse desejo precisa estar corrigido, complementado.

O vaso espiritual é inicialmente criado como desejo: o local para receber satisfação. Porém, mais tarde, ele muda e constrói um novo vaso acima de si mesmo, que é considerado como a “tela” e a “Luz Refletida”.

Antes da Primeira Restrição (Tzimtzum Aleph), o desejo de receber do ser emanado serviu como vaso para a Luz. Mas depois, por decisão dos inferiores e com a aprovação do superior, o vaso para a Luz só pode ser a tela e a Luz Refletida criados pelo ser emanado, em vez do seu desejo primordial de receber prazer que ele rejeitou como defeituoso para receber a Luz.

O desejo é uma matéria-prima que é entregue para nós pelo Alto através dos genes informativos (Reshimot), a influência da Luz superior. Não depende da criatura. Mas esta última diz: “Eu rejeito este vaso que me foi dado para receber o prazer, e me recuso a trabalhar desta maneira! Eu não desejo esse desejo egoísta de controlar-me como um instinto cego! Eu não quero esquecer quem eu sou e, sem pensar, fazer apenas o que me agrada. Eu quero fazer cada movimento com um entendimento, conscientemente, com minha própria análise e de acordo com minha decisão”.

“É assim que quero ser agora, de agora em diante e para sempre! Por favor, ajude-me a ser assim, estou pedindo a você! Não quero permanecer uma besta; eu desejo me tornar um ser humano! Ser humano significa saber quem você é e tomar suas próprias decisões. Por favor me dê essa chance! A partir de agora, vamos concordar que o vaso (desejo) que você criou em mim é impróprio. Dê-me uma chance de escolher por conta própria como usá-lo em primeiro lugar. Então, a tela e a Luz Refletida se tornam o vaso.

Eu peço a você para que você construa este vaso para mim, que eu naturalmente não possuo. Eu odeio minha natureza egoísta que me faz agir inconscientemente. Eu não quero isso. Eu quero estar ciente do que está acontecendo comigo desde o início até o final e escolher por conta própria”.

Nesse caso, eu recebo uma oportunidade de fazer escolhas claras, precisas, e supostamente finais sobre tudo que diz respeito a minha natureza: sobre a recepção e o nosso relacionamento com Ele, o qual será considerado como o meu vaso espiritual. Ele é um dispositivo que criei para ser capaz de receber os deleites do Anfitrião.

O desejo primordial permanece, pois sem ele é impossível fazer qualquer coisa. Mas, onde estou preocupado, não quero usá-lo para agir. O novo desejo exige que eu aprenda como o Anfitrião sente sobre mim e como eu posso me tornar semelhante a Ele, e eu revelo o meu desejo primordial somente de acordo com isso.

Isto significa que nós não rejeitamos o desejo natural como ele é, mas apenas o seu uso “tradicional”.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11 , Talmud Eser Sefirot

Cabalistas Sobre A Natureza Do Homem E A Natureza Do Criador, Parte 9

Dr. Michael LaitmanCaros amigos, por favor, façam perguntas sobre estas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Superioridade do Homem à Besta

Depois de toda a pesquisa, não encontramos nenhuma vantagem da forma do homem sobre a besta, exceto o despertar para a Divina Dvekut (adesão). Segue-se que todo o significado da existência da humanidade é avaliado pela força da aspiração do homem em relação ao Criador, e nisso, ele é superior à besta.

É por isso que está escrito, a cria do jumento selvagem nasce homem“. E como os desejos bestiais necessários para seu sustento surgem no homem, também os desejos humanos precisam despertar nele, necessários para o cumprimento de seu própósito. E o tipo de desejos nos ajuda a discernir quem está diante de nó: ainda uma besta ou já um ser humano, ou seja, aquele que anseia assemelhar-se ao Criador.
– Baal HaSulam, “Isso É Para Judá”

A Deficiência Decorrente Da Perfeição Excessiva

Dr. Michael LaitmanPergunta: O Criador realmente precisa das criaturas? Seria mais razoável dizer que só nós precisamos Dele, não é?

Resposta: Se o Criador não precisasse das criaturas, por que Ele as criaria em primeiro lugar? Além diso, devido ao fato de que Ele é o bom que faz o bem, Ele fez as criaturas para agradá-las, uma vez que isso é o que agrada a Ele! Ou seja, o superior tem uma “deficiência” também, mas ela não é egoísta: o Criador deseja doar.

Está escrito: “Mais do que o bezerro quer mamar, a vaca quer alimentar”. Caso contrário, a quem eu iria doar se Ele não precisasse de nada de mim? Ele tem um enorme desejo: Ele deseja que eu seja satisfeito! Isto é de fato uma deficiência, mas uma deficiência  boa e positiva.

O desejo da criatura de agradar a si mesma não existia inicialmente e foi criado “a partir da ausência”. Mas o desejo e a necessidade de doar existiam o tempo todo. Esta necessidade  pertence ao Criador e não ao que está sendo criado. E este é o tipo de falta que nós temos de herdar Dele, para que nos esforcemos em doar e nos sintamos obrigados a compensar essa deficiência; e se não doarmos, nós sofreremos.

O superior sofre se o inferior não se elevar e receber Dele. Isto é considerado como o sofrimento da Shechiná que não pode doar e trazer as almas para mais perto de si. Nós só pensamos que a deficiência é sempre algo negativo, quando na verdade, se o que me falta é a doação aos outros, isto é realmente ruim?

Mas se o superior tem uma falta, isso significa que Ele é imperfeito? Sim, Ele é incompleto em termos de ser dependente dos mais inferiores, mas só por causa do Seu amor por eles. Até o fim da correção, esta deficiência irá permanecer, tanto na parte superior como na inferior.

Quanto a nós, nós julgamos de acordo com nossas próprias falhas e pensamos que uma vez que Ele precisa de nós, Ele não é perfeito também. Mas no que se refere ao Criador, Sua necessidade de conceder deriva da perfeição excessiva.

A necessidade do Criador e a necessidade da criatura não desaparecem, mas sim crescem, e no final de correção se tornam enormes! Não é como em nosso mundo, quando você sacia sua necessidade de amor e ela desaparece. Nós estávamos tão ansiosos para estar juntos que, agora que estamos – o desejo desapareceu. Eu estou cheio e não quero mais nada, eu não tenho espaço para outra refeição.

Assim, nós  construimos um vaso interno, uma espécie de desejo que nunca irá desaparecer! Pelo contrário, eu sinto uma deficiência maior – e uma satisfação maior. Mas a falta compensada pela doação aos outros não é um defeito. É altamente valiosa, honrada e exaltada! É semelhante a uma mãe que deseja dar tudo o que puder ao bebê. Ela definitivamente tem uma deficiência, visto que do amanhecer até o anoitecer ela pensa apenas nele, a partir do momento em que ele foi concebido dentro dela. Mas será que isso quer dizer que ela tem um defeito? Pelo contrário, ambos podem deliciar-se com o outro, e esta é uma oportunidade de ser satisfeito, evoluir e amar.

O Criador é semelhante à mãe que sofre se não consegue dar ao seu filho tanto quanto pode. Essa é uma enorme deficiência que a Luz contém, e é ela, em particular, que criou o desejo introduzido em nós. Quando esse desejo se desdobrar na íntegra, ele será tão elevado quanto o desejo do Criador de doar a nós. No entanto, ele não se rebaixa, mas se eleva, uma vez que deriva do amor.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 22/06/11, Talmud Eser Sefirot