“O Aniversário Mais Feliz E Triste” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “O Aniversário Mais Feliz e Triste

Deixe-me contar uma história verídica que envia uma mensagem importante para todos nós. Halleli, uma menina de 4 anos de Jerusalém com necessidades especiais, queria comemorar seu aniversário com seus amigos do jardim de infância. Seus pais amorosos providenciaram tudo: o lugar, a comida e os doces, um palhaço para entreter as crianças e várias atividades divertidas que todas as crianças gostam de fazer. Todos os seus amigos do jardim de infância prometeram que viriam, e Halleli mal podia esperar para comemorar com eles. Mas no final, apenas uma garota apareceu. Os doces, o palhaço e os jogos simplesmente pararam ali, intocados e indesejados.

No dia seguinte, com o coração partido, a menina se recusou a ir ao jardim de infância. Seus pais estavam fora de si de tristeza e preocupação por sua filha e não sabiam como confortá-la. Em sua angústia, o pai de Halleli postou nas redes sociais o que havia acontecido e as coisas mudaram drasticamente para melhor.

Um morador da vizinhança leu o post e ficou emocionado. “Eu também tenho filhos”, pensou. “E se ela fosse minha filha?” Ele sentiu que tinha que fazer algo para dar àquela garota uma experiência que lavaria sua tristeza. Ele decidiu dar a ela a festa de aniversário de sua vida.

Ele percorreu a vizinhança e contou a todos sobre Halleli e que estava organizando uma festa de aniversário para ela e pediu que todos viessem. Poucos dias depois, Halleli deu sua festa. Desta vez, centenas de crianças e seus pais apareceram para fazer a menina feliz em seu dia especial. Seus pais ficaram extremamente felizes e gratos ao gentil estranho e, quanto a Halleli, seu rosto brilhava mais que o sol.

Essa história não nos fala apenas sobre a bondade humana. É um sinal de alerta. Isso demonstra como podemos ser insensíveis, talvez até cruéis, se não formos organizados e galvanizados para uma ação positiva. Também prova o imenso potencial que reside no estabelecimento de responsabilidade mútua na sociedade. Quando pessoas que não se conhecem se ajudam porque esse é o valor pelo qual vivem, não há fim para o que tal sociedade pode alcançar.

O povo judeu se tornou uma nação quando estranhos consideraram as palavras de seu mestre, Abraão, suficientemente convincentes para serem implementadas. Seus ensinamentos sobre bondade e misericórdia como a chave para resolver os problemas da sociedade tocaram o coração de seus ouvintes e eles se juntaram ao seu grupo. É por isso que a responsabilidade mútua e “ame o seu próximo como a si mesmo” são os princípios do Judaísmo – leis sociais que não se relacionam com Deus, mas com o próximo.

Hoje, quando a alienação permeia todos os cantos da sociedade humana, precisamos desesperadamente de responsabilidade mútua e cuidado com os outros. Essas são as únicas qualidades, os únicos valores que podem impedir o colapso total da sociedade humana. Assim como Abraão descobriu que o remédio para os males sociais de sua terra natal era cuidar dos outros, todos nós devemos agora perceber que a cura para a falta de coração não mudou desde os tempos antigos. A única diferença é que a alienação agora se espalhou pelo mundo.

A humanidade deve fazer hoje o que os antigos hebreus fizeram – unir-se através das divisões e estabelecer o amor pelos outros onde hoje não há nada além de ódio. Talvez histórias comoventes como a do aniversário de Halleli nos ajudem a perceber que a responsabilidade mútua não é uma noção nobre, mas irreal, mas um passo imperativo que devemos dar para garantir nossa sobrevivência como uma sociedade em funcionamento.