Cabalá E A Economia Do Consumidor, Parte 1

115.06A Base Da Economia Do Consumidor

Pergunta: A economia é um reflexo das relações sociais entre as pessoas e, portanto, a crise que vivemos hoje é uma crise de relações. Darei alguns exemplos de nossa vida que estão diretamente ligados ao relacionamento entre as pessoas. Primeiro, a venda de produtos com prazo de validade limitado. Todos nós sofremos com isso, mas alguém ganha.

Em segundo lugar, o desperdício de alimentos para manter os preços no mercado. Acontece que metade da população joga comida fora e a outra metade não sabe onde encontrar comida.

Além disso, os bancos pagam juros escassos aos depositantes. Existe o mercado negro: algumas pessoas pagam impostos, outras não, etc. Nem estou falando de conflitos armados, que nos custam muito dinheiro.

Acontece que, na realidade, uma crise é uma crise de relações. Além disso, é muito difícil abrir empresas porque existe uma crise de confiança entre as pessoas. Como tudo isso está relacionado à Cabalá? E o que a Cabalá tem a oferecer?

Resposta: Por milhares de anos, temos desenvolvido nosso egoísmo. Essa é a nossa natureza, que a todo o tempo nos leva a um consumo cada vez maior. Esforço mínimo e retorno máximo, essa é a natureza do egoísmo. Buscando paz, realização, prazer e conhecimento, mas tudo isso com o mínimo consumo de energia.

Foi assim que nos desenvolvemos até chegarmos a um estado, onde no século XX, como foi previsto há muitos séculos pelos Cabalistas, começamos a sentir que tal movimento estava levando, em geral, a lugar nenhum. Chegou a hora das crises, das guerras mundiais.

A humanidade começou a produzir tanto que não consegue mais consumir. Ela ultrapassou a fronteira do consumo razoável. Apesar disso, metade da humanidade está desnutrida ou mesmo passando fome, e a outra metade não sabe o que fazer com a comida e joga fora o que tem. O mesmo vale para roupas e todas as outras mercadorias.

Em geral, se antes nos parecia que estávamos em um mundo que estava crescendo, melhorando e, finalmente, nos levando ao fato de que todos terão pelo menos um mínimo, as pessoas vão aproveitar a vida pelo menos um pouco, não vão morrer de fome, de doença, e chegaremos a um nível de existência mais ou menos médio, mas agora, a partir do século XXI, descobrimos que nosso egoísmo não nos permite fazer nada.

Então, de um amigo que nos puxou para frente por milênios, o egoísmo se tornou um inimigo. É claro que nos colocou uns contra os outros nas guerras, em vários problemas, mas mesmo assim nos conduziu para a frente, e a humanidade, como resultado, se enriqueceu e se estabeleceu. Mas no século XX, e especialmente desde o século XXI, tornou-se claro para nós que o ego não vai nos permitir desenvolver bem mais, ele vai nos levar à destruição, porque não nos permitirá se unir, planejar nossas vidas para que todos tenham algo.

Apesar dos enormes recursos, das imensas oportunidades científicas, técnicas, produtivas e econômicas, não nos propomos de forma alguma a satisfazer nem mesmo a nossa própria população no interior do país e pensar em deixar as pessoas mais ou menos confortáveis ​​na vida.

Pelo contrário, quanto mais avançamos, mais claro vemos que o egoísmo nos desfigura, tudo arranja para que soframos com ele. Afinal, não queremos nos conectar, não queremos nos ver em boas relações e em estados confortáveis.

Ou seja, alcançamos o que na ciência Cabalística é chamado de compreensão do mal de nossa natureza. E agora precisamos chegar a uma conclusão, que também não é muito fácil de entender, dizer e perceber: devemos definitivamente nos corrigir – nós mesmos, não algumas partes ou tendências, não algo privado em nossa sociedade ou em nossos relacionamentos, por exemplo, filhos, família, elite, etc.

Precisamos corrigir nossa natureza, ou seja, o que recebemos! Não o que criamos no processo de evolução, mas o que recebemos da natureza.

De KabTV, “Fundamentos de Cabalá”, 03/01/19