“FMI: A Covid Deixa Mais Cicatrizes Nos Vulneráveis” (Bizcatalyst)

Meu novo artigo no Bizcatalyst: “FMI: A Covid Deixa Mais Cicatrizes Nos Vulneráveis

Na página inicial de seu site, o Fundo Monetário Internacional (FMI) escreve que é “uma organização de 190 países, trabalhando para promover a cooperação monetária global, garantir estabilidade financeira, facilitar o comércio internacional, promover alto nível de emprego e crescimento econômico sustentável e reduzir a pobreza em todo o mundo”.

Em um relatório publicado recentemente pelo FMI, intitulado After-Effects of the Covid-19 Pandemic (“Efeitos Secundários da Pandemia da Covid-19”), a organização conclui que “O grau de cicatrizes esperado varia entre os países, dependendo da estrutura das economias … Espera-se que os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento sofram mais cicatrizes do que economias avançadas”. Como de costume, os ricos e poderosos escapam com tudo, e os fracos explorados suportam o fardo. Não precisamos de uma organização de 190 países para saber que esse é o caso, mas para mudá-lo. Quando ela não faz nada para mudar isso, significa que seu propósito não é mudar a situação, mas perpetuá-la, mascarar dos vulneráveis o estratagema ​​e, se possível, receber alguns elogios por seu grande serviço à sociedade.

A pandemia é uma bênção para os ricos e poderosos. Eles usam organizações como o FMI para falarem da boca para fora, e não tenho expectativas quanto a eles. Quando agem, é apenas para obter ainda mais riqueza e poder. Quando você apresentar a eles uma ideia, comece com os benefícios que eles obterão com ela. Se não fizer isso, não perca seu tempo ou o deles. As coisas não vão mudar até que os pobres gritem que não podem mais sobreviver. Então, as coisas vão ficar interessantes. Mas o confronto será de curta duração. No final, nada mudará porque o ego não mudou.

Se os ricos podem fugir da multidão entrando em um jato particular para um resort nas Maldivas, que incentivo eles terão para mudar alguma coisa?

Parece que as coisas só mudarão quando a humanidade estiver deitada de bruços na sarjeta. Enquanto os chefes de Estado puderem se afastar de tudo e se safar, nada mudará. Pelo contrário, haverá “paz mundial” baseada em uma economia global onde as pessoas não têm nada e um sistema moral global que diz: “Roubem o máximo que puderem, como puderem e onde você puderem”.

Você poderia pensar que não há sentido em falar sobre a situação, mas não é o caso. Uma mudança virá, mas só acontecerá quando a mentira for exposta para o mundo inteiro, e o mundo não puder ignorá-la. Quando isso acontecer, a humanidade não ficará parada quando mais de 400.000 pessoas forem diagnosticadas com a Covid todos os dias somente na Índia, e 4.000 pessoas morrerem lá por falta de oxigênio e tratamento médico básico ou instalações adequadas. Algumas semanas atrás, essa desgraça estava acontecendo no Brasil, agora está acontecendo na Índia, em algumas semanas vai acontecer em outro lugar, e a gente não liga até que nos acerte na cara. Não são apenas as organizações de “ajuda” que são indiferentes; somos todos nós.

Se nos importássemos, elas não ousariam. Elas não teriam a audácia de contorcer seus rostos em falsos franzidos de simpatia.

Sinceramente, não tenho esperança de que o sofrimento mude. As pessoas continuarão sofrendo até sentir que a morte é melhor do que viver, mas ainda assim não mudarão. A única coisa que finalmente nos mudará é a compreensão de que nossa única força está um no outro. Então, quando as pessoas se voltarem umas para as outras, perceberão que não podem se unir, que seus corações estão congelados e é por isso que estão sofrendo. Somente quando as pessoas tentarem fundir seus corações, elas perceberão que seu egoísmo é seu inimigo, a causa de suas aflições, e que o tempo todo isso as enganou fazendo-as pensar que a culpa é de outra pessoa.

Quando tentamos formar um vínculo, finalmente encontraremos a força e a coragem de que precisamos para superar nossas provações. O terrível futuro em nosso caminho só se materializará se permanecermos alheios à solução da unidade, a única solução que pode funcionar.

O sofrimento humano não está escrito em pedra; está escrito em nossos corações de pedra. Se voltarmos nossos corações um para o outro, isso vai amolecê-los, e isso vai suavizar nosso destino.

A natureza não é cruel. Nenhum animal sofre tanto quanto nós, a menos que o infrinjamos nele. A única coisa cruel na natureza é a natureza humana. Se a mudarmos, estendendo a mão uns aos outros e formando um vínculo semelhante aos vínculos entre todas as partes da natureza, a natureza cessará de nos atacar. Então, e somente então, começaremos a nos curar e a viver de verdade.