Sob O Poder Do Ambiente

423.03Pergunta: Você diz que não devemos consumir mais do que nosso corpo exige. Até certo ponto, a humanidade seguiu este caminho. O que aconteceu depois?

Resposta: Então o homem começou a se desenvolver incorretamente devido ao desenvolvimento social incorreto. O fato é que se uma pessoa existisse por si mesma, independente da sociedade, ela faria coisas apenas para manter seu corpo, prover-se da nutrição necessária e garantir sua procriação.

Ou seja, todas as nossas necessidades corporais são reduzidas a comida, sexo e família. Temos necessidades internas naturais para elas e, dentro dessa estrutura, devem ser realizadas.

Mas o homem também está sob o controle do ambiente. Nos animais, a relação entre eles e o ambiente é claramente regulada por seus instintos. E nós, pessoas, desenvolvemos enormes desejos sociais por riqueza, poder, fama e conhecimento que vão além de nossos instintos.

Esses quatro tipos de desejos só podem ser satisfeitos às custas da sociedade. A autoprovisão não é chamada de riqueza. A riqueza é medida em relação aos outros, assim como o poder e a fama. E o conhecimento está relacionado com toda a natureza.

Em outras palavras, quando meus desejos egoístas vão além do que é necessário para meu corpo e excedem a realização normal exigida para existir por um certo número de anos, eu começo a subjugar a natureza e a sociedade ao redor. É quando o egoísmo se manifesta, o que acaba nos destruindo.

Pergunta: Com base em que um Cabalista afirma que a essência do homem é o desejo de desfrutar?

Resposta: Essa pergunta não deve ser dirigida a um Cabalista. Todos sabem disso: biólogos, zoólogos, fisiologistas e psicólogos. O homem deseja apenas prazer. Nós vemos o mundo apenas da perspectiva de onde você pode receber o máximo de prazer ou de onde você deve fugir, para que não doa.

Só para os prazeres e só longe do sofrimento, é assim que nos dirigimos, é assim que agimos, querendo ou não.

De KabTV, “Close-up”, 19/08/09