“O Cessar-Fogo Não Cessa A Luta” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “O Cessar-Fogo Não Cessa A Luta

Assim que o cessar-fogo entre Israel e o Hamas entrou em vigor, políticos, especialistas e uma infinidade de pessoas comuns recorreram às plataformas de mídia social, mídia de notícias e praticamente qualquer lugar onde pudessem escrever ou falar, para expressar suas opiniões sobre o momento do cessar-fogo e as conquistas da Operação Guardião das Muralhas. Mas, estejam as pessoas satisfeitas ou não com os resultados, uma coisa é certa: nada acabou. Também nunca terminará até que decidamos parar de lutar entre nós.

Estabelecemos nossa nacionalidade somente depois de concordarmos em nos unir “como um homem com um coração”. Desde então, o sucesso ou o fracasso de nosso povo depende de nossa união. Quando lutamos uns contra os outros, trazemos ateé nós inimigos que nos destroem. Quando nos unimos, somos intocáveis.

A composição Masechet Derech Eretz Zuta, por exemplo, escrita aproximadamente ao mesmo tempo que o Talmude, declara o seguinte: “Mesmo quando Israel adora ídolos e há paz entre eles, o Senhor diz: ‘Não desejo prejudicá-los’ (…) Mas se são disputados, o que é que se diz deles? ‘Seu coração está dividido; agora eles vão carregar sua culpa’”.

O livro Shem MiShmuel afirma ainda mais explicitamente que “quando a unidade restaurar Israel como antes, Satanás não terá lugar onde colocar o erro e as forças externas. Quando eles são como um homem com um só coração, são como uma parede fortificada contra as forças do mal”.

Mas nossa vocação não é apenas unir, mas dar o exemplo de unidade para todas as nações. É por isso que sempre que brigamos entre nós, mesmo que apenas verbalmente, as nações nos punem. O Talmude (Yoma 9b) explica que Nabucodonosor conquistou Israel e destruiu o Primeiro Templo porque o povo de Israel falava entre si “com adagas na língua”. Mas quando o povo de Israel mostra unidade, todos querem aprender com eles como se unir. O livro Sifrey Devarim escreve que nos dias do Segundo Templo, durante as três peregrinações festivas, os gentios “subiriam a Jerusalém e veriam Israel … e diriam: ‘É conveniente apegar-se apenas a esta nação’”.

Até hoje, as pessoas querem aprender com os judeus como se unir. Curiosamente, muitas vezes são os antissemitas raivosos que mais desejam e expressam raiva dos judeus precisamente por não estes darem um bom exemplo com o qual pudessem aprender. Vasily Shulgin, por exemplo, um membro sênior da Duma, o Parlamento russo, antes da Revolução Bolchevique de 1917, dedicou quase toda a sua compilação, “O Que Não Gostamos Sobre Eles”, a depreciar os judeus. No entanto, ele também detalha o que ele e todos os outros fariam se os judeus mudassem seus caminhos egoístas e se elevassem ao nível que outrora possuíam: “Deixe-os … subirem até a altura que aparentemente subiram [na antiguidade] … e imediatamente, todas as nações se colocarão de pé. Elas correrão não por força da compulsão … mas por livre arbítrio, alegres de espírito, gratas e amorosas, incluindo os russos! Nós mesmos pediremos: ‘Dê-nos o governo judeu, sábio, benevolente, conduzindo-nos ao Bem.’ E todos os dias ofereceremos as orações por eles, pelos judeus: ‘Abençoa os nossos guias e os nossos professores, que nos conduzem ao reconhecimento da Tua bondade’”.

Portanto, se quisermos derrotar o Hamas, devemos primeiro derrotar o ódio que sentimos uns pelos outros. Se fizermos isso, descobriremos que o Hamas não é mais nosso inimigo, nem ninguém mais. E se não podemos acreditar nesta mensagem simples, é sinal de que nossos corações cheios de ódio estão nos cegando para a verdade de que o ódio mútuo é o nosso pior e único inimigo.