Como Acender A Luz Do Criador?

524.01Como podemos acender a luz, ou seja, revelar o Criador? Para fazer isso, precisamos de três componentes contraditórios: uma jarra de óleo, um pavio e um fogo. No entanto, como podemos colocá-los juntos se o próprio óleo não queima, o pavio em si também não queima, e nem o óleo nem um pavio seco podem suportar o fogo?

O fogo queima apenas se o pavio for contrário ao óleo e, portanto, o absorve. Não queremos receber trabalho espiritual, mas somos forçados a abordá-lo e, então, absorvemos qualidades espirituais dele contra nossa vontade e nos tornamos imbuídos da importância da doação, da anulação própria e do amor aos amigos, como um pavio absorve óleo.

Isso é o que acontece, queiramos ou não – outra Convenção, outra lição, leitura de artigos, reunião de amigos – repetidas vezes absorvemos o óleo no pavio, apesar de considerarmos esse trabalho sem valor. Não quero esse trabalho e só sonho com recompensas, com descobertas, para que possa aprender tudo, controlar tudo e sentir tudo, como o meu egoísmo imagina.

No entanto, não tenho escolha e realizo ações que me permitem absorver óleo como um pavio. Ainda estou me impregnando com o material que a sabedoria da Cabalá fornece e, no final, receberei material suficiente dentro de mim, me conectarei com meus amigos e nossa luz se acenderá.

Então, vou ver os verdadeiros resultados de todo este processo, vou revelar o Criador dentro dos seres criados que está nos trazendo um novo estado, a fé acima da razão, que é chamado de Chanucá, uma parada no meio do caminho.

Toda a nossa vida é feita de contradições, porque de outra forma não distinguiríamos a diferença entre a escuridão e a luz. Seríamos como animais que não sentem o seu “eu”, não sentem a si próprios. Para entender quem é o homem, é necessário subir a um nível superior ao do homem e estudá-lo a partir daí.

O pavio é tudo o que negligencio no trabalho espiritual, tudo o que resisto. Eu tenho resistência ao óleo, mas estou tentando conectar o óleo e o pavio, e alcanço a luz. Então começo a entender o que está acontecendo comigo.

Se o óleo e o pavio queimarem, não haverá mais nada para queimar e a escuridão virá. É o mesmo com uma pessoa quando ela exauriu todos os seus esforços e toda a sua queima, ela perde a luz e retorna à esxuridão novamente. Se ela quiser manter a luz, deve fazer um esforço extra, que é chamado de pavio, e adicionar sua queima, que é chamada de óleo, porque a luz não tem mais nada para acender e se elevar.

Após tal superação, a pessoa é recompensada com a recepção da luz do Criador que ilumina sua alma e é chamada de luz de Chanucá, ou seja, a luz da providência superior aberta absolutamente boa.

Na medida em que uma pessoa pode sacrificar seu egoísmo em prol da conexão em um grupo que deseja avançar rumo ao propósito da criação, ela faz um pavio que absorve o óleo de si mesma e do grupo. Inicialmente, ninguém quer isso e considera isso desprezível, mas como estamos todos conectados, fazemos um pavio de nós mesmos, torcemos todos os fios em um feixe grosso.

Um fio não pode absorver o óleo, mas quando dez fios são torcidos, há um espaço vazio entre eles que suga o óleo. O óleo sobe pelo pavio e podemos acendê-lo bem na ponta do pavio.

Não queremos esse trabalho, mas concordamos em nos conectar e deixar o óleo subir em nós, pelos nossos fios retorcidos. O óleo sobe, não pelos próprios fios, mas pelas lacunas entre eles, pelas conexões dos amigos entre si. Se os amigos tentam se conectar apesar de suas diferenças e estão juntos, o óleo começa a subir entre eles e o Criador acende a vela, isto é, começa a se revelar.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 15/12/20, “Chanucá”