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Como Nos Organizamos Para A Oração?

laitman_254.01A reação direta e natural do desejo pela Luz é programada e conhecida antecipadamente, de modo que não há criação aqui. Afinal, “criação” (Beria) significa “fora do estado” (bar), isto é, algo novo. A criação começa com a oportunidade dada ao desejo de reagir de maneira não natural, não instintivamente, mas de acordo com critérios diferentes e irrelevantes. O desejo tem que amar a Luz não por todos os tipos de preenchimentos agradáveis, mas pelo fato de que a Luz é elevada, especial, doadora e possui qualidades excepcionais e nobres, peculiar apenas à Luz.

Acontece que o ser criado aprecia a Luz precisamente pelo fato dela se comportar de maneira oposta à natureza do desejo: como dar e ser capaz de agir fora de seu interesse. O desejo aprecia essa qualidade. Enquanto desfruta do preenchimento, o desejo percebe simultaneamente que a Luz lhe traz prazer, preenche e cuida. Ele começa a apreciar essa atitude como uma criança que cresceu e aprecia o amor e o cuidado de seus pais. Desta forma, o Kli começa a apreciar o Criador.

Para elevar a criação ao seu grau de doação, o Criador retira prazeres diretos dela e permite que ela se preencha e desfrute da doação e não da recepção.

Em nossa vida, nós implementamos o mesmo cenário. Na infância, gostamos de receber de nossos pais, usá-los e exigir deles. No entanto, à medida que envelhecemos, gradualmente nos separamos de nossos pais, a ponto de começarmos a entender o que eles fizeram por nós e tratamos nossos filhos da mesma maneira.

O Criador nos conduz à independência, que aparece quando nos movemos da propriedade de recepção para a propriedade de doação, isto é, quando usamos nosso desejo de desfrutar em prol da doação para trazer alegria ao Criador e não a nós mesmos.

Esse desejo deve vir de nós e não deve ser imposto pela Luz. No entanto, isso só é possível sob a condição de que estamos na dezena e doamos um ao outro, conectando-nos internamente uns com os outros. Então, através desta conexão, recebemos a Luz. Nós exigimos através da dezena este poder especial de doação e o utilizamos. Embora essa energia de doação não nos pertença, podemos formar a necessidade dele em nós mesmos.

Em vez da necessidade instintiva de nos preenchermos e nos satisfazermos, queremos o poder de doação e desfrutar dele. Este é o propósito da criação: que todos os seres criados desfrutem da doação, seguindo o exemplo do Criador.

O Amor É Mais Forte Que A Natureza

A oração do homem comum é sentir-se agradável a todo momento, e toda a natureza, plantas e animais inanimados pedem o mesmo. É uma oração ordinária e instintiva sentida por uma pessoa como autocuidado natural ou como a influência de uma religião que ensina a pessoa a dirigir-se ao Criador com um pedido de preenchimento.

No entanto, existe um método que nos ensina a exigir não um preenchimento egoísta neste e no mundo vindouro, mas a oportunidade de se tornar semelhante ao Criador, às Suas ações e desfrutar da doação. Além disso, você pode desfrutar da doação somente quando ama aquele a quem doa, como os pais apreciam doar a seu filho. Em virtude de seu amor pelos filhos, um dos pais recebe da doação a um filho ainda mais do que se tomasse para si.

Esta é uma prova de que o amor pode ser mais forte que a natureza. De fato, vemos na natureza inanimada, plantas e animais muitos exemplos quando os pais morrem por seus descendentes. Seu instinto os empurra a se sacrificar. Acontece que a doação iluminada pelo poder do amor é mais forte do que o desejo de desfrutar.

Portanto, existem dois tipos de oração. A primeira é a oração das “pessoas na rua” sobre o enchimento egoísta, o prazer, a confiança no presente e no futuro, que podem ser inconsciente, instintiva ou consciente. A segunda oração não é mais a de uma pessoa na rua, mas de acordo com a Torá, isto é, um pedido pelo poder de doação. Na doação, a ação em si é importante e não o seu resultado, e eu desfruto do fato de que não espero nenhuma resposta desta ação: ela sai de mim e é aí que tudo termina para mim. É para isso que a oração é dedicada: receber a capacidade de doar, preencher o seu próximo de acordo com o exemplo do Criador e, assim, doar prazer ao Criador.1

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 25/11/18, Lição sobre o Tópico, “Como nos Organizamos para a Oração”
1 minuto 4:05

Trabalhar Em Todos Os Estágios

laitman_963.7Pergunta: Como devemos olhar para os amigos: eles são superiores a mim ou somos todos iguais?

Resposta: Eu não me importo se eles são superiores ou inferiores; estou preparado para trabalhar em todos os estágios! Eu tenho que me relacionar com eles de forma diferente.

Afinal de contas, nos estados de recepção e doação em que devemos alcançar nossa unidade, não há superior e inferior. Lá, cada um é superior e inferior aos outros, pois cada um de nós tem suas próprias qualidades especiais. Devo entregá-los a todo o grande Kli (vaso), a toda alma, e receber dela o que preciso para o funcionamento correto.

Portanto, somente quando nos importamos com o estado geral da alma que é chamado de Adão ou o Criador (dependendo do que estamos falando – seja sobre a estrutura do próprio sistema ou sobre o seu preenchimento), podemos falar sobre o trabalho correto. Somente a conexão com o Criador, ou aspiração a esta conexão, nos dá a base para o trabalho correto.

Pergunta: Eu preciso prestar atenção ao fato de que a aspiração dos amigos pelo Criador é mais forte que a minha?

Resposta: Se uma pessoa se sente assim, isso a faz avançar.

Está escrito: “O fim de um ato está no pensamento preliminar”; isto é, ele determina o começo da ação. Portanto, o principal para mim é determinar o Criador: o que é, o que estou procurando, onde posso ir, a que aspiro, que estado vejo como meu objetivo e, com base nisso, já estarei olhando o que preciso para atingir esse objetivo.

Pergunta: Quando tenho um objetivo diante de mim, em que eu sou inferior aos meus amigos no trabalho espiritual no grupo?

Resposta: Se algum grande Cabalista se encontrar no menor grupo, ele ainda estará em algo inferior a eles, porque ele precisa ter uma conexão com eles para que eles o influenciem com seus desejos, esperanças e pensamentos. Ele deve receber deles seus desejos e suas aspirações.

Sem isso, ele não poderá participar ativamente do grupo, mesmo que seja o maior. Ele precisa ser inferior a eles, para servi-los a fim de receber a aspiração deles pelo Criador. Então, ele poderá trabalhar com essas aspirações.

De KabTV “A Última Geração”, 09/05/18

Na Guerra Com Ilusão

laitman_565.01Agora é um período especial do feriado de Chanucá. Mas, em essência, Chanucá é um processo que existe até o fim da correção e é experimentado no início de cada novo grau.

Cada vez que novos registros informativos (Reshimot) da quebra são revelados em nós, precisamos fazer uma restrição, uma tela e uma Luz refletida; tudo isso é a essência da correção de Chanucá.

Nós estamos sempre tentando permanecer dentro da razão, viver de acordo com nosso intelecto e experiência terrena, nosso egoísmo habitual aceito por este mundo. Mas, em contraste, precisamos construir uma forma diferente. Tudo o que vemos, experimentamos e compreendemos com nossos corações e mentes é revelado apenas dentro de nossos órgãos egoístas de percepção, como está escrito: “Eles têm olhos e não veem, têm ouvidos, mas não ouvem”.

Nós queremos experimentar o que está acontecendo no desejo de doar, que é chamado de fé acima da razão, decidindo que tudo vem de uma força superior, o bem que faz o bem. E assim a cada momento.

Há momentos em que somos capazes de fazer isso e outras vezes não somos bem-sucedidos, mas essa guerra se mantém continuamente. Basicamente, esta é a guerra dos Macabeus contra os gregos. Esta guerra está sendo travada dentro da razão, dentro de nossa experiência deste mundo, nossas mentes racionais e nossas filosofias, dentro de nossa mente egoísta com a qual construímos tantos sistemas de conexões entre nós.

Nós estamos lutando para estabelecer uma forma diferente de existência, reconhecendo que todas as nossas experiências sensoriais e percepções estão erradas. Esta é uma imagem falsa, uma percepção falsa da realidade, porque surge dentro da mente egoísta.

Através da percepção da realidade dentro de nossas mentes racionais, nós precisamos tentar sentir que tudo vem apenas de uma força superior totalmente benevolente. E toda forma percebida na mente só nos é dada para nos elevar à percepção diferente, à fé acima da razão.

Em outras palavras, concordamos que tudo vem do Criador e esta é a forma específica com a qual Ele pode nos levar à verdadeira percepção da realidade, ao mundo da verdade. Nós devemos tentar estabelecer a verdade a cada momento, 24 horas todos os dias, apesar de todas as impressões em nossos sentimentos terrestres e na mente racional, que não estão sujeitas a dúvida, isto é, dentro da razão.

Além disso, não fugimos dessa percepção racional, porque “… um contra o outro Ele os criou”. Nós não descartamos nada, apenas tentamos processá-lo corretamente: um contra o outro até que possamos desenvolver o entendimento acima razão para cada entendimento dentro da razão.

É assim que alcançamos a percepção da realidade espiritual e começamos a funcionar em dois níveis: no nível material, observando todas as suas leis e regras aceitas entre as pessoas deste mundo, e também na verdadeira realidade espiritual.

Então a Luz superior é revelada porque agora somos capazes de acender o jarro de óleo de acordo com todas as condições, e dessa forma, alcançamos a revelação do Criador e do mundo superior.

Durante o dia, um dia após o outro, e a cada momento, devemos tentar nos ver nesta batalha, imaginando a imagem dentro da razão e justaposta a ela, a imagem acima da razão. Esta é a guerra dos Macabeus contra os gregos: os gregos estão dentro da razão e os Macabeus estão acima dela.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 14/12/17, Lição sobre o Tópico: “Chanucá pela Sabedoria da Cabalá”