Um Em Mil

laitman_219.01Pergunta: O que provoca reações negativas à Cabalá? Ao ouvir palavras como “Cabalá, O Livro do Zohar, conhecimento oculto e dez Sefirot“, muitas pessoas no mundo e, especialmente, em Israel, ao longo da história e até o presente dia, estremecem de medo, sentem repulsa, resistência, e até mesmo ódio. De onde vem isso?

Resposta: Essa é uma reação natural que vem da natureza humana. Obviamente, isso não se baseia em diferenças ideológicas, mas em uma profunda discordância enraizada em nossa essência.

Mesmo a pessoa mais simples, um vendedor em um mercado e um professor universitário sentem o mesmo em relação à palavra “Cabalá”, vendo-a como misticismo, magia negra ou algo incompreensível que pode prejudicar e não vale a pena tocar ou mesmo chegar perto.

Essa é uma reação humana natural, completamente sem relação com a Cabalá. Isto é, essa resistência foi originalmente colocada em nossa natureza, que rejeita completamente a sabedoria da Cabalá, mesmo antes de aprendermos alguma coisa sobre isso. Nós somos repelidos pelas palavras “Cabalá”, “Sefirot”, “Partzuf”, “Mundo Superior”.

Além disso, na minha própria experiência ensinando Cabalá nos últimos 35 anos, posso dizer que muitos, mesmo indivíduos muito especiais e únicos, que se destacaram entre o resto que são atraídos para a Cabalá e vêm a estudá-la, esses indivíduos realmente queriam compreender a profundidade dela, e em dois-três anos, de repente, sentem repulsa.

Isso não acontece em nenhuma outra ciência. Estudando com fontes originais, estudantes sérios, especialistas reais em Cabalá, as pessoas de repente sentem que não a aceitam e não querem continuar. E assim deixam o estudo e ainda mais, saem com uma impressão negativa da Cabalá.

Pergunta: É interessante que outras formas de Cabalá, onde há misticismo e magia, atraem um grande interesse das pessoas. Por que essas formas são tão apreciadas?

Resposta: Mas não há “outras formas de Cabalá”, elas não são Cabalá de forma alguma. Quaisquer ensinamentos místicos onde também mencionam palavras como “Partzufim” e “Sefirot” se vestem com o nome “Cabalá”. Em essência, toda a filosofia saiu da ciência da Cabalá como um produto de entendimento impreciso.

A própria natureza da pessoa resiste à ciência da Cabalá. Mesmo quando ela começa a se familiarizar com essa ciência, há muitos, a maioria, que de repente descobrem uma resistência dentro de si, que rejeitam e deixam o estudo. Eu vi muitos exemplos semelhantes, assim como está escrito, “mil entram na sala de aula e apenas um sai para a luz”.

Isto é, essa reação é natural; não é um caso especial e não significa que o professor é ruim. As pessoas deixam não porque lhes ensinaram mal, mas porque 999 de 1.000 foram feitas para sair e uma para ficar.

Pergunta: Mas por que as pessoas não apenas saem, por que elas se tornam hostis e inimigas da Cabalá?

Resposta: Na verdade, por que a ciência da Cabalá não é como física ou matemática, onde uma pessoa perde o interesse e simplesmente sai? A questão é que a Cabalá toca a essência interior de uma pessoa, centra-se em seus desejos, prazeres, repulsas, sentimentos, e sobre o fato de que ela deve subir acima de suas sensações, estudar-se, e realizar uma “cirurgia cardíaca aberta” em si mesma.

Ela deve abrir seu coração, sentimentos e razão e começar a dissecar-se com um bisturi, como se isso estivesse sendo feito por um estranho, examinando seus desejos e pensamentos de forma completa e objetiva, como um observador externo. Esses tipos de coisas não são intrínsecos à nossa natureza e é por isso que não é fácil de aceitar.

De KabTV “Origens das Reações Negativas à Cabalá”, 19/07/17