A revista austríaca NZZ publicou minha entrevista intitulada “Entre Átomos“, com Michael Fleischhacker, jornalista, moderador e editor-chefe da NZZ, ex-editor-chefe da Die Presse. Abaixo está a tradução de parte do artigo em português.

ENTRE ÁTOMOS

É um dos ensinamentos de sabedoria mais antigos da humanidade e ainda muito popular: a sabedoria da Cabalá. Um dos mais destacados representantes da Cabalá explica nesta entrevista por que precisamos construir um instrumento para revelar o Criador.

Michael Fleischhacker: Para esta revista, nós convidamos vários artistas austríacos para produzir uma imagem para nós. Uma que reflita o título da revista: Meu Criador. Zenita Komad foi uma das artistas. Através de seu trabalho, eu pude ver que seu entendimento é que o Criador é, na verdade, comunicação; o Criador não aparece através de um redemoinho de átomos desconexos, mas apenas quando a comunicação é estabelecida entre átomos é que o Criador nos ilumina, ou o Criador se torna visível, se você quiser. Você compartilha este ponto de vista?

Michael Laitman: Isso é totalmente correto. Eu concordo com Zenita. O Criador não é uma personalidade, mas uma força: a força global que une todas as outras forças na natureza. Essa força conecta e inclui toda a criação. Ela dirige, guia, organiza e dispõe tudo. No geral, é energia. A fim de descobrir essa energia, precisamos criar um detector dentro de nós mesmos, tanto quanto em nosso mundo, onde você precisa de um instrumento para medir a força magnética ou radioativa.

Por exemplo, nós sentimos a pressão da gravidade sobre nós. No entanto, não sentimos a força magnética; portanto, precisamos de um instrumento para isso. Tal instrumento é o que precisamos para entender e revelar esta força superior.

Isso soa muito técnico? A pessoa começa a criar um determinado instrumento como um sensor, tipo de Star Wars, para detectar o mundo externo. Isso é correto, como eu estou descrevendo-o?

Sim. Exceto que isso deve ser construído dentro da pessoa.

Há indicações em algum lugar sobre como realizar isso? Há indicações na internet que a pessoa possa apenas baixar e usar?

Certamente. Isto é o que a sabedoria da Cabalá nos oferece. Por quase 6000 anos, tem se estudado como criar conexões entre nós e dentro de nós, a fim de receber a força capaz de revelar a Divindade.

As religiões falam de um caminho diferente. Elas, supostamente, já construíram tal instrumento, alegando que ele existe e que todo o trabalho é simplesmente seguir esse caminho, porque este Criador do qual elas estão falando já está presente, você só tem que segui-Lo …

Há muitas religiões e houve muito mais religiões e crenças na história. Nós não somos parte disso. A sabedoria da Cabalá não se filia a nenhuma religião de forma alguma. É simplesmente a “sabedoria” da Cabalá. É uma ciência que lida com a forma de revelar a força superior da natureza chamada “Criador”.

Não há nenhuma “fé”, ato ritualístico ou qualquer coisa em particular que precisamos fazer. Claro, a pessoa tem que estar disposta a mudar para se tornar capaz de ver o Divino.

Trata-se apenas de uma pessoa que se adere ao objetivo de “conhecer a Divindade”, revelando a Divindade, conhecendo essa força, revelando-a. Quando ela é revelada, é dentro dessa pessoa, através de mudanças internas que a própria pessoa evoca. [Leia mais →] (em inglês).

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Pergunta: A quem se destina a disseminação do método da unidade?

Resposta: Visto que o nosso egoísmo atingiu o seu completo desenvolvimento no processo de evolução, nós estamos em uma crise com a natureza que nos rodeia. A natureza é única e integrada, enquanto nós somos egoístas, separados uns dos outros e divididos, e por isso somos opostos à natureza.

Isso leva à crise em muitos aspectos da vida, incluindo a ecologia e a sociedade. A natureza só pode nos suprimir do seu sistema se não chegarmos a um estado de equilíbrio com ela. A sabedoria da Cabalá nos diz sobre isso de uma maneira muito mais simples. Ama a teu próximo como a ti mesmo é a principal lei da natureza, e é ainda mais simples ansiar por unidade. Isto é o que explicamos às pessoas.

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Pergunta: Existe uma diferença entre crianças que vêm ao mundo por cesariana e crianças que nascem de parto natural?

Resposta: A cesariana é muito prejudicial; é desejável utilizá-la o mínimo possível e apenas quando necessário. O nascimento é um processo sério que um recém-nascido atravessa, um processo perigoso, acompanhado de muito stress, que é necessário. No parto natural o recém-nascido recebe um tipo de imunização especial que não recebe numa cesariana.

Existem situações em que é necessário realizar uma cesariana, mas em geral, é certamente desejável ter um parto normal.

Comentário: Mas agora muitas mulheres realizam cesarianas.

Resposta: Eu não recomendaria isso. Para o bem da criança é necessário dar à luz naturalmente, passar pela preparação preliminar, exercícios leves, etc. É muito ruim não termos parteiras como antes.

É possível facilitar o nascimento através da massagem do canal de nascimento, e, assim, as mulheres dão à luz sem problemas. Em nossos dias, nós confiamos mais em drogas de modo que isso é impossível.

Da Lição de Cabalá em Russo 24/04/16

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Nas Notícias (Project Syndicate): “A apertada votação do Reino Unido para deixar a União Europeia teve causas britânicas específicas. No entanto, também é o proverbial canário na mina de carvão, sinalizando uma ampla reação populista/nacionalista – pelo menos nas economias avançadas – contra a globalização, o livre comércio, offshoring, a migração laboral, as políticas orientadas para o mercado, as autoridades supranacionais, e até mesmo a mudança tecnológica.

“Todas essas tendências reduzem salários e empregos para os trabalhadores de baixa qualificação em economias avançadas de escassa mão-de-obra e ricas em capital, e os elevam em economias emergentes com trabalho abundante. Consumidores em economias avançadas se beneficiam da redução dos preços dos bens de capital; mas trabalhadores de baixa e até mesmo alguns de média habilidade perdem rendimento na medida em que seus salários caem e seus empregos são ameaçados.

“Na votação do ‘Brexit’, as divergências eram claras: ricos contra pobres, ganhadores contra perdedores do comércio/globalização, trabalhadores qualificados contra trabalhadores não qualificados, educados contra menos educados, jovens contra velhos, comunidades urbanas contra rurais, e diversificadas contra mais homogêneas. As mesmas divergências estão aparecendo em outras economias avançadas, incluindo os Estados Unidos e Europa continental”.

Meu Comentário: Será necessário reorganizar a sociedade: reduzir gradualmente o consumo e produção para limites razoáveis. As massas de pessoas que forem liberadas do trabalho nas antigas fábricas devem ser direcionadas para fábricas de reeducação das pessoas. Nós precisamos projetar e desenvolver “novas” pessoas.

Este deve ser o produto dessas novas fábricas. Uma pessoa corrigida trabalha em si mesma; ela corrige o sistema de relações entre as pessoas egoístas. Esse é o trabalho mais frutífero, útil, necessário e vital no mundo. Seu resultado será que toda a humanidade irá alcançar uma vida eterna e perfeita.

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Nas Notícias (inopressa.ru): “‘Se o acordo dos refugiados com a Turquia fracassar completamente, devemos esperar uma segunda onda de migração. E se no início os economistas viam a migração em massa como oportunidades para a economia, as suas previsões são agora o oposto”, escreve o Die Welt.

“Nada mais do que os gestores de alto escalão e economistas associaram o afluxo de migrantes a esperanças otimistas. ‘As pessoas que procuram proteção na Alemanha vão resolver problemas prementes no país’, eles garantiram à elite econômica alemã.

“Os refugiados se tornariam a força de trabalho necessária capaz de manter o ‘milagre’ econômico alemão. Além disso, previram os especialistas, os jovens trabalhadores poderiam ser a resposta para a crise demográfica que ameaça a nação.

“De acordo com a pesquisa, realizada em conjunto pela Die Welt e a empresa de consultoria Roland Berger entre gestores de empresa de primeiro e segundo nível, 75% dos entrevistados dizem que o afluxo de migrantes, com uma intensidade comparável à do ano passado, vai se tornar um fardo econômico para o país. …

“Economistas de renome e gestores de alto escalão têm sido forçados a admitir nos últimos meses que a maior parte dos refugiados não ajudará o mercado de trabalho na Alemanha, a curto ou médio prazo. …

“De acordo com especialistas do FMI, o efeito positivo do fluxo de refugiados é esperado apenas no caso em que os requerentes de status de refugiado se envolvam em um rápido processo de integração. Caso contrário, os custos vão aumentar e, inevitavelmente, levar a protestos entre a população”.

Meu Comentário: A recepção deve começar precisamente com a integração cultural, unindo e conectando as pessoas, o que não foi compreendido mesmo quando foi instituída a UE. Assim, o problema é o mesmo. Os economistas acreditam que é possível preencher o mercado de trabalho com máquinas, não pessoas.

Mas os refugiados têm a sua própria psicologia; ela define a sua diferença em relação à população local, separando-os com um “muro” de mal-entendidos. Há apenas uma maneira possível: a construção de uma ponte de comunicação, uma conexão, acima da falta de compreensão e até mesmo apesar dela. Apenas a sabedoria da Cabalá ensina a construção de uma conexão assim!

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Nova Vida # 621 – O Segredo Para Um Bom Ano
Dr. Michael Laitman em conversa com Oren Levi e Tal Mandelbaum ben Moshe

Resumo

O que devemos esperar no próximo ano? Como podemos ter certeza de que o novo ano vai ser bom, e por que é que pela revelação do mal entre nós que podemos transformar o ano que vem em um ano bom?

O novo ano pode ser bom se entendermos que o ano passado foi ruim. É um momento de introspecção. A sociedade está começando a perceber que este não é o estado que sonhou. O mal está sendo revelado, e graças a ele as pessoas percebem que a situação que vivemos é falsa. Este é um passo muito importante em direção à verdade.

Nós temos que descobrir onde o remédio está. Ele está escondido na Torá, em sua interioridade, na sabedoria da Cabalá. Não se trata de se tornar religioso, mas da revelação da força superior que nos conecta, a Luz.

A meta que Israel deve definir para si no próximo ano é a da conexão. Conexão significa ser capaz de se conectar com os outros e preencher seus desejos. Nós somos todos partes de um sistema.

O mundo nos odeia porque não funcionamos corretamente. Não somos um exemplo de conexão. Quando começarmos a sentir que dependemos uns dos outros, vamos perceber que não há outra escolha senão aprender a se conectar.

Nós somos chamados de Israel, que vem das palavras “Yashar-El: direto à força superior da natureza”, a força de amor e doação. Quando entendermos que o ódio nos destrói e tentarmos nos conectar, vamos descobrir que precisamos da força superior.

A sabedoria da Cabalá nos ensina como usar a força superior para corrigir as corrupções em nossas vidas. O nosso egoísmo descreve todos os problemas, e a sabedoria da Cabalá nos ensina a atrair a força superior que o corrige.

Um bom ano é um ano em que vamos sentir a força superior entre nós, a força de amor e doação. Essa mudança é natural, como uma criança que cresce; nós sentimos a força da natureza que desenvolve a vida.

Nós temos que desenvolver um desejo para que o Criador habite entre nós, a força de amor e doação, a força de conexão. Quando reconhecermos o nosso estado mal, vamos alcançar o desejo de ungir essa força como o nosso rei, e esse é Rosh Hashanah (a cabeça do novo ano).

De KabTV “Nova Vida # 621 – O Segredo Para Um Bom Ano”, 19/05/14

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