Olhando O Mundo Com Novos Olhos

Laitman_006Pergunta: Como podemos descobrir o Criador em cada ação que fazemos? Afinal de contas, temos desejos pessoais, desejos sociais, desejos do grupo. Como podemos nos concentrar de novo a cada vez?

Resposta: Quando eu começo a estudar a sabedoria da Cabalá, esse mundo ainda me domina. Passeios de carro ou ônibus, tarefas de casa, viagens ao banco e os correios, ver diferentes pessoas e lugares, as notícias, rádio, TV, a Internet com toda a sua confusão: eu estou totalmente preenchido por este mundo.

A Cabalá traz consigo diferentes problemas que se destinam a construir um lugar vazio em nós, um espaço, me sacudir e criar uma parte em mim que não pertence a esse mundo. Mesmo quando eu ainda estou confuso nesse mundo e não me dou bem nele, no final eu me separo dele em certa medida. Não que eu não dependa dele, mas que não sou automaticamente dominado por ele. Aqui este mundo não me domina e não tem os poderes que dominam todos no mundo.

Em nossa vida cotidiana tudo está conectado: a pessoa que é nascida e criada na selva se comporta de acordo com as leis da selva. O mesmo se aplica à selva urbana: de qualquer maneira o mundo domina a pessoa e a formata desde a infância. Portanto, para me dar a oportunidade de olhar para as coisas de forma mais objetiva e independente, eu tenho que ser sacudido para dar espaço dentro de mim a outra perspectiva, e isso leva um longo tempo.

Eu posso encurtar o tempo conectando-me ao grupo. Se eu estou fortemente conectado aos amigos, mais golpes podem ser enviados a mim, mais abalos, e então eu avanço mais rápido. No entanto, estes não são golpes e problemas comuns, mas golpes no relacionamento que eu tento fortalecer. Se em vez de fortalecer a minha conexão com o mundo, eu fortaleço a minha conexão com os amigos no grupo e foco nisso, eu vou sentir mais golpes a esse respeito e é aí que vou ter mais discernimento e experiência.

É assim que eu encurto o tempo: ao transformar os golpes e problemas externos em internos, tornando-os mais qualitativos. É impossível fazer isso sem golpes, mas aqui eles se tornam propositais.

Eu começo a me preocupar com o grupo e a cuidar dele em minha conexão com os amigos, na minha atitude para com o estudo e a disseminação, e isso se torna a coisa mais importante para mim. Agora eu começo a olhar o mundo de uma forma mais objetiva, ou pelo menos de fora, e não de acordo com os meus discernimentos anteriores do mundo, mas com novos discernimentos. Agora eu começo a ver tudo o que acontece através do princípio do “não há outro além Dele”, através dos discernimentos do grupo, e vejo tudo de uma maneira oposta.

Mas isso acontece muito lentamente. Primeiro eu viro a balança um pouco de cada vez em favor desse mundo, o que significa que olho para tudo – a família, a casa, o trabalho, os amigos, o meu mundo, o banco e outras instituições como os correios, o consultório médico, a previdência social, o sistema de ensino, etc. – com novos olhos. Eu sinto tudo isso como um todo chamado o meu mundo, que é esclarecido nos meus vasos, em meus desejos, mas eu ainda tenho que ver a liderança superior que exige de mim a mesma atitude única em relação a tudo. Assim, toda a imagem se torna um lugar de encontro com o Criador para mim. Ele corrige tudo e eu O revelo em cada detalhe neste mundo.

Esse é um discernimento muito bom e devemos alcançá-lo o mais rapidamente possível, para que, a partir de agora, comecemos a cuidar da fase de Ibur (concepção).

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 13/02/14O Livro do Zohar