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A Revelação Do Egito

Laitman_155Quando Abraão reuniu o seu grupo, ele disse aos babilônios, “Quem for pelo Senhor, [deixe-o vir] a mim!” Essa foi, de fato, a sua mensagem. Ele não buscou aqueles que simplesmente não estavam felizes com esse mundo, mas as pessoas que compreendiam e sentiam que a coisa mais importante era a ascensão espiritual: a subida acima do egoísmo e a busca ela força superior. O chamado de Abraão foi para aqueles que queriam revelar o Criador.

Cerca de cinco mil pessoas responderam a esse chamado. Elas foram atraídas pela sua ideia, seu objetivo, e os meios para alcançar a meta era a unidade.

Abraão atraiu homens para o seu lado, e Sarah, mulheres, e juntos eles trabalharam no “proselitismo”. Em outras palavras, seus alunos receberam orientação sobre a forma como deveriam trabalhar em prol de dar, e trabalhar em conjunto, sobre a conexão entre eles, porque sem conexão, eles não receberiam a Luz Superior. Esse grupo se tornou a casa de Abraão, uma família com a qual ele deixou a Babilônia e chegou à terra de Canaã.

Muitas coisas aconteceram ao longo desse caminho espiritual. O grupo foi formado, e sua estrutura tornou-se mais clara. Parte dos desejos não foram mais usadas ​​e morreram, e outros nasceram e se desenvolveram. Assim, eles avançaram até o tempo de Jacá, a linha do meio, quando os problemas de uma nova qualidade foram revelados.

Os filhos de Israel tiveram que descobrir uma deficiência pelo Egito, que se revela na linha do meio de Jacó. Um de seus filhos, José, começou a sentir o estado de grandeza (Gadlut) dentro dele e foi combatido por seus irmãos. Ele não podia mais se dar bem com eles ou morar com eles, uma vez que sentia que o Aviut (espessura) das camadas mais profundas do desejo estava faltando aqui, e que, sem isso, não poderia realizar-se. Os irmãos não o entendiam, e ele precisava do Faraó na época. José é o resultado de Abraão, que pediu ao Criador: “Ó Senhor Deus, como eu saberei que vou herdá-la?” Na verdade, foi José quem conseguiu se conectar a esse grande desejo de receber e anexá-lo a Israel no estado de grandeza, no anseio de Yashar El (direto ao Criador).

Assim, eles precisavam da Torá, o método que permite que todos compreendam claramente e sintam Faraó dentro deles, a fim de continuar esse trabalho a fim de doar para que eles pudessem conscientemente atrair a Luz que Corrige sobre eles. Estas são novas fases do trabalho espiritual que são cada vez mais intensas, mas o estilo permanece o mesmo: conectar, atrair a Luz que Reforma, e, depois, conectar e atrair a Luz novamente, e, assim, sucessivamente. É assim que avançamos.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/10/13, Escritos do Baal HaSulam

O Copo Cheio

laitman_276_01Nós podemos explicar os conceitos da sabedoria da Cabalá, o “mecanismo Cabalístico”, usando a linguagem dos desejos que todos entendem.

Imaginemos o vaso do desejo de receber sob a forma de um copo. O desejo geral é feito de diferentes coisas, desejos por comida, sexo, família, dinheiro, honra e conhecimento.

Quando nós os estudamos, vemos que cada um por si e todos eles juntos, dividem-se em cinco partes, cinco camadas, de zero a quatro.

Assim, eu só posso receber o que pode entrar no meu desejo. Se for um pequeno desejo, eu receberei muito pouco, e quanto mais o desejo cresce, mais serei capaz de conter dentro de mim até chegar ao desejo máximo e estar pronto para engolir o mundo inteiro. É assim que funciona o meu ego.

Portanto, como eu posso me mudar? Como posso deixar de receber numa base regular? Afinal, ele realmente me limita. Quanto eu posso receber, e quem vai dar isso para mim? Como nós agimos de acordo com um plano egoísta, chegamos a uma crise geral. Assim, poderia haver outro método?

E se eu restrinjo o meu desejo, construindo uma partição acima dele, e uso-o não para me preencher, mas para preencher os desejos dos outros? Eu quero doar-lhes, que é chamado de Luz de Retorno (Ohr Hozer).

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No entanto, com o que eu posso preencher os outros? Eu devo sentir os outros, a fim de entender isso. Essa é a razão de eu construir um novo desejo acima, o desejo dos outros. Então, eu os preencho, o que significa os desejos dos outros e não o meu. Se todos nós preenchemos um ao outro, nós nos conectamos uns aos outros, e a Luz Superior está sempre entre nós.

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Se a Luz preenche meu desejo comum, eu não consigo sentir mais nada. Um minuto atrás, eu estava com muita sede, mas bebi um pouco de água e o desejo desapareceu. Portanto, como posso continuar recebendo prazer continuamente? A fim de fazer isso, eu devo fazer um buraco no fundo do meu copo de modo que ele irá se conectar com o copo de outra pessoa através do buraco. Então, todo o prazer vai fluir através de mim para o outro, e ambos serão preenchidos, mas, agora, eu terei a Luz para mim e também para outro (1 + 1), e serei capaz de receber o dobro de prazer.

Assim, eu posso me conectar a mais e mais copos novos e receber prazer para o mundo inteiro. O Criador está acima de mim, e o mundo inteiro está comigo, todas as pessoas, e assim eu recebo todo o prazer do mundo.

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Isso parece tão simples, mas as pessoas não sabem disso. Elas podem atrair algo da vida e ver que isso está certo. Mas, na verdade, nós estamos falando de elementos não relacionados com o desejo de receber e sua psicologia habitual, mas com o desejo de doar. Se tentarmos preencher os desejos deste mundo, então essa é a psicologia. Se estamos à procura de uma forma de preencher o mundo inteiro e não a nós mesmos, é pela educação integral (EI).

No final, nós agimos de acordo com cálculos psicológicos simples, mas a única diferença é que não atraímos para nós mesmos. Na verdade, nós não podemos fazer isso hoje, porque estamos numa crise global e não temos escolha.

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Da Convenção Virtual “Uma América Dia”, 17/11/13, Lição 4

Será Um Dia De Descanso Para Você

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Êxodo” 35:1 – 35:3: Então Moisés convocou toda a congregação dos filhos de Israel, e disse-lhes: “Essas são as palavras que o Senhor ordenou que se cumprissem. Seis dias se trabalhará, mas o sétimo dia vos será santo, o sábado do repouso ao Senhor; todo aquele que nele fizer qualquer trabalho morrerá. Não acendereis fogo em nenhuma das vossas moradas no dia do sábado”.

Inicialmente, nós lidamos com os desejos egoístas de uma pessoa ou sociedade.

A Torá nos diz que tudo o que precisamos fazer é superar o nosso ego e nos reunir acima dele num único conjunto. Portanto, essa Parasha (porção da Torá) é chamada de “VaYikahel” (reuniu).

Ela fala sobre a reunião de todas as partes separadas, distantes e hostis da alma coletiva, que são encontradas em todos nós e que temos que reunir como um quebra-cabeça, numa única alma.

Através da conexão dessas partes, nós começamos a organizá-las sob a influência da Ohr Makif (Luz Circundante), a característica de doação e amor do Criador. Se tentarmos ser como Ele, na medida dos nossos esforços, Ele vai nos influenciar e ajudar nossa reunião numa conexão integral mútua.

Então veremos como nossas características mútuas criam certo todo, algum tipo de imagem completa, que na sabedoria da Cabalá é chamada de Partzuf, ou seja, um bloco ou estrutura.

Esse Partzuf é composto de Sefirot: Hesed, Gevura, Tiferet, Netzach, Hod, Yesod, Malchut. Nas primeiras seis Sefirot, que simbolizam os seis dias da semana, nós precisamos trabalhar na reunião das partes separadas da alma. Se conseguirmos isso, a Luz terminará a reunião completa, trabalhando em nossos esforços ao longo dos seis dias de trabalho. Então não precisamos fazer mais nada, uma vez que no sétimo dia o nosso trabalho está terminado.

Nós possibilitamos que Luz termine essa soldagem entre nós, na qual a unidade completa da alma emerge das partes separadas que se reuniram.

Nós terminamos uma semana, e começamos uma nova semana. Uma parte e depois outra parte é recolhida, e, dessa forma, nós reunimos toda a nossa alma comum. Dentro de um determinado número de ações como essas, nós alcançarmos a reunião espiritual de todas as partes tornando-se uma unidade completa, à semelhança de Adam (homem), o qual significa Domeh (semelhante ao Criador). Com isso, nós alcançamos a correção completa da humanidade, a qual temos que alcançar.

Portanto o Shabat é o dia mais sagrado, pois nesse dia a Luz age, influencia os nossos esforços, e os termina. É como se ao longo dos seis dias nós criássemos o trabalho a ser feito, e no sétimo dia a Luz o realiza.

Se no sétimo dia nós continuarmos esse trabalho, é como se estivéssemos felizes com essa quebra da alma de Adão, porque estamos tentando fazer o trabalho em vez da Luz. Essa é a maior violação de todo o sistema de correção.

Em geral, nós fazemos parte do trabalho e a Luz faz parte do trabalho. Se nós mesmos fazemos todo o trabalho, estamos adicionando ainda maior destruição no sistema e até mesmo rejeitando mais fortemente a reciprocidade de todas as partes que se reuniram durante a semana. Geralmente, é preferível não fazer nada do que reunir toda a semana e continuar isso mesmo no sétimo dia. Desta forma, nós negaríamos todo o método de correção do sistema e todo o seu progresso.

Assim, antes do sétimo dia, é necessário terminar os nossos esforços, o que significa que vamos parar no sexto dia e possibilitar que a Luz solde todas as partes, juntando-as. É dito: “Será um dia de descanso para você”. Basicamente, a pessoa está fazendo um trabalho e não apenas descansando. Nesse momento, nós finalmente sentimos a unidade gradual de todas as seis partes num todo geral e terminamos a correção do nível espiritual atual. Depois disso, nós corrigimos o próximo nível e o próximo, e assim por diante, semana após semana.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/10/13

De Modo A Não Permanecer Um Pedaço De Ego

Dr. Michael LaitmanO mundo inteiro é um estado egoísta da matéria. Tudo o que está nos níveis inanimado, vegetal e animal só existe a fim de se preservar da melhor maneira possível.

Na matéria humana isso é ainda mais exagerado, visto que eu quero me manter na melhor forma possível em comparação com o resto do ambiente dos níveis inanimado, vegetal, animal e humano. Eu tenho que estar no estado mais confortável para que todo o universo se envolva em servir ao meu ego. Essa é a inclinação natural de uma pessoa. Se pudéssemos apenas ver como nos restringimos internamente só porque não queremos sofrer. Eu me pergunto por que eu deveria me torturar só porque não sou Einstein ou Picasso. Eu não quero sentir pena como se estivesse cortando uma parte de mim, aceitando que não serei um Tolstoy ou Shakespeare…

O ego tem uma reação defensiva para cada desejo que não é cumprido, mas sempre que posso, eu quero agarrar e dominar tudo para o meu próprio benefício. Essa é a nossa natureza; a pessoa está pronta para engolir o mundo inteiro.

Nós não podemos mudar nossa natureza por nós mesmos. Ela foi criada e é mantida em nós e em todo o universo, graças a uma força chamada a Luz. Essa força é invisível e não é sentida de forma alguma por nossos sentidos, pois constantemente cria, desenvolve e sustenta o ego.

Mas dentro do ego, há um ponto separado que não pertence a ele, um ponto que analisa o egoísmo. A Luz que age sobre o ego também afeta esse ponto. Ele começa a se desenvolver e a sentir onde está, perguntando-se: “Eu estou em algum tipo de natureza? Quem sou eu? Onde estou?”.

Se esse ponto se desenvolve seriamente numa pessoa (na verdade esse ponto existe em todos nós, em alguns mais e em outros menos), ela começa a se perguntar: “Para que serve isso, por que, e de onde? Por que eu fui criada? Eu fui criada para sofrer? Se assim for, eu os amaldiçoo como a fonte que me condenou a tal existência. Se for por outro propósito, o que é ele exatamente? Eu exijo uma explicação de Você!”.

Quando a pessoa exige uma explicação da Luz (o Criador), ela entra em contato com essa Luz através do ponto no coração, porque esse ponto é o homem e tudo o mais existe no estado animal.

O que realmente pode me interessar? Pode ser minha própria natureza e como eu existo dentro dela no máximo de conforto durante vários anos e faço o mínimo de esforço possível e recebo tanto prazer quanto possível. Ou, eu anseio por minha raiz, por minha fonte, perguntando: “Quem és Tu, que me criou e me gere?” Essa é a mais alta forma de anseio no dipolo do ego e do ponto que pode se desenvolver dentro dele.

No momento em que o ponto no coração começa a se desenvolver, ele pode receber imediatamente o seu método não egoísta de desenvolvimento que se realiza apenas sob a influência da Luz superior. Se é isso que eu quero, que ele venha a mim com mais frequência, para ter maior influência sobre mim, isso é revelado a mim na minha razão, compreensão e sentimentos, em suas metas e planos para mim, porque essa é a fonte de poder, informações: tudo.

Isso é realmente o que o ponto no coração ou o ser humano em mim exige. Então eu recebo a Torá e começo a trabalhar com ela. Qualquer um em quem essa inclinação é invocada deve valorizá-la e verdadeiramente temer que ela possa desaparecer e que ele continuará a ser um pedaço de pedra do ego ou da besta.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 30/09/14