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Por Que As Pessoas Ficam Desapontadas Com As Religiões

laitman_627_2Pergunta: Por que em nossa época as pessoas ficam desiludidas com as religiões?

Resposta: A pessoa descobre que nenhuma religião pode lhe dar satisfação. Afinal de contas, todas as religiões surgiram devido ao fato de que a nação de Israel caiu do nível do amor ao próximo ao ódio infundado, tendo perdido a conexão com a força superior da natureza.

Em resposta à escuridão, a humanidade desenvolveu as religiões: primeiro o Judaísmo, depois o Cristianismo, e depois o Islã. Essas religiões não ocorreram por acaso, mas cada uma tem sua própria raiz. O Cristianismo pertence à linha esquerda, o Islã à linha direita, e o Judaísmo à linha média.

É assim que elas se relacionam com as raízes espirituais porque tudo em nosso mundo material decorre das raízes espirituais. Está escrito: “Nenhuma folha de grama cresce até seu anjo [condutor] acima bata e diga: ‘Cresça'”. Portanto, todos os fenômenos do mundo vêm do mundo superior, e não há nada de novo no nosso mundo.

A religião é projetada para dar à pessoa certa imagem da força superior quando ela não está ciente e não a entende essa força. Ela ajuda a pessoa a examinar sua natureza.

As religiões têm impulsionado o desenvolvimento da filosofia e da ciência. Primeiro a ciência era desenvolvida por pessoas religiosas, e só em algumas centenas de anos foi separada da religião e tornou-se acessível a todos.

De KabTV “Uma Nova Vida” 07/05/15

Processando O Vazio Do Deserto

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Números” 1:52 – 1:53: Os filhos de Isarel armarão as suas tendas organizadas segundo as suas divisões, cada um em seu próprio acampamento e junto à sua bandeira. Os Levitas, porém, armarão as suas tendas ao redor do Tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, para que a ira divina não caia sobre a comunidade de Israel. Os Levitas terão a responsabilidade de cuidar do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança”.

É dito no Midrash Raba que quando Moisés contou os judeus, dividindo e classificando-os de acordo com as tribos, o Criador ensinou-lhe como se tornar um acampamento e como avançar, o que significa como juntar novamente o vaso quebrado.

Quatro tipos de egoísmo em três linhas compõem as 12 tribos, as 12 partes do vaso espiritual. O vaso quebrado deve ser corrigido unindo todas as partes em um, na medida em que as pessoas avançam no deserto, ou seja, de acordo com a revelação do ego em todos os campos e em cada tribo.

O Criador ensina como a nação deve reunir todos para que cada vez eles absorvam um novo vazio corrompido, processá-lo internamente, e corrigi-lo para o atributo de doação. Esse é o avanço no deserto em 40 anos (níveis). É assim que a parte corrigida de Malchut à Bina deve ser a unidade exata da nação e, assim, concluir a construção de sua conexão com o Criador.

O movimento do acampamento no deserto simboliza o processamento do vazio. Esse é realmente um movimento para frente muito desagradável já que o deserto está cheio de escorpiões e cobras, o sol está queimando, não há nenhuma comida ou água, e todo mundo está coberto de feridas. Em outras palavras, o deserto simboliza o egoísmo ardente e crescente de uma pessoa. As pessoas sentem a conexão entre si como uma ferida que toca outra ferida, e a dor não vai deixá-las se unir. Elas devem subir acima disso, e embora a Luz que vem não cure as feridas, ela as formata num só corpo geral, saudável. A dor e as feridas se transformam num vaso unificado onde o prazer é revelado.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 24/12/14

Os Presentes De Abraão

Dr. Michael LaitmanPergunta: De que forma os métodos espirituais do Oriente são diferentes da sabedoria da Cabalá? Afinal, eles falam aparentemente de coisas semelhantes.

Resposta: Existem 3.800 religiões e crenças do mundo. Todas as principais religiões realmente vieram de Abraão, que viveu na antiga Babilônia perto de 3.500 anos atrás.

Abraão ensinou seu método, ou seja, a sabedoria da Cabalá, a um pequeno grupo que ele chamou de Israel. E ele deu presentes, ou outras formas de fé, para o resto das pessoas. A Torá diz que Abraão deu presentes aos filhos de suas concubinas e enviou-os para o leste, onde todos esses métodos chegaram de volta até nós.

A diferença é que o método de Abraão possui a capacidade de corrigir uma pessoa, algo que não existe em qualquer outro método. A sabedoria da Cabalá nos possibilita atrair a força do bem até nós que está oculta na natureza e que irá corrigir nosso ódio para com o outro em amor. Essa força do bem é adicionada à nossa natureza egoísta e nós nos tornamos portadores de duas forças. A integração dessas duas forças possibilita que trabalhemos com elas, nos desenvolvamos corretamente, e descubramos uma forma adicional de realidade que se encontra fora de nós.

A física moderna fala sobre a existência de uma realidade como essa. Além do universo, o mundo que vemos agora, existem outras formas de realidade. A sabedoria da Cabalá nos possibilita sair para além da estrutura das limitações deste mundo e vejamos mundos superiores. Possibilidades como essa não existem em nenhum outro método, porque eles não contêm a Luz que Corrige. A singularidade da Torá é que ela contém uma força que corrige nossa natureza e nos eleva acima do ego a uma natureza de doação e amor, na medida em que abre os nossos olhos, como é dito: “Você vai ver o seu mundo em sua vida” (Berachot 17a).

Do Programa na Rádio Israelense 103FM, 03/05/15

Quando Você Diminui A Importância Do Rav, Você Cai

Dr. Michael LaitmanEm todas as épocas até hoje, a humanidade tem a mesma estrutura de um Rav (professor, guia), um grupo de Cabalistas, e todo o resto da humanidade. Todo o trabalho avança de acordo com as explicações do Rav, e o grupo as realiza. Primeiro, há conexão dentro do grupo, e só depois disso é possível disseminá-la para o resto da humanidade, em círculos.

Mas o método permanece o mesmo; ele inclui as mesmas etapas, e faz com que seja possível realizá-las apenas na condição de que elevemos o Rav. Claro que isso não ser refere à forma externa como em outras doutrinas. Pelo contrário, refere-se à realização do conselho do Rav sobre como alcançar a adesão com o Criador. Isso é chamado de honrar o Rav, pois ele está num nível superior ao nosso. Nós honramos sua direção, suas palavras.

Quando construímos as relações corretas entre nós, em outras palavras, quando compreendemos a Torá a ponto de compreender a sua principal regra geral, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, nós avançamos. E, tanto quanto nós diminuímos a grandeza do Rav aos nossos olhos, nós caímos.

Além disso, na medida em que aumentamos ou diminuímos a grandeza do Rav aos nossos olhos, nós nos encontramos em subida ou descida. Assim, é dito, “Um estudante que está exilado – ele exila seu professor com ele” (Makkot 10a). Cabe ao estudante saber que a avaliação do Rav, a avaliação do método e a forma da correção dependem completamente da avaliação da importância dos meios para atingir a adesão com o Criador.

Além disso, quando o estudante trabalha na grandeza dos meios, de acordo com isso ele pode alcançar a meta, que é a grandeza do Criador, a grandeza da característica de doação, amor e conexão. Tudo isso depende totalmente do trabalho na grandeza do Rav e os amigos. Nós alcançamos a meta na conexão entre os amigos que constroem o a correta rede de conexão e a compreensão detalhada de todas as partes da conexão. Se uma pessoa não está pronta para doar a sua conexão com os amigos, mas consegue se integrar nela e elevar-se acima do seu ego, isso é chamado de Ibur (concepção), o estado de embrião.

Neste estado, uma resistência interna cada vez maior à conexão é constantemente descoberta, que é chamada de feto, e cada vez ela deve se anular com respeito ao papel do grupo, à sua grandeza e à grandeza do Rav, e graças a isso, ela se desenvolve continuamente até que todas as fases de concepção estejam concluídas. Depois disso, há o período de alimentação (Yenika), quando ela está preparada para receber e dar, para participar mais ativamente na conexão, sentindo como ela é prática e verdadeira. É assim que ela termina os anos de alimentação e atinge um estado onde pesados vasos de recepção são despertados nela. Então, ela pode participar ativamente no trabalho, na construção de novas conexões, esclarecendo e criando as características de doação e amor, que se chama descobrir o Criador entre os amigos.

Essa forma começa a ser esclarecida cada vez mais o tempo todo. No início, é apenas através de Achoraim (costas, parte posterior), porque é impossível ver o rosto do Criador até o fim da correção, e depois disso até mesmo o rosto do Criador será revelado, ou seja, doação e amor absoluto serão revelados entre nós dentro dos vasos corrigidos.

Tudo isso vai acontecer apenas com a condição de que a pessoa valorize o Rav e o grupo e trabalhe em sua grandeza, tentando percorrer as subidas e descidas. Se ela é bem-sucedida em subir, ela recebe imediatamente uma descida, adicionando outra camada do desejo de receber, de modo que vai subir cada vez mais.

Somente na conexão entre os amigos é possível ver todo o campo de trabalho, o lugar onde a condição: “Não há outro além Dele”, se realiza – ou seja, a Luz, a forma de doação, e a regra geral, “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”, que é o vaso. Tudo é revelado somente dentro do grupo que é dirigido ao Rav.

Está escrito: “O amor dos amigos é suficiente para nós”, mas “um estudante que está exilado, o professor está exilado com ele”, isso significa que se o estudante consegue elevar-se acima do exílio e do desprezo pelo Rav e o grupo, o amor dos amigos completa todos os seus defeitos. Todas as correções estão incluídas no amor de amigos.

Se conseguimos manter a nossa atenção dentro da área que se encontra entre nós – que é o que devemos preencher com doação, amor e ajuda mútua, de modo que “do amor do homem ao amor do Criador” – dessa forma nós avançamos. A principal coisa é não esquecer que tudo isso é revelado dentro da conexão entre nós.

Todos os níveis da característica de doação que nós adquirimos – Nefesh, Ruach, Neshama, Haya e Yechida – devem ser descobertos entre nós, e quanto mais nos aproximamos uns dos outros, por fim descobrimos a totalidade suprema na conexão entre nós que é chamada de Criador. Sua forma é o nível de Keter, Yechida em todos os estados. Se em cada estado nós chegamos ao último nível, Yechida, nós sentimos a presença do Criador.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 26/03/14