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Eu Estou Pronto Para Saltar No Mar Vermelho

laitman_232_09Rabash: “O Que significa a Bênção ‘Que um Milagre Aconteceu Comigo Nesse Lugar’ no Trabalho”: Por isso se diz sobre o exílio no Egito: “Lembra-te de que foste escravo no Egito”, o que significa que ser um escravo é tão ruim porque Israel sofreu no Egito.

Isto significa que, por um lado, eles sentiram um pouco o que significa ser Israel (Yashar-El, direto ao Criador), e por outro lado, perceberam que a força oposta os governa. Assim, eles começaram a sentir que eram escravizados, mantidos lá contra sua vontade.

Por isso, se diz “lembra-te”, o que significa que devemos nos lembrar dos sofrimentos que eles sofreram lá. Depois, há um motivo para se alegrar com a redenção do Egito.

Eles devem realmente lamentar a sua escravidão e realmente querer mudar a situação, a fim de mudar o domínio de uma força pela outra força, pelo domínio do Criador. Por mais que o Faraó governe, nós queremos o domínio do Criador, e, assim, aumentar um em relação ao outro até atravessarmos os 49 portões de impureza, atrás dos quais é revelada a força de doação, o Criador, que é chamado de êxodo do Egito.

É impossível sair do Egito com pouco reconhecimento do mal que o nosso ego nos causa. Deve ser um estado insuportável onde a minha morte é melhor do que essa vida. Eu estou pronto para saltar no Mar Vermelho e fazer tudo para que não tenha que permanecer em meu ego.

Esta é a razão pela qual esse trabalho só pode ser feito num grupo onde todos trabalham em conjunto e estão incorporados no outro. Todos recolhem todos os esforços e sentimentos de escravização de todos os outros e, assim, sentem que devem sair e que não podem permanecer lá. Essa é a razão que trabalhar na conexão dá a todos um sentimento tão forte de dor que, assim, eles são obrigados a exigir a saída para a redenção.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 02/04/14, Escritos do Rabash

Uma Carta Aberta A Michael Douglas Após O Ataque Antissemita A Seu Filho

Laitman_043Depois que seu filho foi atacado por antissemitas, Michael Douglas publicou uma carta no Los Angeles Times:

“No verão passado, a nossa família foi para o sul da Europa, de férias. Durante a estadia num hotel, o nosso filho Dylan foi para a piscina. Pouco tempo depois, ele voltou correndo para o quarto, chateado. Um homem na piscina tinha começado a insultá-lo.

“Meu primeiro instinto foi perguntar: ‘Você estava se comportando mal?’

“‘Não’, disse-me Dylan em meio às lágrimas.

“Eu olhei para ele. De repente, eu tive uma enorme realização do que poderia ter causado a indignação do homem: Dylan estava usando uma Estrela de David.

“Depois de acalmá-lo, eu fui para a piscina e pedi aos atendentes para apontar o homem que gritou com ele. Nós conversamos. Não foi uma conversa agradável. Depois, sentei-me com o meu filho e disse: ‘Dylan, você só teve o seu primeiro gosto de antissemitismo”. …

“Meu filho é forte. Ele tem a sorte de viver num país onde o antissemitismo é raro. Mas agora ele também aprendeu sobre os perigos que ele, como um judeu, deve enfrentar. É uma lição que eu gostaria de não ter que ensiná-lo, uma lição que eu espero que ele nunca terá que ensinar a seus filhos”.

Uma Carta Aberta a Michael Douglas:

Caro Michael,

Meu nome é Michael Laitman. Eu sou um judeu vivendo em Israel. Sua história sobre a experiência que seu filho teve no sul da Europa me tocou profundamente. Admiro a sua coragem de expor o que muitos temem abrir, e sua fama dá peso a uma questão sensível que requer escrutínio.

Como um judeu que nasceu na Rússia, eu tive minha parte de experiências antissemitas. Assim como você, elas não me enfraqueceram, mas ajudaram a moldar a minha identidade judaica, e acabaram levando a minha emigração para Israel. Pode-se dizer que os antissemitas forjaram meu Sionismo.

Meus muitos anos de pesquisa científica estudando filosofia, Cabalá e ontologia moldaram a minha visão de mundo, que é baseada em raízes judaicas estreitamente entrelaçadas com o pensamento científico moderno. Eu dediquei uma grande quantidade de tempo estudando e pesquisando o motivo do antissemitismo, a fim de entender por que esse fenômeno não desaparece, mas apenas ressurge com novos pretextos. Em dois artigos publicados recentemente no The New York Times, “Quem é Você, Povo de Israel?” e “O Que Nós Judeus Devemos ao Mundo? , “eu esbocei minha posição que eu gostaria de compartilhar com você hoje.

Há apenas uma raiz para todas as expressões de antissemitismo. Nem os judeus, nem aqueles que não gostam deles sabem a principal razão para o antissemitismo. Assim como impulsos inconscientes que nos obrigam a executar ações que não podem ser explicadas, o antissemitismo não requer qualquer base racional. Com os primeiros sinais de crises sociais ou financeiras, o antissemitismo fica mais forte e se revela na forma de acusações e reclamações contra os judeus.

A única maneira de erradicar o antissemitismo é arrancá-lo completamente da sociedade. A coisa mais surpreendente é que as vítimas do antissemitismo têm em suas próprias mãos a chave para resolver este problema. Todos nós, cada homem, mulher e criança, nascemos com um desejo básico de viver em paz, segurança e felicidade.

Profundamente enraizada no inconsciente de cada ser humano está a ideia de que isso só é possível se todas as pessoas do mundo aprenderem a tratar umas às outras com sensibilidade e cuidado. Assim como uma família que se preocupa com cada um de seus membros, a humanidade como um todo será capaz de sobreviver apenas se as pessoas forem capazes de se relacionar mutuamente como uma família, não como inimigas.

Muitas gerações atrás, antes da destruição do Templo e do exílio da terra de Israel, a nação judaica estabeleceu uma sociedade na qual eram cultivadas tais relações. Profundamente dentro de nós existe esse atributo dormente; nós temos que despertar esse atributo para que possamos restabelecer as relações de parentesco e amizade por toda a sociedade. Nós nos esquecemos que temos esse atributo, e os outros povos não estão sequer cientes de sua existência.

Os judeus e as pessoas de outras nacionalidades sentem instintivamente que o povo judeu está “retendo” algo especial que não querem compartilhar com as outras nações e que é vital para a sobrevivência da humanidade. Assim, em tempos difíceis as pessoas apontam para os judeus e nós invocamos raiva e ressentimento nelas, que muitas vezes levam à violência. As nações do mundo, instintiva e inconscientemente, sentem esse “algo”, que é o modelo de uma sociedade já construída por nós no passado e a nossa capacidade de manter a sociedade com base na solidariedade, garantia mútua, e cuidado pelos outros.

A antiga sociedade judaica foi baseada no mandamento “Ama o teu próximo como a ti mesmo”. Esse preceito deve voltar a ser obrigatório em nossa sociedade hiperegoísta, mas não temos ideia de como implementá-lo na vida.

Muitas pessoas odeiam os judeus, mas ninguém pode realmente explicar a razão para o seu ódio, e certamente não estão em posição de restringir isso. Como nós continuamos a carregar a semente da responsabilidade mútua de forma inata, temos que despertá-la à vida e compartilhar esse conhecimento exclusivo com o mundo inteiro. Se tivermos sucesso, não só o antissemitismo desaparecerá, mas também todas as formas de ódio deixarão de existir.

A maioria dos judeus não está ciente dessa propriedade dormente e não está sequer ciente de que ela existe. Imagine que lhe dizem que você tem um verdadeiro tesouro em seu bolso e você só precisa tirá-lo para fora do seu bolso para se tornar o dono do inestimável presente. Você questiona a necessidade de encontrar esta joia?

Nós temos um presente precioso chamado “garantia mútua”. Ele dorme em nossos corações e nos recusamos a reconhecê-lo. Se abrirmos um pouco nossos corações, vamos descobri-lo. Nós somos obrigados a compartilhar imediatamente esse tesouro com o mundo inteiro; essa é a única razão dele ter sido dado a nós. É uma propriedade milagrosa “embutida” em nós para que possamos passá-la às outras nações, em vez de armazená-la para nós mesmos.

Caro Michael, essa é a única maneira de tornar o futuro do povo judeu e de toda a humanidade mais seguro e brilhante, e eu espero sinceramente que você se junte a nossa missão.

Respeitosamente,
Michael Laitman

A Coroa Da Criação

Laitman_709Pergunta: Eu quero esclarecer o lugar do homem na natureza. Por um lado, em certo sentido, a vida do homem moderno parece mais miserável do que a vida de um animal, e, por outro lado, como resultado da sabedoria da conexão, o homem pode se tornar um “super-homem” que vê o futuro, e tudo vai ser aberto na frente dele.

Resposta: No entanto, para isso, você precisa sair do seu “eu” e sentir o outro como a si mesmo. Por isso, você sobe acima do seu ego; você não está pensando no benefício corpóreo. Você sobe acima de si mesmo como você o conhece hoje e se integra num grande pensamento, no que é chamado o pensamento da criação, e quer realizá-lo com força total. Então você começa a entender que, para realizá-lo, deve fazer com que todos o conheçam. Isto eleva você acima do nível animal. Você começa a se relacionar com todos de uma forma completamente diferente, relacionando-se num bom caminho, como você faz para si mesmo. Você não sentirá qualquer diferença entre as naturezas inanimada, vegetal, animal e humana, porque se relacionará com todos com amor.

Pergunta: Mas que lugar na natureza eu posso entender?

Resposta: Você se identifica com a mente geral que se encontra na natureza, com toda a intensidade que está no sistema, e você realmente vai subir acima de todas as criaturas restantes, acima de toda a existência, porque vai saber, compreender e ser capaz de doar ao grande pensamento da natureza e seu plano. Dentro deste plano, você irá inserir o fator “livre” que falta, que anteriormente era acidental, pois você não participava dele por sua escolha, e, quando você participa deste pensamento de forma independente, você adiciona intensidade a ele. Graças a você, toda a natureza inanimada, vegetal e animal começa a sentir mudanças para o bem do lado do pensamento da criação, do lado das forças que estão gerenciando e mantendo a vida dentro delas. Finalmente, toda a natureza começa a se acalmar e atinge harmonia.

Pergunta: O que o meu cão sentirá nessa hora?

Resposta: O cão não pode sentir nada, exceto a vida de um animal, boa ou ruim. Mas quando o homem se corrigir, ele também influenciará os animais. Isso vai melhorar a sua saúde e lhes dará uma sensação mais confortável, porque agora o seu cão sofre apenas por causa de você. Se você tem um mau humor, o cão sente. Às vezes, o homem sofre de depressão, e depois de algum tempo o seu cão também precisa de medicação, precisa de medicação contra a depressão. Tudo começa no homem. Portanto, vale a pena para nós fazer esforços, pelo menos pelo nosso cão.

Pergunta: Antes eu pensava que o homem estava no topo da pirâmide de desenvolvimento, acima de todos os níveis da natureza inanimada, vegetal e animal, mas agora eu não tenho certeza qual o meu lugar em todo o sistema da natureza.

Resposta: Como resultado do desenvolvimento egoísta, o homem rebaixou-se à parte inferior da pirâmide, porque se sente o mais miserável de todos, em vez de estar no topo. Mas nós somos capazes de inverter a pirâmide. Os níveis inanimado, vegetal e animal sentem a conexão com o pensamento da criação, com o seu plano, e o homem não sente isso. Nós ainda somos geridos por ele, mas sem o nosso consentimento, sem nos fundirmos com ele.

Nós temos que chegar à adesão, e depois vamos nos encontrar no topo da pirâmide. O mundo inteiro vai pertencer a nós! Vamos subir acima do espaço, tempo e movimento, e coincidir. Assim, o homem se move de coisas corpóreas e cálculos momentâneas que comprovadamente deram errado amanhã ou mesmo no momento seguinte, e saí para o nível do pensamento.

Pergunta: Quem é mais sábio, o homem ou a natureza?

Resposta: É evidente que a natureza é mais esperta! Quem criou quem? A natureza é mais inteligente e mais forte do que o homem.

Pergunta: Então, o que significa que o homem se encontra no topo da pirâmide?

Resposta: Estar no topo significa chegar à adesão com o pensamento da criação. Porque no homem se encontra a capacidade de atingir a compreensão e a realização de todo o plano da criação, o seu propósito; ele sobe ao mesmo grau que toda a natureza, e desta forma atinge equivalência de forma com o pensamento, inclui-se nele, e atinge a conclusão. Isso se chama ser a coroa da criação. O homem foi criado para isso. Justamente por isso nós sofremos hoje. Este é o início da deficiência correta para se chegar a este estado.

Pergunta: Então, nós podemos chegar à conclusão simples de que se aprendermos a sentir o outro como sentimos a nós mesmos, seremos bem-sucedidos em ver o futuro!

Resposta: Correto.

De KabTV “Uma Nova Vida” 23/02/14

No Correto E Honrado Exílio

Laitman_509Tudo começa com o sentimento de exílio. Uma pessoa pode estudar muito, investir, mas a questão é quando (se), ela vai começar a sentir que está no exílio? É possível que ela tenha um monte de desejos, queira conhecer o próximo mundo, mudar a si mesma e o mundo, mas isso ainda não é considerado exílio.

Exílio é a falta de nossa capacidade de trabalhar para o Criador, para satisfazê-Lo, e nada mais. Isto significa que exílio é um nível muito nobre, um estágio elevado e difícil. Como se diz, “Um contra o outro foi criado pelo Criador”. Eu só começo a descobrir que estou no exílio com a ajuda da Luz que doa, me mostra a minha situação e me traz a sensação de exílio.

A Luz fortalece cada vez mais e me traz a sensação de que estou atravessando o caminho dos 49 portões de impureza, porque estou dentro do desejo egoísta e não posso satisfazer o Criador. E assim eu grito: “Deixe meu povo ir!” Eu entendo que não sou capaz de chegar a doar e satisfazer o Criador apesar disso ter sido meu único objetivo e paixão.

Só então eu chego ao fim do exílio e recebo Kelim (desejos) por redenção. Afinal de contas, eu passei por todos os portões, exceto o 50o portão, que eu não sinto e não sou capaz de corrigir.

Assim, a pessoa tem que fazer grandes esforços no sentido de esclarecer os discernimentos que nos governam, em oposição ao discernimento de doação e amor ao próximo. Esse será o verdadeiro estado de descoberta, ou seja, a descoberta do exílio.

Isto significa que “do amor dos seres criados ao amor do Criador”. Eu não sei o que é o Criador, onde Ele está localizado, como se relacionar ou estar em contato com Ele. Nós não temos nenhum meio de comunicação entre nós. Assim, em vez disso, eu recebo outras pessoas e a grande regra da Torá, “Ama o próximo como a ti mesmo”. Se eu conecto tudo junto, eu posso atrair a Luz que Corrige, que é chamada de “Torá”, que me eleva ao nível do Criador.

Isto significa que, em vez do Criador, nós recebemos o grupo, o campo de trabalho onde podemos nos projetar em relação ao Criador. Inúmeros sistemas são construídos de acordo com esse princípio. Existem sistemas muito simples onde eu vejo a mim mesmo, o objetivo, e como alcançá-lo. Este sistema foi criado para pessoas simples, não desenvolvidas ou crianças pequenas.

Uma pessoa mais avançada pode fazer planos a longo prazo que realizou em poucos anos. Esta é a maneira como todos os meios de comunicação agem. Mesmo um foguete que é acionado não vê o alvo que está além do horizonte. Mas eu sei como calcular de acordo com os dados atuais e me dirigir rumo à meta.

E aqui da mesma forma. Se eu me dirijo corretamente, com a ajuda de todos os meios disponíveis (Rav, livros, grupo e disseminação), eu me dirijo rumo ao Criador e vou alcançá-Lo. Assim, é dito, “do amor dos seres criados ao amor do Criador” e “Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Isso significa que nesse mundo eu sempre tenho meios exatos para me dirigir ao Criador.

Se eu entendo isso, eu sinto que estou no exílio correto. Isso significa que me falta o ponto de contato com o Criador. E mesmo sem qualquer contato com o Criador e sem conhecê-Lo, sem quaisquer sugestões, eu posso, no entanto, com a ajuda dos meios disponíveis em mãos, chegar a sensação de que estou no exílio, que não posso dar prazer ao Criador, e que estou longe Dele. Ele está lá em algum lugar! Então eu esclareço onde esse “em algum lugar” está, onde os “49 portões de impureza” estão, e compreendo que o Criador é o oposto da impureza. A partir dessa diferença, entre o exílio e a redenção, o sentimento de deficiência nasce, com o qual eu me equipo, e sou capaz de sair do Egito com grandes posses e continuar a trabalhar com eles para transformar os “49 portões de impureza” em portões de pureza.

Assim, não devemos pensar que não temos meios. Nós temos tudo o que é necessário, exceto os atributos espirituais de doação que receberemos apenas se os desejarmos. E nós recebemos todos os meios para desejá-los.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 07/04/14, Escritos do Ari