Quando “Pão Frugal ” Se Transforma Em “Pão Do Amor”

Laitman_633_4Pergunta: Pessach é um feriado especial. Todo mundo o respeita, tanto as pessoas seculares como as religiosas. Todo mundo se prepara para o Seder de Pessach (refeição festiva), limpa a casa, compra roupas novas, convidando hóspedes e contemplando a melhor forma de comemorar o Seder de Pessach.

Eu quero entender a essência e o significado simbólico deste feriado. O símbolo mais importante de Pessach é Matzá. O que ele representa?

Resposta: Matzá simboliza o estado em que usamos apenas nossos vasos de doação sem a interferência do nosso ego, do nosso desejo de receber. Nós estamos proibidos de usar desejos egoístas, uma vez que são de propriedade do Faraó. Nós temos que ascendê-los. Desprender-se de nossos desejos egoístas significa o “pão frugal” ou Matzá.

Nós temos que nos relacionam entre nós apenas com amor e doação na medida em que isso está disponível para nós. Nós não estamos prontos para isso ainda, nem entendemos plenamente o que significa. Pessach é um “pequeno estado” (Katnut) que está associado com a falta de energia. O feriado significa o nosso êxodo do poder interno do egoísmo e fazer a transição para a jurisdição da união e do amor entre nós.

O nome do feriado, Pe-sach, significa transição, saltar do egoísmo para o amor e doação. Esta travessia é o símbolo do feriado.

Pessach é uma celebração da liberdade; é uma fuga do ego devastador que nos enterra vivo. Como resultado da redenção, nós começamos a ser uma nação livre na terra livre, ou seja, independentes de nossos desejos (país ou Eretz deriva de Ratzon ou desejo). Nós paramos de nos “devorar” como antes. Em vez disso, nos esforçamos para nos tornarmos o povo de Israel, para unir e se tornar um todo.

Isto é o que significa o êxodo do Egito. Não é uma noção geográfica ou física; é uma sensação interna de alcançar a liberdade interior do anjo da morte. Nossa vida cotidiana é a prova de que a nossa natureza má funciona como um anjo da morte que nos enterra. Ele não nos deixa receber prazer, e constantemente nos força a lutar e discutir, e até mesmo nos leva a guerras internacionais.

O egoísmo não é sobre o nosso desejo de receber prazeres padrões da família, crianças, boa comida, férias ou viagens. O ego significa uma má atitude de um ser humano para com outro ser humano. É um desejo de receber prazer à custa dos outros. Isso explica por que o êxodo do ego significa fugir do ódio aos nossos próximos, da inveja constante, da nossa incapacidade de tolerar os outros, desapego, e dividir-se em numerosos partidos e setores.

Pergunta: Será que isso nos obriga a desistir de algo?

Resposta: Você deve rejeitar o seu ego que é medido apenas pelo grau de seu negativismo em relação aos outros.

Pergunta: No longo prazo, eu vou ganhar ou perder em minha sensação interna de felicidade e contentamento?

Resposta: Eu sou totalmente positivo que só podemos vencer e não temos nada a perder. Nós sofremos danos porque tratamos mal uns aos outros.

Pergunta: Se voltarmos aos símbolos de Pessach, o que o Matzá significa hoje, em Israel de 2015?

Resposta: Nós temos que começar a tratar bem um ao outro. Isso irá desencadear uma atmosfera boa e especial entre nós. No início, as nossas relações futuras parecerão muito “simples”, já que não terão muitas nuances e sabores que resultam de nossas intermináveis discussões ​​e mal-entendidos.

Nós seremos como bons filhos cujas mães lhes pedem para não brigar entre si, mas eles não sentem vida num comportamento pacífico. Só depois que eles se envolvem em conflitos com seus amigos eles obtém impressões coloridas.

É por isso que, a princípio, ele é chamado de “pão frugal” ou Matzá. Mais tarde, nós começamos a desenvolver nossas relações, que não só nos permitem nos separar da maldade, diminuindo-nos na medida em que já não tratamos mal os nossos próximos, mas promovemos a abstinência aos outros que nos permite alcançar bons relacionamentos benevolentes entre nós.

É como se nós rastejássemos por um túnel estreito e gradualmente chegássemos a uma ampla e poderosa estrada de relações benevolentes entre todos nós. Assim, o “pão frugal” se transforma no melhor bolo, o chamado “pão do amor”.

De KabTV “Uma Nova Vida” 24/03/15