Chega De Sentir Tédio, Vamos Começar A Trabalhar!

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é a raiz espiritual da indiferença?

Resposta: A raiz espiritual da indiferença decorre do estado de repouso ao qual nosso ego é atraído. É o mais baixo estado egoísta. Eu me deito, não faço nada, encho minha vista com imagens interessantes, minha audição com sons agradáveis, minha boca com comida saborosa e meu nariz com odores agradáveis. Se eu me preencher totalmente, eu fico sem deficiências, e não há nenhum movimento. Eu posso desfrutar a tranquilidade!

Pergunta: Então como podemos superar a indiferença, especialmente durante o workshop, quando de repente me sinto entediado e indiferente?

Resposta: Eu não entendo como alguém pode ficar entediado durante o workshop se ele nos dá uma grande oportunidade de trabalhar. Eu ouço os amigos e sinto que estou ardendo. Primeiro tenho que ser incorporado em cada um. Um dos amigos fala besteira, mas eu me anulo e tento entender suas palavras, aceitando-as como se ele fosse o profeta Isaías. Eu penetro o amigo e quero viver em suas palavras, que é a única razão para ser incorporado nele.

Então outro amigo fala e começa a filosofar e eu mal consigo me conter, mas deixo-o terminar. Aqui eu tenho outro tipo de trabalho: eu estou incorporado nele, sofro e vejo em que medida o que ele diz é certo ou errado. Não é para criticar o que ele diz, mas para me ajudar a ser incorporado nele ainda mais. Quanto mais meu ego critica os amigos, mais profundamente me ajuda a penetrar neles.

Quando acabamos uma rodada de debate, eu estou incorporado em cada um e praticamente explodo como resultado das experiências que me enchem. Não estou cheio de suas palavras, já que não me lembro do que eles disseram, mas estou cheio de meus esforços para ser incorporado neles.

Nós temos que ver o workshop como uma oportunidade de sermos incorporados nos amigos, apesar de nossa crítica. Primeiro, parece que um amigo fala besteira, outro amigo fala demais, outro absolutamente não ouviu a pergunta, e outro nem entende quão baixo ele caiu. Mas tudo isso não importa! Mesmo que eu fosse para outro lugar para participar de uma discussão de mesa redonda, eu também estaria incorporado em meus parceiros e faria o mesmo trabalho com eles. Eu não receberia menos deles do que recebo aqui.

Como posso me sentir entediado se eu constantemente trabalho? Não importa o que o amigo diz, eu tento me aprofundar nele e sentir seu espaço interno. Cada um é como um útero para mim e pela conexão entre os amigos eu formo o útero, entro nele, e sinto que estou dentro de algum tipo de espaço, dentro de um ser humano.

Cada amigo é meu ambiente. Quando terminamos uma rodada completa, eu formo uma bolha de todos os amigos, um saco de líquido amniótico dentro do útero. Sinto-me como um bebê. Eu penetro o amigo, descubro um espaço interior e tento me acostumar a ele, e pelos meus pensamentos, sentimentos de repulsa, eu começo a me identificar com o que está dentro dele.

Comece a trabalhar! Este trabalho interior chama-se reunião de amigos, e não debates sobre assuntos externos.

Da 2ª Parte da Lição Diária de Cabalá 14/02/2014, Escritos do Rabash