Ansiar Pelo Desconhecido

Dr. Michael LaitmanEstá escrito em Divrei Hayamim I (1 Crônicas) 28:9: Conheça o Deus de teus pais, e servi-O. Conhecer significa estar consciente, porque Nefesh, isto é, o desejo em si mesmo, não pode existir sem consciência, sem uma sensação de que há algo claro, algo definido dentro dele. O desejo deve sentir e definir as suas sensações e compará-las.

Junto com a compreensão das sensações, surge uma satisfação; você vê que a pessoa se esforça e anseia por um verdadeiro serviço ao Criador. Isto é o que está em nós, isso é o que nos impulsiona. Nossas vidas são tão confusas, escondendo de nós o que nós estamos realmente fazendo.

Nós também estamos agora realizando tudo o que somos obrigados a fazer; apenas o verdadeiro estado, o verdadeiro mundo em que nos encontramos, se esconde de nós. Nós nos sentimos como uma sombra do nosso verdadeiro estado, e tudo o que fazemos é dirigido a retornar à consciência deste estado subconsciente. Mas junto com isso, nem o nosso mundo nem as ações que fazemos dentro dele vão mudar, mas sim, vamos vê-lo de outra forma.

A pessoa não entende que o seu desejo, sua aspiração, tudo o que ela faz em prol do desenvolvimento egoísta (não importa como ela age em nosso mundo), todas as nossas ações, são contingentes em apenas uma coisa e direcionados a ela: o desejo de perceber o Criador. E até que percebamos o Criador, a origem que nos ilumina e dá vida, não vamos descansar e vamos sempre nos sentir mal. Em outras palavras, a origem de todos os nossos sentimentos negativos é a ocultação do Criador, enquanto Sua descoberta nos dá satisfação, êxtase, que é o objetivo da criação.

A pessoa aspira a perceber o Criador em todas as suas ações, consciente e inconscientemente. Você vê, é como se nós desejássemos e estivéssemos prontos até mesmo para concordar em anular o nosso ego de alguma forma para nos conectarmos: “Coloque diante de nós todas as condições dadas para a existência que possamos cumprir, e daí estaremos prontos para descobri-Lo”.

Porém, embora tenhamos anseios como estes, nem mesmo impulsos, mas desejos permanentes, isso ainda não é suficiente. Mesmo que nós nos reunamos, nos conectemos, cantemos, choremos, dancemos, aprendamos, trabalhemos na conexão, não faz diferença o que fazemos e quanto lutamos, nossos esforços não vão render frutos se a Luz do Criador não os iluminar.

Portanto, os nossos esforços não devem ser espontâneos ou temporários. Eles devem ser cristalizados na forma correta, com intensidade, com direção, com caráter, a fim de atrair a Luz do Criador até nós. Sem a influência da Luz sobre nós, nossa natureza permaneceria a mesma natureza egoísta, e nós nos “ensoparíamos” dentro de nós mesmos, sem que quaisquer mudanças qualitativas ocorram dentro de nós.

Da Convenção em São Petersburgo “Dia Três” 14/07/13, Lição 5