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Trabalhar Com Grupos De Dez: Um Permanente Limiar De Compreensão

Dr. Michael LaitmanPergunta: Se o Grupo de Dez não está suficientemente conectado, como é possível adicionar mais conexão a ele?

Resposta: Haverá mais conexão num Grupo de Dez, se eu usá-lo para me anular.

Em geral, eu preciso usar o mundo inteiro para isso. Pois o mundo foi criado para mim: os amigos, o Grupo de Dez, toda a humanidade, tudo o que está acontecendo, toda a imagem que está compreendida na minha consciência, que se divide em inanimado, vegetal, animal e humano. Toda a minha compreensão da realidade é projetada por mim para que eu transforme a minha compreensão da realidade numa força, no Criador, em “não há outro além Dele”.

Agora, toda a minha compreensão da realidade é dividida aos meus olhos em quatro fases (inanimado, vegetal, animal e falante) e em bilhões de partes, só porque o meu desejo de receber foi quebrado. Especificamente, esta quebra desintegrou o mundo em partes separadas e, assim, oculta a força única. O meio mais útil que me possibilita compreender esta força é o grupo.

O grupo deve se unir e tomar certas medidas para proporcionar a todos a oportunidade de sentir tal unidade, o que significa a conexão. Quanto mais as pessoas se conectam, mais nós subimos de nível para nível. Cada um dos níveis que nós compreendemos primeiro é uma forma fragmentada, dispersa, quebrada e, após isso, nós a trazemos para o conceito de um único todo.

É assim que eu termino o nível atual e posso subir para o próximo nível onde recebo novamente um ego adicional, um desejo de receber adicional. Então, eu vejo novamente uma imagem confusa do mundo, que é caótica e despedaçada de um extremo ao outro do mundo e, novamente, eu preciso coletar e reunir suas partes, atribuindo-lhes uma força de acordo com os princípios de “Israel, a Torá e o Criador são um”, “Não há outro além Dele”, “O Bom que faz o bem”.

E é assim que nós sempre avançamos, passo a passo. A fim de tornar todo este processo mais fácil para mim, eu me encontro num pequeno grupo, num Grupo de Dez. No nosso grupo há várias centenas de pessoas, e é impossível estar conectado a todas; é como se você quisesse estar conectado com o mundo todo. A pessoa não compreende mais do que dez “imagens” reais; é assim que somos construídos. Não é por acaso que em várias línguas primitivas há uma contagem até dez e depois disso vem a definição abrangente de “muitos”.

Mas, basicamente, isso não é primitivo, mas sim o resultado do nosso entendimento. Na verdade, tudo o que é mais do que dez, mesmo que seja quinze e mesmo que seja um milhão, não faz diferença para mim, porque isso transcende os limites da minha compreensão. Por exemplo, se nós despejamos num copo mais do que ele pode conter, não importa o quanto mais, mesmo se derramamos algumas gotas ou alguns metros cúbicos, é a mesma coisa.

Portanto, nós dividimos a nossa sociedade em Grupos de Dez, onde vai ser fácil para a pessoa ser incluída no seu ambiente, para se dedicar aos amigos, para se preparar para um estado onde ela se dedicará ao mundo inteiro, isto é, se dedicará ao poder superior, ao Criador. Sobre isso, diz-se, “Eu me sento entre o meu povo”; é assim como nós preparamos nossos Kelim, é assim que isso se expressa de seu lado.

Mas isso não significa que eu pretendo ficar encerrado dentro do meu Grupo de Dez, ficar isolado dentro dele e ignorar o resto. Uma abordagem como esta já é uma  Klipa – uma casca. Porque, se antes eu era um simples egoísta, agora eu quero me beneficiar, com o meu desejo de receber, da conexão com os outros, da minha devoção a eles. Especificamente neste caminho as forças “sugam” a doação. Neste caso, diz-se, “A dispersão dos ímpios, isso é bom para eles e bom para o mundo. É bom para eles, para que eles não estejam em Klipa, e é bom para o mundo, porque eles não virão para o mundo inteiro com seu método”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 20/08/13, Conversa Sobre os Grupos de Dez

Juízes E Príncipes

Dr. Michael LaitmanTorá, “Êxodo”, 22:27: “Você não deve amaldiçoar um juiz, nem deve amaldiçoar um príncipe em seu povo”.

A pessoa que está num estado interno de livre arbítrio tem uma linha direita e uma linha esquerda, uma diante da outra, e deve conectar ambas, sem anular a linha esquerda, uma vez que a linha esquerda é o julgamento (Din), enquanto a linha direita é misericórdia (Hesed).

A pessoa tem que entender que o juiz e todos os que lidam com restrições o fazem para o seu próprio bem e para o seu avanço. Portanto, ela deve aceitar cada julgamento, entendendo que esta é a forma como deve se comportar e avançar.

Ao mesmo tempo, ela não deve ter pensamentos críticos nem pensar que a decisão é injusta. O juiz tem sempre razão. Isso é provavelmente porque os juízes do passado não eram tão corruptos como são hoje.

Um príncipe é o governador do Criador: é a força que se revela e move você para frente; é a maior força em seu estado atual, para que você, sob nenhuma circunstância pense que não é o representante do Criador, que o controla internamente. É sempre o criador que é ocultado desta forma (neste caso, a imagem de Moisés). Assim, cada vez você deve imaginar que está sozinho com Ele.

Pergunta: Portanto, por que as pessoas amaldiçoam Moisés o tempo todo?

Resposta: A Torá fala sobre como a pessoa corrige o seu ego, e como no processo de correção há constantes descidas, subidas, desacordos e maldições. Assim, a história da Torá parece muito chata.

Embora diferentes eventos sejam descritos, todos eles são muito semelhantes e de acordo com o mesmo padrão, os heróis de cada história, na verdade, passam pelas mesmas situações. Eles tentam fazer algo, mas não conseguem, e há argumentos, problemas e algumas explosões, então há a punição, e depois tudo desaparece e passamos para o próximo evento, e tudo se repete. Toda a Torá se refere a esses estados específicos.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 27/05/13

As Formigas Sob A Carga Da Doação

Dr. Michael LaitmanA criação é basicamente o desejo de receber, a criatura, “algo do nada”, que significa zero, nada, absolutamente nada. O único caso em que uma ação pode ser atribuída ao desejo de receber é se o desejo opera graças à força da Luz, a força de doação que recebe do Criador.

Até então, ele permanece “do nada”, o que significa que nada vem dele. Mas se ele recebe o poder da Luz e opera graças a este poder, torna-se “algo”. Por isso, é chamado de “algo do nada”. Mas é só esse tipo de trabalho que transforma o desejo em “algo” e sem o qual ele é “nada”.

É um conceito. Não só o desejo não existe, mas não há nada que possamos falar, uma vez que ele não pode responder ou agir de qualquer forma por conta própria. Algo pode ser transmitido através dele, mas ele por si só é “nada”.

Assim, “algo do nada” é “algo” no “nada”. Se algo do Criador é revelado na matéria do desejo zero, então já é “algo do nada”. A partir deste ponto o ser humano já pode se desenvolver. Sua origem do “nada” é a adição mais importante, uma vez que, por si só, fora de sua escolha pessoal, com a ajuda do poder que recebeu do Criador, da centelha do ponto no coração, ela recebeu algo da mente e do coração e transformou o “nada” em “algo”.

Portanto, como a criatura, que é “nada”, recebe o ponto de “algo” do Criador? Nós não sabemos isso. Mais tarde, quando nós subimos os níveis espirituais, o alcançamos.

Há pessoas que sentem o início de “algo” em seu “nada” e querem satisfazer essa centelha. Esta é satisfeita através da conexão com outras centelhas, o que só é possível pela superação do ego que as separa. A matéria do desejo egoísta de desfrutar está entre elas, ou seja, a rejeição, e ao superá-la, elas se conectam numa grande centelha que tem que atingir um determinado tamanho, de modo a assemelhar-se à  Luz, assemelhar-se a “algo”.

Isso significa que também há “algo” em nós e que está em exílio, no cativeiro em poder das cascas (Klipot).  O nosso livre arbítrio, a ação que pode libertar a centelha para o trabalho, está ajudando outro desejo da pessoa a superar a inveja, acima do hiato entre nós. Isso não acontece por si só, mas pelo estudo, com um guia e com o trabalho no grupo. Nós não entendemos o mecanismo dos acontecimentos, mas passamos por eles e isso já cria uma ligeira iluminação. Ela decorre das ações corporais, uma vez que não temos nenhuma intenção ainda, mas ainda agimos em conjunto em diferentes áreas, e essa conexão atrai a Luz Circundante no nível de Nefesh.

Portanto, nós começamos a satisfazer a nossa centelha, o ponto no coração, através de um trabalho mecânico simples. Mais tarde, no entanto, quando terminamos este trabalho, nós começamos um tipo mais esclarecido de trabalho, uma vez que já realizamos certo papel no que diz respeito ao grupo, somos incorporados na conexão mais consciente, e entendemos por que e por qual razão.

Agora eu tenho que tomar uma decisão a respeito de como continuar, quais os passos a tomar e quais evitar. Primeiro eu simplesmente me fundi e agora há ações sérias que tenho que explicar: Como e com que propósito eu me conecto com os amigos? Por que eu deveria superar o meu ego? O que devo pagar pela conexão e o que eu deveria fazer com ela?

Se eu adquiro o poder da conexão, a força de doação, eu não a utilizo para o meu próprio benefício. Eu me conecto com o grupo, a fim de me juntar a eles para receber a força de doação dos amigos acima da minha anulação, e agora eu sou como uma formiga, levando essa força para os outros. Mais tarde eu volto ao grupo e recebo uma nova carga dos amigos, uma nova carga de doação, e mais uma vez passo-a aos outros.

Isso significa ser um elo, e é aí que reside o meu livre arbítrio. Esta é a única coisa que eu posso escolher. Eu continuo uma formiga e não exijo mais nada. Apenas me dê o poder de realizar este trabalho, para me anular perante o grupo e perante o público externo.

Por que eu faria isso? Eu faço isso porque assim dou satisfação ao Criador, porque levo a mensagem e o método de se aproximar Dele ao grupo e às pessoas de fora. Eu tomo suas deficiências, estou incorporado no grupo e, com isso eu elevo uma “oração coletiva”, pelas pessoas de fora.

Não há nada que possamos orar no grupo, uma vez que estamos num estado de Hafetz Hesed. O Criador quer eles e não nós. Ele inseriu uma centelha dentro de nós e agora nós podemos orar em grupo, para que Ele nos dê forças para trabalhar com o público em geral, a fim de dar-Lhe satisfação.

Eu contunamente volto ao grupo com os desejos externos, elevo uma oração, recebo a força de doação, e a passo ao público. Este é o meu trabalho, e quando eu o executo, eu purifico os vasos ou os elevo acima do Parsa, formo os mundos de BYA até o mundo de Atzilut. Assim, uma e outra vez, eu realizo o meu livre arbítrio em relação a cada novo discernimento.

Portanto, na Noite de Unidade em Gaash nós sentimos a necessidade de conexão entre nós; nós construímos a intenção de ter o poder de sair ao público em geral, a fim de cuidar deles e servi-los. Com isso nós queremos trazer-lhes um pouco daquilo que dá satisfação ao Criador. A fim de fazer isso nós precisamos da força e é por isso que nos conectamos.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 18/08/13

Não Há Felicidade Na Vida Do Facebook

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (da Universidade de Michigan): “O uso do Facebook prevê um declínio no bem estar subjetivo, em vez de reforçá-lo, mostra um estudo da Universidade de Michigan”…

“‘Superficialmente, o Facebook fornece um recurso inestimável para preencher a necessidade humana básica de conexão social’, diz o psicólogo social da UM Ethan Kross, autor principal do artigo e professor no Instituto de Pesquisa Social da UM (ISR). ‘Mas ao invés de melhorar o bem estar, nós descobrimos que o uso do Facebook prevê o resultado oposto: ele o prejudica’”…

“O estudo descobriu que quanto mais as pessoas usaram o Facebook durante um período de tempo, pior se sentiram posteriormente. Os autores também pediram às pessoas para avaliar o seu nível de satisfação com a vida no início e no final do estudo. Eles descobriram que quanto mais os participantes usaram o Facebook durante o período de estudo de duas semanas, mais os seus níveis de satisfação com a vida diminuíram ao longo do tempo.

“O mais importante: os pesquisadores não encontraram nenhuma evidência de que interagir diretamente com outras pessoas via telefone ou face-a-face influenciou negativamente o bem estar. Em vez disso, eles descobriram que as interações diretas com outras pessoas levou as pessoas a se sentir melhor ao longo do tempo”.

Meu Comentário: Todo o processo do nosso desenvolvimento visa nos levar à desilusão completa e a uma compreensão da necessidade de unidade: é impossível se comunicar no velho e no novo modo, para que possamos nos dirigir ao novo tipo de conexão e interação – espiritual (doação e amor).

Todos Que Sentem As Dores Do Público Merecem Consolo

Dr. Michael LaitmanA realização prática da sabedoria da Cabalá, ou seja, a revelação do Criador às criaturas neste mundo, começa a partir da nossa geração em diante. Agora, juntamente com toda a humanidade, nós descobrimos um Kli (um desejo) para a conclusão da correção, graças à crise mundial e ao nosso trabalho de disseminação em Israel e em todo o mundo. Mesmo que recebamos as menores deficiências das pessoas, graças à conexão entre as suas falhas e as nossas imperfeições, nós podemos elevar tudo isso junto até o mundo espiritual.

As pessoas querem coisas simples, materiais, mas seus desejos são dispostos de tal forma que é impossível corrigi-los sem a ajuda da Luz que Corrige. Esta é a forma da crise atual; cada deficiência, independentemente do seu tipo, é revelada para ser quebrada, egoísta e sem solução no plano deste mundo.

Ela exige a Luz para a sua correção, porque é derivada da inclusão mútua entre todos e requer as conexões corretas em várias direções entre as pessoas e com a natureza inanimada, vegetal e animal. Tudo isto deve estar conectado e ser completado mutuamente, e só então ocorrerá a correção.

Por conseguinte, é claro que a crise não pode ser corrigida através de esforços humanos. Pelo contrário, quando nós aceitamos as deficiências das pessoas e as elevamos, nós realizamos o trabalho Divino, servindo como um canal entre o Criador e as criaturas, e nos tornamos o que é chamado de “reino de sacerdotes e uma nação santa”. Assim, pela primeira vez na história, nós temos a oportunidade de construir um Kli coletivo completo, um buraco de agulha, um Kli para conter a Luz, através da adoção das deficiências do AHP, conectando-as com os desejos de doar de GE e em combinação com a oração (MAN), elevando-as até a Luz de Ein Sof (Ohr Ein Sof).

Diz-se que “todos os que se entristecem com o público merecem o consolo do público”. Isto é, alguém que toma a tristeza e as necessidades do público e as eleva, é o primeiro a merecer a Luz que Reforma, que passa por ele àquelas pessoas com quem ele se preocupa.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 14/08/13

Não Julgue O Fim De Acordo Com O Início

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, Artigo, “Uma Criada que é Herdeira de Sua Senhora”: “Opostos a eles estão iluminações que só podem agir instantaneamente. Assim, quando elas aparecem aqui em seus ramos deste mundo e lhes é dado o controle, não só não se corrigem, como se arruínam. Os nossos sábios chamam isso de “verde”, como está escrito relativamente à Árvore do Conhecimento e Adam HaRishon, que eles comeram fruta verde. Isto significa que é uma deliciosa guloseima, destinada a encantar o homem, mas no futuro, não no presente, porque ainda está crescendo e desenvolvendo-se. É por isso que eles o compararam com uma fruta verde…

A correção dos Kelim (vasos) é realizada de acordo com estágios particulares e nós não os definimos, exceto o nosso comportamento nos estados por onde passamos.

O mundo inteiro foi criado para o bem daquele que trabalha, ou seja, que cresce espiritualmente. Em outras palavras, se a pessoa quer atingir a espiritualidade, ela aceita todas as fases de sua vida com agradecimentos, abençoa o bem e o mal com a mesma intensidade, onde o mal é como o bem.

Tudo vem do Criador e eu só preciso realizar todos os meus estados de forma mais útil. Se eu agir corretamente, então o próximo estado vai parecer mais fácil para mim, isto é, mais perto da realização do meu lado, e mais compreensível, porque eu me preparei.

Uma pergunta pode ser feita aqui: O próximo estado é realmente revelado como mais fácil ou eu posso me tornar mais sábio seguindo a minha ação correta hoje, de modo que esta próxima etapa pareça mais fácil aos meus olhos? Será que o Criador apresenta um desafio mais fácil para mim ou a minha preparação fez o trabalho? O que exatamente mudou?

A verdade é que um fator depende do outro e não temos nenhuma possibilidade de estabelecer a vantagem de um dos fatores em relação ao outro. Na verdade, não importa o quanto a pessoa se eleva; apesar disso, toda a inclinação ao mal será sempre suspensa acima dela. Por mais que ela não tenha se preparado, aparentemente, será necessário submeter-se a maiores correções.

É assim que nós avançamos, e, na verdade, na maioria dos casos não é exigida muita inteligência de nós. Nós só precisamos aceitar a ação que surge diante de nós como correta e combinar com ela a intenção necessária.

Nós não temos a capacidade de fazer uma determinação exata da razão pela qual este ou aquele estado acontece neste momento. Isso também está ligado ao desenvolvimento futuro e a muitos detalhes que são encontrados dentro do sistema geral. Portanto, “simplicidade” é a melhor abordagem aqui, a relação correta para com cada ação.

Portanto, cada vez que este ou aquele estado surge diante de mim, eu devo aceitá-lo como sendo o melhor para mim. Ele vem do Criador, que é bom e faz o bem e “não há outro além Dele”, e neste estado eu devo agir para que especificamente dentro dele, como resultado do meu esforço, eu descubra o Criador como o bom que faz o bem e que “não há outro além Dele”.

Se eu começo a corrigir o meu relacionamento e através do estado atual transfomo-o numa relação oposta, de doação, então eu descubro que “Não há outro além Dele” e o “Bom quem faz o bem”. Por mais que um estado possa, a princípio, ser ruim e prejudicial, no fim ele se expressa de uma forma em que o Criador possa entrar.

Nós devemos sempre lembrar que o início e o fim podem ser opostos um ao outro, como Baal HaSulam explica em seu artigo, “Ocultação e Revelação da Face do Criador”.

Suponha que aos meus olhos hoje todo mundo é ladrão e criminoso, todo mundo me odeia e briga comigo, tudo é obscuro e terrível, eu moro num pesadelo e perco sempre, além das minhas perdas anteriores, erros e todas as oportunidades que perdi na vida. Eu simplesmente me devoro com relação ao Criador que me envia estados como estes. Enquanto eu não for corrigido, isso vai continuar a me devorar.

Tudo ocorre de forma que eu me corrija e veja que “Não há outro Dele”, e que Ele é “o bom que faz o bem”. Consequentemente, todos os maus se transformam em mais úteis e melhores, de modo que o “anjo da morte” (o Faraó, o pior inimigo), torna-se um “anjo santo”, o bem mais elevado.

Imagine as piores pessoas e os estados mais terríveis de sua vida. Então, se você ainda não descobriu o oposto neles, isso significa que você ainda não conseguiu corrigir o passado e não transformou ao menos as transgressões não intencionais em méritos, sem mencionar as transgressões intencionais.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 15/08/13, Escritos do Baal HaSulam

A Pessoa Como Um Instrumento De Pesquisa

Dr. Michael LaitmanTodos os escritos sagrados, a Bíblia, o Talmude e a Mishná, só falam de uma coisa: como podemos entender a nossa natureza e como, tentando avançar gradualmente em direção ao Criador, podemos descobri-Lo ao nos assemelharmos a Ele e nos tornarmos igual a Ele.

Nós podemos descobrir todas as leis da física em nosso mundo apenas sendo iguais a elas. Nós inventamos instrumentos com os quais imitamos a natureza e então a descobrimos. Ao mesmo tempo, eu não mudo, eu mudo o instrumento.

Aqui, no entanto, eu mudo a mim mesmo como o instrumento, eu sou o próprio instrumento estudando o que dentro de mim é oposto ao Criador. Se estes são realmente os meus desejos e tendências, eu começo a entender o que precisa ser mudado dentro de mim. Mas eu não posso mudar a mim mesmo sozinho.

Todo o meu trabalho é ver o quão profundo é o hiato entre o Criador e eu, e eu deveria sempre transformar esse hiato num pedido, numa demanda, uma oração. Então, se essa luta for realmente verdade, o que significa que eu quero que a força, a Luz Superior me corrija, eu recebo uma resposta dela ao sentir essas mudanças em mim.

O trabalho espiritual é o estudo do problema da minha oposição ao Criador e da minha aproximação de uma oração, um pedido. No momento em que eu exijo e peço que um determinado atributo seja realmente mudado em mim, este pedido é real e o atributo vai mudar. É porque a Luz é constante e só aguarda o desejo correto, claro e preciso por ela da minha parte.

Não há nada além disso! No nosso mundo tudo se resume ao fato de que devemos criar uma sociedade que se contenta somente com as necessidades básicas da vida, enquanto todo o nosso trabalho deve ser focado em auto-correções. Então, nós vamos subir ao nível do Criador.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 24/06/13

Entre Duas Qualidades Opostas

Dr. Michael LaitmanToda lei da Torá é como olhar para uma frequência, como num rádio, que nós usamos para nos sintonizar com uma precisão cada vez maior. Nós constantemente aumentamos a nossa sensibilidade ao Criador e, assim, nos aproximamos Dele.

Nós temos um ponto no coração em nosso ego, que é a parte Divina de cima. Eu constantemente desenvolvo este ponto, estudando, trabalhando no grupo e no ambiente certo, e, consequentemente, o meu ego também cresce, a fim de me mostrar sua oposição ao meu ponto no coração. Esses dois atributos contraditórios, opostos, constantemente crescem em mim.

Claro, eu me preocupo apenas com o positivo, com o aumento do ponto no coração em que sinto o Criador, quem Ele é, e o que seus atributos são; no entanto, a qualidade egoísta constantemente cresce oposta a ele, a fim de equilibrá-lo. Eu encontro um hiato entre esses dois atributos, a diferença entre o Criador e eu, e trabalho com isso a fim de odiar o meu “eu” egoísta, que é oposto ao atributo do Criador, de tal forma que o pedido correto pela correção irrompe em mim, e a Luz da correção chega.

Ela na verdade corrige o meu ego, conecta-o ao ponto no coração, que também incha. Assim, a linha do meio é formada em mim, a conexão dos dois pontos.

Não há estado ao longo do caminho espiritual onde eu posso sentar e permanecer no mesmo estado enquanto o relógio está correndo; isso não existe, ou seja, eu sou o único que está em constante movimento. É por isso que eu devo seguir a linha direita imediatamente. Mas como eu deveria fazer isso? Assim, a linha esquerda que vem do Criador cresce constantemente, e graças a ela eu tenho que ansiar pela linha direita. O Criador interrompe meu equilíbrio com o lado esquerdo, enquanto eu anseio pela linha direita em relação a isso.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 24/06/13