Um Instantâneo Das Relações Internas

Dr. Michael LaitmanO Partzuf espiritual é a manifestação da atitude (ou desejo) da pessoa que está focada no seu próximo. “O próximo” é alguém que a pessoa percebe dentro de si mesma depois que corrige sua atitude ou é o próprio Criador.

O Partzuf reflete o grau de sua doação e sua “forma”. Todos os Partzufim (Aba, Ima, YESHSUT, Tvuna, Zeir Anpin, Nukva, Atik, Arich Anpin) denotam várias formas de relacionamento e sistemas de conexão.

O Partzuf é um sistema de conexões entre o Criador e a criação. O Criador é chamado de Keter e a criação de Malchut. O resto das Sefirot apoiam as propriedades de doação que vêm do Criador; a tarefa da criação é adquirir (copiar) essas propriedades. Uma forma especial de conexão, que está impressa num instantâneo é chamada de Partzuf . É um tipo único de relação entre a força doadora e o destinatário, ou seja, quer entre duas pessoas, ou entre uma pessoa e o Criador.

Como resultado de Seu desejo geral de dar, o Criador transfere para nós oito efeitos: Hochma, Bina, Hesed, Gevura, Tifferet, Netzah, Hod e Yesod. Nossas propriedades pessoais e o desejo de receber nos permitem perceber Sua doação ao nível da última Sefira (Yesod), que é o lugar de reunião de todas as qualidades de doação; depois de alcançá-la, agimos em conformidade.

Nós sentimos a nós mesmos e os nossos desejos de receber prazer como agradáveis ou desagradáveis. Se nos sentimos mal, isso significa que todo o sistema funciona de uma maneira que não nos permite traçar quem particularmente é responsável pela nossa dor. Parece-nos que todos os nossos sofrimentos são culpa dos outros, e, de repente, descobrimos todo o mundo em torno de nós.

Se a pessoa começa a se corrigir, fazendo um esforço para justificar o Criador, ou tenta amar o seu próximo, e por isso alcança o Criador (ou seja, define as relações corretas com o mundo externo), ela descobre que tudo é previamente organizado exclusivamente para seu próprio benefício. Ela começa a mudar a si mesma, de modo que em cada momento de sua vida pode considerar a todos como maravilhosos, gentis e positivos.

Para isso, a pessoa precisa mudar constantemente; no final, isso a corrigirá. Se quisermos ver o mundo como um lugar perfeito, temos que mudar a nós mesmos perpetuamente e corrigir nosso egoísmo para que ele se adapte a uma nova percepção do mundo. Isso é chamado de “Amar seus amigos”: nós nos esforçamos continuamente para manter relações harmoniosas, amorosas e de carinho com os outros, o que acabará por nos levar ao Criador. Este mecanismo constantemente nos transforma. A pessoa continuamente mudando internamente, mas, ao mesmo tempo, deve manter uma visão dos seus amigos como grande. Se ela consegue agir assim, certamente se corrige.

Esta é a maneira que a pessoa trabalha na estrutura, em seu Partzuf, que a conecta com o Criador. Esta ainda não é perfeita. Portanto, a pessoa não sente uma conexão recíproca dentro desta estrutura, como entre duas pessoas que estão apaixonadas uma pela outra: “Eu sou do meu amado, e Ele se esforça para estar comigo”. No entanto, a pessoa tem que crescer nessa condição.

Veja que grandes possibilidades de trabalho o grupo e o ambiente nos dão. É totalmente suficiente se sempre nos testarmos, perguntando: “O que eu acho deles? Como posso apoiar meus amigos? Como faço para me conectar com eles? Estamos realmente juntos ou não?”.

Tudo está bem na nossa frente; não há nenhuma dúvida de que está orientado diretamente para o Criador. Isso acontece automaticamente, uma vez que Ele está por trás de tudo isso. A pessoa pode estar totalmente confiante deste fato; não há necessidade de verificar. Claro, ela tem que manter a intenção correta para com o Criador, já que a ação final já está incluída no pensamento inicial; por isso nós temos que nos dirigir ao Criador em primeiro lugar. No entanto, temos à nossa disposição uma ferramenta maravilhosa para medir que claramente nos demonstra o que devemos fazer em nosso estado atual.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 14/10/12, O Estudo da Dez Sefirot