Encontrando A Força Que Equilibra O Ego

Dr. Michael LaitmanExiste uma necessidade cada vez maior de conexão no mundo de hoje. Por um lado, a conexão integral do mundo é revelada, e, por outro lado, a falta da nossa adaptabilidade é expressa sob a forma de uma crise.

A fim de ajudar as pessoas que têm desejo pelo desenvolvimento espiritual, o que significa pela conexão e unidade, nesta unidade, assemelhando-se à natureza, nós seremos capazes de revelar a força superior que a gerencia, para sentir, ver e aprender a dominar o sistema que nos controla, o chamado mundo superior: por isso nós nos reunimos e queremos nos adaptar gradualmente ao estado de equilíbrio com este sistema, com a natureza. Tal abordagem gradual, passo a passo, é chamada de níveis de ascensão espiritual, uma equivalência espiritual.

Estes são níveis sérios e complexos devemos superá-los e resistir ao nosso ego. É por resistir a ela que conhecemos e atingimos este sistema.

Tal como todos os sistemas no mundo operam por meio de duas forças que se contrariam (positivo e negativo, a contração e expansão, e assim por diante), entre eles existe um mecanismo mecânico, pneumático, elétrico ou outro mecanismo, e estas duas forças são as forças do desenvolvimento e movimento deste mecanismo, e em nossos corpos existem duas forças constantemente opostas. De um modo geral, elas podem ser reduzidas às forças de absorção e secreção. Nós existimos com base nestas duas forças. Elas mais ou menos se contrabalançam ou agem alternadamente nos níveis da natureza, exceto num único objeto em particular: o homem.

O ser humano está sob a influência de uma única força: a força egoísta que controla, administra e governa, e faz o que quer com ele. Não há outra força que seja oposta ao nosso ego, e este é o nosso problema. Portanto, nós não podemos ser equilibrados, sábios e fazer o que queremos, mas constantemente fazemos o que a força egoísta nos obriga a fazer, mesmo que isso possa nos prejudicar.

Olhe para o que está acontecendo no mundo agora! Nós estamos serrando o galho em que estamos sentados. Estamos poluindo o ar que respiramos, cortando florestas, transformando grandes áreas em desertos áridos, fazendo com que icebergs derretam, e causando mudanças desastrosas no clima, de modo que em breve será impossível existir neste planeta. O ritmo desta crise está acelerando de forma ameaçadora, e não podemos fazer nada sobre isso.

Por que a natureza está fazendo isso? Para nos mostrar até que ponto somos manejados por esta força egoísta e quanto carecemos de outra força que se oponha a ela para pelo menos alcançar um equilíbrio. Mesmo que fôssemos totalmente opostos à força egoísta, mesmo que fôssemos altruístas absolutos, não poderíamos existir. Afinal, deve haver uma força de equilíbrio entre essas duas forças, a lei de equilíbrio, a lei da troca correta.

Portanto, nós precisamos da outra força, e nós não a temos. No entanto, ela é encontrada nos inanimado, vegetal e animal da natureza. É o instinto!

O instinto faz com que animais realizem determinadas ações e outros não. Ele os restringe e não os força a executar ações equivocadas. Se um leão vê um leão mais forte, ele recua. Há uma clara cadeia de comando, que verifica a força e a retirada imediata. Isto é, há forças de restrição em relação à natureza e a diferentes fenômenos, não importa o quê. Os animais agem de acordo com o princípio simples do ego animal comum que é equilibrado pelo instinto de proteção.

Nós não temos isso. Nós somos privados dele, mas precisamos adquiri-lo, pois, caso contrário, vamos nos encontrar numa condição que ameaça a nossa existência!

A sabedoria da Cabalá é revelada em nossos tempos, para que, de alguma forma, sejamos capazes de adquirir esta segunda força que restringe e equilibra o nosso ego. Ela é oposta ao ego. Ela é chamada de altruísmo, a força de doação, a força do amor.

Se pudermos descobrir esta força na natureza e, de alguma forma, perceber ela dentro de nós e começar a mutuamente equilibrar as duas forças, poderemos ter certeza que de que nossa existência será segura, confortável, boa e desejável. Caso contrário, o nosso desenvolvimento futuro será simplesmente desastroso. Dia após dia, nós vemos como estamos perdidos no ego e que ele vai começar a nos consumir, enquanto estivermos vivos e, no final, nos deixar sem esperança de sobrevivência.

É por isso que realizamos Convenções. Nós fazemos isso para adquirir a força que se opõe ao ego, para tentar equilibrar as duas forças opostas dentro de nós, e para atingir o ponto médio onde podemos ser livres – com livre arbítrio, liberdade de escolha – para que possamos gerir a nós mesmos e avançar. Isto é o que queremos alcançar.

Da “Lição Virtual sobre Fundamentos da Cabalá” 23/09/12