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Focando Na Verdadeira Realidade

Dr. Michael LaitmanAo ler O Zohar e querendo imaginar o grau seguinte, a pessoa deve tentar juntar esforços neste grau e neste mundo, e do mundo interno, e do grupo, a fim de que tudo esteja numa estrutura, porque não há mais nada além disso.

Se alguém é capaz de fazer isso e discernir “Israel (se esforçar pelo Criador), a Torá (a Luz que Reforma), e o Criador são um”, é sinal de que já obteve o foco certo, a atitude correta em relação à verdadeira realidade, que é corretamente representada nela, mas não fora de si mesmo.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 25/10/12, O Zohar

Você Para Esquerda, Eu Para Direita

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”, Item 5: Nós devemos primeiro entender por que a Torá foi dada especificamente à nação de Israel e não a todos os povos do mundo igualmente. Existe aqui, Deus me livre, nacionalismo envolvido? Claro, só uma pessoa insana poderia pensar isso. Na verdade, nossos sábios examinaram esta questão, e isso é o que eles queriam dizer com as suas palavras (Avoda Zarah 2): “Deus deu a Torá a cada nação e língua, e eles não a aceitaram”.

Mas o que eles acham desconcertante é por que, então, foram chamados de “povo escolhido”, como está escrito: “O Senhor teu Deus escolheu-te” (Deuteronômio 7, 06), já que não havia nenhuma outra nação que queria? Além disso, há uma questão fundamental nisso: Será que o Criador veio com a Sua lei em Suas mãos para negociar com esses povos selvagens? Tal coisa nunca foi ouvida e é completamente inaceitável.

A Luz superior trouxe aos babilônios o sentimento da quebra, o sentimento de destruição, o sentimento de uma crise, quando tudo desmoronou diante de seus olhos. As pessoas sentiam ódio e incapacidade de se suportar.

Então, o que elas fizeram? A mesma coisa que fazemos quando uma família não pode viver mais junta: os pais se separam e se divorciam.

Na verdade, foi uma solução muito inteligente, e eles fizeram a coisa certa: “Por que deveríamos torturar um ao outro? Vamos nos separar, você vai para um lado e eu vou para o outro”. Também foi isso que Abraão disse a Lot: “Você vai para a direita e eu irei para a esquerda, ou você pode ir para a esquerda e eu vou para a direita. Você escolhe o caminho que você quer ir. Não devemos seguir o mesmo caminho. Por que devemos lutar?”.

Esta é a forma como a crise na antiga Babilônia foi resolvida. Ela levantou a questão coletiva: “O que devemos fazer?”. E como resposta, alguns começaram a pensar no propósito da vida e no que fazer com esta vida; como elevá-la a um nível superior, enquanto outros continuaram seu autobenefício, a fim de simplesmente obter sucesso na vida.

É claro que a crise traz problemas. Aqui deve haver um despertar externo, alguma pressão que faça com que a pessoa se sinta mal. A nova fase não chega simplesmente, mas é acompanhada de um golpe de sorte. As massas se deparam com enormes desastres, o que as deixam no mesmo nível, mas com a pergunta: “Como é que vamos nos entender? Talvez devêssemos criar novas situações? Revoluções, por exemplo? Ou, talvez, algum elemento de doação, interno ou externo?”. A parte menor é evocada ao ser provocada de Cima. Assim, o Criador transforma a todos, mas apenas alguns que se conectam despertam e são chamados de “nação de Israel”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

Subir Por Um Método Alternativo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”: Nossos sábios nos dizem sobre isso, que o mundo foi criado somente com o propósito de manter Torá e Mitzvot, ou seja, como nossos sábios explicaram, que o objetivo do Criador, a partir do momento que Ele criou Sua Criação, é revelar Sua Divindade aos outros. Isto porque a revelação de Sua Divindade atinge a criatura como uma recompensa agradável, que é cada vez maior, até atingir a medida desejada.

Como nós, os inferiores, ascendemos à perfeição? Nós fazemos isso através da compreensão da verdade. Nós mesmos não sabemos disso; no entanto, aplicando esforços nas circunstâncias dadas, nós agimos de uma forma “alternativa”, e embora este não seja o nosso objetivo, nós formamos os vasos atingindo a verdade através das atividades “secundárias”. Então nós revelamos o que isso significa.

Isso é o que significa subir do nível mais baixo para o nível do Criador. Isto é feito somente através de uma ajuda especial do Alto. Nós não temos nenhuma conexão direta com os graus que subimos, e só indiretamente iniciamos esta subida, de acordo com o princípio “trabalhei e encontrei”.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

A Adesão É Sempre Uma Surpresa

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”: Esta perfeição é expressa nas palavras da Torá e da profecia, e nas palavras dos nossos sábios numa simples palavra, “Dvekut (adesão)”. Porém, o uso generalizado desta palavra pelas massas perdeu quase todo o seu conteúdo. Mas se você se deter nessa palavra por um instante sequer, você será subjugado por sua estatura maravilhoso.

Nós não chegamos à adesão de uma só vez. Há meios, e cada vez que eles são revelados na pessoa, ela fica imóvel, assustada.

Isto não pode ser descrito, discernido, à distância. Nós somos organizados desta forma. Quando a adesão se manifesta até mesmo em pequenas doses, a ansiedade e a incerteza são substituídas pela perplexidade diante de um mundo totalmente novo, que de repente se abre para a pessoa. É claro que ela recebeu isso como um presente do Criador.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

A Vergonha Como Motor Para O Avanço Espiritual

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”, Item 7: Aquele que come e desfruta o trabalho do próprio amigo tem medo de olhar para o seu rosto, porque ao fazer isso ele se torna cada vez mais humilhado, até que perde sua forma humana. E porque o que se estende de Sua totalidade não pode ser deficiente, Ele nos deu espaço para obtermos a nossa exaltação por nós mesmos, através do nosso trabalho em Torá e Mitzvot.

A criação é o oposto do Criador em seu atributo interno, no desejo egoísta de “Eu vou governar”. A única coisa que pode ficar oposta é a vergonha que decorre do defeito no seu próprio “eu”.

Na verdade, esses dois discernimentos se fundem em um, e este é perfeitamente suficiente para levar o ser criado à correção. Isto é porque uma pessoa está pronta para fazer qualquer coisa para que não tenha que sentir o defeito da vergonha em seu desejo de receber. Nós só podemos ter vergonha se for possível cobrir o desejo de receber de modo que ele não será realmente ferido. Mesmo que o desejo de receber possa ser ferido nos primeiros níveis, não podemos aceitar isso no quarto nível, já que ele imediatamente forçará a pessoa a colocar um fim no estado atual e parar o sentimento de vergonha em da forma que ela puder.

Geralmente, nós compensamos os defeitos aprendendo com o nosso ambiente. Todo o sistema é construído dessa forma, de modo que nas três linhas opostas nós possamos de alguma forma lidar com a vergonha. Mas, na verdade, este é um grande sentimento que foi preparado para as almas elevadas.

Pergunta: Como a vergonha está relacionada à adesão que nós temos que alcançar?

Resposta: Vergonha e adesão, medos e ansiedades, o que você quiser, são todos componentes das adesões. Na adesão cada um participa plenamente da forma mais elevada e aberta.

Da 4ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/10/12, “Matan Torá (A Entrega da Torá)”

“Santo” Significa Doar

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, “Kdoshim“, Item 1: E o Senhor falou a Moisés e disse: “Fale à toda congregação dos filhos de Israel e diga-lhes, vocês devem ser santos porque Eu sou santo, o seu Senhor.”

O Criador é chamado Santo, porque Ele tem o atributo de doação. O mandamento “você deve ser santo” indica que nós também temos que atingir isso pela Luz que Reforma, a mesma força que nos influencia.

Embora estejamos submersos no atributo de recepção, esta força nos transforma, e podemos até usar nosso atributo de recepção a fim de doar. É uma coisa muito especial transformar a recepção em doação, pois não há estágio intermediário entre elas. Se houvesse algo neutro, alguma matéria prima informe, como as células-tronco, então você poderia fazer o que quisesse com ela: receber, doar, Gevurot, Hassadim, Dinim, etc. No entanto, o desejo de receber não é neutro, mas age a fim de receber, embora seja de para receber pequenas coisas triviais e falsas, e entre elas nós existimos.

Mas quando a Luz chega, ela nos transforma. O desejo de receber permanece, mas daí nós podemos diferenciar entre o desejo de receber e a intenção de desfrutar. Antes, não éramos capazes de fazê-lo porque o nosso desejo e a nossa intenção eram inseparáveis e em cada desejo, em cada grão de desejo, há uma intenção de desfrutar. Embora o desejo em si possa carecer totalmente de intenção, é possível “descasca-lo” e extrair a intenção mesmo que seja um grande problema. Tudo depende do desenvolvimento do desejo.

Ao estudar a sabedoria da Cabalá nós aprendemos que o único ser criado, o desejo de receber, desenvolveu-se de acordo com as quatro fases da Luz Direta e só na quarta fase é que começou a sentir a forma especial do Criador, não como um cão, por exemplo, que sente seu dono porque está conectado a ele e quer desfrutar dele. Está inclusive pronto a dedicar sua vida a ele e a todos por amor-próprio. Portanto, nós vemos que esse amor dentro do desejo de receber é possível.

Na quarta fase, no entanto, o ser criado começa a sentir o Criador, que lhe doa e é separado dessa doação sem receber nada de volta. Ele desfruta o fato de que o Criador doa ao ser criado; uma doação que deriva Dele, mas não retorna a Ele. Quando o ser criado começa a sentir a ação do Criador sobre ele, ele sente vergonha. Dessa raiz da vergonha, da doação que o ser criado descobre, nós recebemos o “ponto no coração”, a raiz da nossa alma. A partir deste ponto nós nos desenvolvemos. Se o ponto no coração é revelado em alguém, ele pode certamente realizá-lo.

Portanto, “Santo” significa que estamos afastados de nós mesmos e aderimos à doação.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/10/12, O Zohar

Arca De Noé Para Todo O Grupo

Dr. Michael LaitmanNós precisamos obter o poder de avançar não pelo desejo de receber. Nele, nós não queremos receber nenhum presente. Caso contrário, permaneceríamos sempre no nível deste mundo, como vemos na ciência e, em geral, que cada motivo egoísta não leva a nenhum avanço espiritual.

O avanço espiritual só é possível pela força que é revelada nos vasos de doação. Portanto, o que devemos fazer se não temos esses vasos? Como podemos avançar? Onde podemos obter a energia para essas ações?

Aqui nós precisamos de fé acima da razão. Essa energia, esse poder mental, também vem de Cima, mas na fé acima da razão, o que significa que não é em nossos vasos de recepção, mas através do ambiente. Na medida em que podemos trabalhar com o grupo na grandeza do Criador, nós nos impressionamos um com o outro e nos capacitamos.

Esta força não faz parte dos nossos vasos pessoais, embora venha de nossa conexão e doação mútua. Com isso nós atraímos a Luz que Reforma, que nos permite avançar.

No final, os vasos que trabalham com a intenção de doar, com a força de doação, são construídos na pessoa. É um mecanismo totalmente novo que age de acordo com as leis da física espiritual. A pessoa está autorizada a trabalhar para doar, pelo Céu. Isto é o que temos que alcançar.

Isso significa que não temos que perseguir o conhecimento e a revelação do Criador, a Luz. Você anseia pela aquisição dos vasos de doação, pela capacidade de realizar verdadeiras ações espirituais, sem qualquer benefício pessoal. Se o grupo aceitou isso como seu objetivo, ele recebe uma iluminação de Cima, que constrói nele o vaso de Bina, que também é chamado de Arca de Noé.

Da Preparação para a Lição Diária de Cabalá 24/10/12

“A Felicidade É A Igualdade”

Dr. Michael LaitmanOpinão (Robert Skidelsky, professor emérito de Economia Política na Universidade de Warwick, economista e historiador, político, membro da British House of Lords): “Mais igualdade não só produziria o contentamento que flui de mais segurança e melhores condições de saúde, mas também a satisfação que flui ao se ter mais lazer, mais tempo com a família e amigos, mais respeito dos companheiros, e mais opções de estilo de vida. Grande desigualdade nos torna mais famintos por bens do que de outra forma, ao nos lembrar constantemente de que temos menos do que a pessoa ao lado. …

“O filósofo do século XIX John Stuart Mill tinha uma visão mais civilizada:

“Eu confesso que não estou encantado com o ideal de vida mantido por aqueles que pensam… que o atropelamento, o esmagamento, as cotoveladas e pisadas nos calos dos outros, que formam o tipo atual de vida social, formam a condição mais desejável da espécie humana. O melhor estado para a natureza humana é aquele em que, enquanto ninguém é pobre, ninguém deseja ser mais rico, nem tem qualquer razão para temer ser passado para trás, pelos esforços de outros para empurrá-los para frente”.

Meu comentário: O ser humano é um sistema psicológico e determina seu estado só em comparação com seus pares. Portanto, o futuro, como é sentido e percebido, depende das “configurações” do sistema “indivíduo-sociedade” em cada ser humano. Isso é realizado na educação e formação integral.

“A Europa Pode Mergulhar Numa Guerra Se O Euro Quebrar”

Dr. Michael LaitmanOpinião (Vince Cable, Secretário de Estado para Negócios do Reino Unido): “A Europa pode mergulhar numa guerra se o euro quebrar, advertiu Vince Cable”…

“‘Nós tendemos a esquecer, até sermos lembrados na última semana pelo prêmio Nobel, que o projeto europeu foi construído a fim de resgatar a Europa do nacionalismo extremo e do conflito. Não há nenhuma garantia automática de que isso não vai voltar’. O secretário de Negócios descreveu o euro como ‘muito importante’ e disse que o Reino Unido ‘seria ouvido bem alto se ele começasse a falhar’”.

“Ele acrescentou: ‘Minha sensação é de que os alemães, em particular, percebem o quanto está em jogo. Uma série de medidas sensatas foi tomada nos últimos meses’”.

“‘Eu acho que no fundo há bastante senso comum e um senso de sobrevivência para evitar que isso saia do controle. Se isso acontecer, eu temo que as consequências vão ser horríveis para nós’”.

Meu comentário: O problema não está no euro e nem na Europa, mas no programa geral do desenvolvimento evolutivo humano. A humanidade deve passar para o próximo estado, a equivalência com a natureza, o que significa unidade e consumo razoável. Unidade, porque aqui nós nivelamos o nosso egoísmo e nos tornamos como todas as partes da natureza, interligados com ela. Consumo razoável, porque neste estamos em equilíbrio com a natureza inanimada, vegetal e animal.

Com esta mudança em nós mesmos, nós saímos do nosso egoísmo e começamos a sentir o próximo nível da natureza, a esfera de doação, além da esfera de recepção em que existimos por enquanto. Assim, o euro desempenha apenas um pequeno papel, nos empurrando para a mudança.