O Colapso Do Egoismo

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “A Arvut (Garantia Mútua)”: Se parte da nação não quer manter a Arvut, mas antes escolhe rejubilar-se no amor próprio, eles fazem com que o resto da nação permaneça imersa na sua sujeira e baixeza sem que alguma vez encontrem uma forma de sair da sua sujeira.

Pergunta: Como posso corrigir o meu desejo pela sujeira e baixeza?

Resposta: Eu actuo em relação aos amigos, e os amigos actuam em relação a mim. Isto significa que eles me corrigem? Sim, corrigem-me. E eu corrijo-os a eles? Sim, corrijo. Como posso corrigir-me a mim mesmo? Eu corrijo-me através da correcção deles.

É isto o que significa a garantia mútua. Ninguém faz isto sem os outros, e ele depende dos outros em todas as suas acções no sentido positivo e negativo, na alegria e tristeza. Ele depende das boas e más acções deles, e eles dependem de suas boas e más acções.

Hoje, isto está a tornar-se uma realidade que se manifestará no nosso mundo de uma forma muito desagradável. Se algo mau ocorre num país, os outros países sentirão logo isto. Por outro lado, se algo bom ocorre em outro lugar, os outros mudarão igualmente para melhor.

Este é um verdadeiro colapso para o meu egoísmo. Eu quero que os outros se sintam mal e que eu me sinta bem, ser um vencedor em comparação a eles. Quero o que é pior para eles em vez de para mim, e isto magoa o meu coração. Mas agora, vemos como a integridade da natureza nos compele a pensar diferente. Ensina-nos que ninguém pode se beneficiar sozinho. Se é bom para alguns, será também bom para outros. Não há tal situação em que é bom para alguns e mau para outros.

Gradualmente, aproximamo-nos desta imagem do mundo. Vejam o que está a acontecer nos países desenvolvidos. Se existe uma derrocada num deles, o resto não sabe o que fazer, e eles caiem logo após. Atingimos uma ordem económica tal, isto é, tal egoísmo, que todos dependem de todos os outros. Esta é a garantia mútua, e assim é como ela se manifesta.

Não penso que dependa, digamos, da França. O que é que eu tenho a ver com a França? Contudo, agora devo cuidar que nenhuma falência ocorra lá. Se a França for à bancarrota, então indubitavelmente, irá afectar o meu bolso dois dias depois. Além disso, irá afectá-lo negativamente. Se eu colhi benefícios disso, deixarei que vão à bancarrota. Mas não funciona dessa forma: eu magoo-me também.

Além disso, anteriormente, os problemas dos outros trouxeram benefícios. Antes do mundo se conectar num sistema integral, todos agiam no seu próprio interesse, não considerando os outros. Cada país preocupava-se apenas com o seu próprio ganho. Cada vez, fazíamos análises vigorosas e egoístas para ganhar à custa dos outros. Mesmo se isto requeresse começar uma guerra contra eles e destruir o outro lado até ao chão, era melhor para mim.

Hoje, gostaríamos de seguir ao longo das mesmas linhas, mas não podemos. Em breve, descobriremos que uma guerra não pode ser começada. Dependemos uns dos outros em tal medida que eu não consigo fornecer algo a mim mesmo sozinho. Faltar-me-á qualquer coisa que eu destruir aos outros.

É a isso que chegámos. Desejando o bem para nós próprios, para nossa nação, o nosso país com as suas estruturas e instituições, eu devo tomar conta de toda a gente. Apenas então será bom para mim.

Este mecanismo age na doação entre Partzufim, entre pessoas, e entre a pessoa e o Criador. Tenho de tomar o desejo do meu amigo com o objectivo de satisfazê-lo e colocar o meu desejo ao seu serviço. Apenas sob a condição de que eu satisfaça e tome conta dele, fluirá toda a abundância através de mim e revelar-se-á em mim 620 vezes maior.

O mundo não percebe ainda em que sistema estamos a entrar. Para tal acontecer, precisamos dizer isto às pessoas assim que possível. Caso contrário, o desespero delas irá levá-las à guerra. Elas simplesmente não terão escolha.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 17/7/11, “O Arvut (Garantia Mútua)”