O Livro Que Conecta O Céu E A Terra

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que há de tão especial na Torá que mesmo O Livro do Zohar é só um comentário dela?

Resposta: Os registros que Moisés fez em pergaminho são a expressão material, através de símbolos materiais, das ações espirituais da Luz no desejo. Moisés escreveu em um livro tudo que ele ensinou a seus estudantes. Durante o curso de 40 anos vagando no deserto, eles escreveram toda a Torá, atravessando todo o processo registrado, tanto em corpos como na espiritualidade. Esse é todo o caminho desde o exílio do Egito (material e espiritual), através do deserto (material e espiritual), e na terra de Israel (material e espiritual). Tudo isso se realiza na conexão entre a raiz e o ramo. Moisés expressou todo esse processo na sua forma concreta, e simbólica.

O Zohar expressa o mesmo processo num nível diferente, numa forma diferente, porque o desejo geral de desfrutar que o Criador criou havia, naquela época, avançado bastante e fora aperfeiçoado pela influência da Luz. Desta forma, esse desejo, que passou por altos e baixos, pela destruição do Primeiro e do Segundo Templos, o exílio, e depois alcançou a última quebra antes do último exílio, tinha que receber o método que é apropriado para o final do exílio, para a nossa época.

É por isso que O Livro do Zohar foi escrito, e seus autores foram os sucessores de muitas gerações de Cabalistas, começando com Abraão até a destruição do Templo. O Rabbi Shimon foi estudante do Rabbi Akiva, que revelou uma grande Luz, e assim, ele foi capaz de expressar isso no Livro do Zohar.

A própria Torá está dividida em duas partes: oral e escrita. Isso vem da diferença entre Zeir Anpin e Malchut. Zeir Anpin do mundo de Atzilut é a “Torá oral”, enquanto que Malchut do mundo de Atzilut é a “Torá escrita”.

A Torá é a revelação da Luz. A Luz que chega a Malchut contém tudo que é necessário para transformar Malchut. Mas essa Luz ainda não se realizou na prática; desta forma, é chamada de “Torá oral”. Por enquanto, isso significa trabalhar com as telas.

Sob a influência da mesma Luz em Malchut, mudanças internas acontecem e são impressas em Malchut; isso se chama “Torá escrita”. Ela fala somente das ações da Luz nos desejos desde o começo da criação até seu final. Isso ocorre porque não há nada na existência além dos desejos.

Entre esses desejos alguns sentem que existem por si mesmos, separados de todos os outros. Esses somos nós. Esses desejos contêm qualidades que podem ajudá-los no caminho da correção. É por isso nós recebemos a sensação de carência, nossa própria carência de correção, a compreensão do mal. Assim é que nós nos percebemos.

São exatamente esses desejos que precisam receber “a Torá”– as instruções explicando como eles podem participar da sua própria correção por sua livre escolha, como eles podem atrair a Luz ao desejarem ser corrigidos mais rapidamente, ao invés de esperar que a Luz venha e os sacuda.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabalá 29/05/11, Shamati