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Uma Questão De Proporção

Dr. Michael LaitmanPergunta: A vida em nosso mundo parece uma dor de cabeça sem fim, com pequenos intervalos para dar tempo à pessoa de se pôr novamente em pé depois do golpe, só para receber o próximo golpe. Essa é a história humana e a vida de uma pessoa em particular. Que tipo de progresso é esse e onde estão os presentes que o Criador dá à criação?

Resposta: Imagine que eu estou em uma galáxia distante onde comtemplo uma extensão infinita de espaço e procuro por algo nesse infinito. Eu acelero na velocidade da luz e lentamente atravesso bilhões de anos luz, aproximando-me da nossa galáxia, do nosso sistema solar, e da nossa terra. Eu aterrizo na superfície da terra, e aqui descubro pessoas.

É difícil imaginar a escala com a qual eu possa comparar proporções tão diferentes. Analogamente, nós não entendemos em que tipo de sistema estamos. Nós sabemos como tirar medidas e como pesquisar em nossa própria escala, de acordo com nossas proporções. Nós comparamos peso com o quanto podemos levantar, distância com o quão longe podemos ver, bom e mal – com o que é bom ou mal para nós. Todo nosso espectro é um pequeno fragmento de uma enorme escala, e nossas distinções são minúsculas.

Porém, agora nós estamos falando do sistema espiritual no qual todo o nosso universo é imperceptivelmente pequeno. Estamos falando de mecanismos que são enormes em relação a suas características qualitativas. Comparado a elas, o nosso mundo está em uma qualidade – um pequeno desejo egoísta que é animado por uma pequena centelha de luz. A matéria desse desejo é criada como “algo do nada” pela Luz que penetrou aqui, delineando uma projeção exata da criação espiritual.

E, agora, desde esse estado, você está discursando sobre o sofrimento de toda a humanidade. É verdade, é assim como nós sentimos. Cada pessoa refuta coisas de acordo com sua própria imperfeição e julga de acordo com o que seus olhos vêem. Mas, o que você pode fazer?  É assim que nós temos que avançar, e nesse momento nós somos incapazes de perceber algo além disso. Existe uma gigantesca lona desemaranhada diante de você, mas você não consegue decifrá-la.

Nós somente somos capazes de entender um pouco o simples fato de que existe uma falta de desejos, uma falta de vasos. As questões abundam: “Podemos modificar uma mudança do Criador? Ele pode criar uma pedra que Ele não possa levantar? Por que Ele nos fez inicialmente imperfeitos?”. Porém, todas essas charadas são inúteis.

Temos que entender um princípio de nossas vidas: nós temos que ir através de estados opostos. Somente através desses opostos, ao reconhecer a superioridade da Luz sobre a escuridão, nós formamos os vasos para uma sensação mais alta, mais elevada. Quando eu adquiro os vasos que estão prontos para ela, o mundo se abrirá para mim. Nada está oculto de mim atrás de um muro de pedras. Eu preciso simplesmente construir os vasos dentro de mim para ver a realidade.

Esse desenvolvimento é necessário e o Criador não pode fazê-lo acontecer antes do tempo. Por quê? Por enquanto, eu não sei por quê. Eu posso fazer algumas conjecturas, mas isso não me dará nada. Eu vou varrer tudo de lado, dizendo: “Eu não acredito nisso! Ele poderia fazer isso!”. E não há outros fatos diante de você.

Todavia existe uma regra: a superioridade da Luz é alcançada a partir da escuridão. Qualquer coisa é avaliada somente a partir do seu oposto. Por isso, nós precisamos passar por esses estados passo a passo, formando os vasos para revelar a realidade em que estamos.

Nós estamos no mundo de Infinito, mas não sentimos. Portanto, desenvolva seus vasos. Você recebeu a oportunidade de desenvolvê-los, ou dito de outra forma, de corrigi-los. Você deliberadamente recebeu desejos quebrados que são opostos aos corrigidos. Para que? Para que assim você cresça e os reúna, entendendo e revelando o mundo.

Não há outra forma de avançar. Mais tarde você irá justificar a criação. O processo lento, de milhares de anos, através dos quais nós sofremos, é a verdade em nossa escala. Porém, na realidade, nós não entendemos em que tipo de proporções nós estamos. Além dessa pequena “sala”, existe todo um mundo lá fora que você jamais viu. Você é como um verme vivendo dentro de um rabanete – esse é o exemplo que o Baal HaSulam dá.

Pergunta: Mas por que esse verme está falando sobre o Doador e Seu amor?

Resposta: Para aspirar a isso, para fazê-lo entender que existe uma meta para a qual vale à pena sair do rabanete. Além disso, não somente você recebe o entendimento disso, mas também os meios para fazer isso. Somos como vermes dentro de um rabanete, mas se cada um de nós começar a empurrar os outros para fora, nós realmente sairemos.

Assim, existe uma solução. Enquanto você estava satisfeito com a vida nesse mundo, ninguém oferecia essa solução você. Mas, agora você está sendo colocado num sistema novo e global, recebendo a solução. 

Da 5a parte da Lição Diária de Cabalá 23/06/11, “Matan Torah (A Entrga da Torá                )”

A Alma De Cada Coisa Viva

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Capítulo “Truma [doação]”, Item 217: A alma de cada coisa viva é uma alma que sai d’Aquele que vive para sempre, Yesod de ZA. E como ela é Sua, pois todas as bênçãos vêm d’Ele e estão n’Ele, e Ele irriga e abençoa para baixo, em direção a Malchut , esta alma que sai dela tem permissão de abençoar este lugar, Malchut .

Malchut é o desejo que sempre assume novas formas em sua intenção de doar e sente que se torna preenchido por Yesod. Isto significa que Malchut se torna semelhante a Yesod de acordo com a lei de equivalência de forma. Na realidade, ela se torna como as nove primeiras Sefirot, porque Yesod compreende todas as nove Sefirot.

Quando Malchut assemelha-se às nove primeiras Sefirot, isso significa que a criatura se torna semelhante ao Criador em certo grau. Conforme a semelhança entre elas, conforme suas propriedades equivalentes, Malchut obtém a mesma forma das nove primeiras Sefirot e existe em adesão e união com elas.

Da 2ª parte da  Lição Diária de Cabalá 21/06  11 , O Livro do Zohar

A Fórmula Da Valência Dos Desejos

Dr. Michael LaitmanPergunta: Por que o Criador não criou o desejo de desfrutar que pudesse doar imediatamente? Por que Ele não criou somente a doação sem recepção? Por que nós mesmos devemos revelar essa propriedade de doação, exercendo nossa liberdade de escolha? Por que nós precisamos dessa atitude “dupla” para com a criatura, onde a matéria em si, o desejo de desfrutar, é egoísta e mau, e a forma que ela deve adquirir é boa?

Resposta: Se eu trato essas duas formas opostas apropriadamente, é graças a elas que eu estabeleço uma atitude correta para com o Anfitrião. A atitude correta não pode surgir se eu não comparo uma com a outra, isto é, o desejo de doar que posso desenvolver dentro de mim em relação ao desejo de receber que está embutido em mim na forma negativa, oposta à doação.

Assim, eu agradeço tanto pela qualidade negativa quanto pela positiva, pelo mau estado quanto pelo bom estado. Afinal, a forma negativa é necessária e correta; juntas, elas se combinam em uma forma única que nos conduz para a uma única meta.

Nós vemos o mundo corporal onde os átomos são construídos pela combinação de duas cargas opostas (a positiva e a negativa) e a partícula neutra. Assim acontecem as conexões entre elementos diferentes, opostos.

Então, átomos se combinam em várias estruturas, moléculas, e cristais. Elementos químicos se conectam de acordo com sua valência, isto é, o número de elétrons (as partículas negativas) existentes na órbita que estão livres para fazer a conexão.

Toda a vida está apoiada na unificação e separação, na conexão de todos os tipos de formas. Tudo isso são manifestações do desejo de desfrutar. Se uma molécula tem dois elétrons que estão livres para fazer uma conexão com outros, isso indica sua habilidade de se conectar. Nós sempre falamos do desejo que nós medimos tanto pelo número de elétrons livres ou com relação às forças ou algumas outras qualidades, tais com as forças de atração e repulsão.

Como resultado, é sempre sobre o desejo. Luzes amarelas e verdes, sons diferentes, água, e o céu são vários tipos de desejos. Nós estamos dentro desse desejo. Nada exceto o desejo foi criado.

Porém, dentro desse desejo, eu tenho a sensação do eu e do mundo exterior: os níveis inanimado, vegetal, animal, e falante, ou em termos de qualidades espirituais: “raiz, alma, corpo, vestimentas, palácio”, que também são desejos. Eu tenho que unir e manejar todos eles para que assim eu possa doar com a ajuda deles.

Toda a imagem da realidade, os bilhões de pessoas, o universo, e os mundos espirituais que se revelam na conexão entre nós, são formas de desejo. Eu não posso fazer nada além de revelar cada vez mais o que está dentro desse sistema, dessa esfera. Isso me é revelado dependendo do quanto sou capaz de doar com a ajuda de todas essas formas de desejo.

Nós vivemos em nossas sensações e por isso não entendemos o que significa o desejo em si. Mas, nós entendemos: “eu sinto”, “eu quero”. O desejo não existe separadamente, mas somente quanto o sinto. O desejo percebido já é o “eu”.

Da 4a parte da Lição Diária de Cabalá 21/06/11, “Prefácio à Sabedoria da Cabalá”

Acendendo A Centelha De Luz

Dr. Michael LaitmanBaal HaSulam, “Matan Torah (A Entrega da Torá)”: Aqui diante de nós está uma lei clara, que em todas as 612 Mitzvot (mandamentos) e em todos os escritos na Torá não há nenhum que tenha preferência ao mandamento “ama ao próximo como a ti mesmo”.

Isso é porque eles somente têm como objetivo interpretar e permitir-nos manter o mandamento de amar o próximo apropriadamente, uma vez que ele especificamente diz: “O resto é seu comentário; vá estudar”. Isso significa que o resto da Torá é interpretação desse mandamento único, que o mandamento de ama teu próximo como a ti mesmo não poderia ser completado se não fosse por eles.

“A Torá” é a Luz que corrige nossos desejos. Temos que corrigir todos os nossos 613 desejos e transformá-los em doação. Pode ser doar para doar (“não importa o que seja detestável para você, não faça ao outro”), no estado de Hafetz Hesed, quando nós não prejudicamos o outro. Além disso, nós podemos amar os outros como a nós mesmos, isto é, receber para doar. Desse jeito, temos que avançar.

Somente o homem existe nesse mundo, e se ele quer corrigir seu relacionamento com o próximo, então ele revela nele mesmo 613 tipos de relacionamentos, que representam 612 desejos corruptos. Então, ele começa a corrigi-los através da Luz que Corrige, estudando o sistema correto. A Torá fala somente dos estados corrigidos, do cumprimento dos “mandamentos”, isto é, sobre as correções que temos que passar.

A “Introdução ao Livro do Zohar” explica que a Torá está dividida em 613 conselhos e 613 depósitos. São cerca de 613 Luzes que corrigem em nós 613 desejos egoístas dirigidos ao próximo.

Não estamos falando nem de nós mesmos nem desse mundo, mas do relacionamento com o próximo. Ao desejar me aproximar dele, alcançá-lo, eu revelo 613 desejos corruptos. Essa é a realização do mal. Então, eu desejo corrigi-los; em resposta a cada desejo uma Luz correspondente vem e faz a correção. Como exatamente ela faz isso, eu não sei, e isso não é da minha conta. Eu só desejo revelar o mal e corrigi-lo, mas eu deixo os “detalhes técnicos” para a Luz.

Como resultado, meus desejos se corrigem (conquistam a intenção de doar ao invés da intenção inicial de receber) e se preenchem com essa intenção altruísta. Isso significa que a Luz está presente neles.

Na realidade, com que o desejo corrigido pode ser preenchido? Ele só pode ser preenchido com o seguinte: eu quero e, na verdade, posso doar ao próximo. Essa é a satisfação que nós chamamos NRNHY. Inicialmente, da parte do Criador que criou o desejo de receber, somente uma pequena Luz de Nefesh foi dada, uma centelha, Luz fina, agindo na realidade.

Existe somente a centelha e o ponto do desejo criado como “existência a partir da ausência”. Tudo mais, sem exceção, vem somente do relacionamento entre o Criador e a criatura, que desejam acender a chama de amor entre eles. De acordo com a lei do amor, é suficiente dar pelo menos uma fração a quem me ama; assim, a minha atitude ligada a esse presente torna-o infinito.

Nós deveríamos entender que ao identificar nossos 613 desejos, que são revelados em relação ao próximo, e corrigi-los de recepção para doação, nós obtemos um amplo vaso de doação. Ele está baseado no mesmo ponto da “existência a partir da ausência” que sente somente seu desejo por prazer. Nós temos esse ponto, e sobre ele, nós construímos um vaso enorme que é toda atitude, doação, e amor.

Sua essência é esse mesmo ponto. Expandindo-se, sendo impregnado com sensações, o desejo permanece o mesmo. Tudo que ele tem é a sensação do que, como, e de quem ele recebe. Em outras palavras, é a percepção da atitude do Criador para com ele.

Em todas as quatro fases da Luz Direta existe somente o desejo e a Luz da primeira fase. Tudo o mais vem da reação, da resposta da criatura, de como ela percebe o Doador em vez de como se satisfaz. Uma vez que a primeira fase (o ponto de desejo com a diminuta centelha de Luz de Nefesh) começa a se sentir pelo menos um pouco, ela imediatamente começa a se desenvolver em relação ao Doador.

Assim, nós precisamos entender que todo o vaso espiritual, todo o mundo espiritual, baseia-se no relacionamento entre a criatura e o Criador. Anulando esse relacionamento, mesmo através de nossa própria falta ou não, nós permanecemos no nosso pequeno e escuro desejo, que é nossa realidade.

Da 5a parte da Lição Diparia de Cabalá 21/06/11, “Matan Torah (A Entrega da Torá)”

A Luz De Hochma, A Base Da Vida

Dr. Michael LaitmanBaal Hasulam, O Estudo das Dez Sefirot, Parte 1, “Quadro de Perguntas e Respostas para o Significado das Palavras”: Pergunta 5. O que é Ohr Hochma? Uma Ohr (Luz) que entra no ser emanado na primeira expansão da Luz direta e é o sustento geral e a essência dos seres emanados.

Do lado do Criador, a criação termina nas quatro fases de expansão da Luz Direta, Malchut do mundo do Infinito. Isto é, Ele criou o ponto “a patir da ausência” (Yesh mi Ain), que se desenvolve junto com as quatro fases sob a influência da Luz superior que o rodeia.

A influência do Criador sobre o ponto da criação é chamada de fase zero (Keter), e dentro desse ponto, ocorrem as fases de desenvolvimento um, dois, três e quatro. A quarta e última fase do desenvolvimento do ponto “a partir da ausência” sob a influência da Luz é chamada de Malchut do mundo do Infinito.

É isso que o Criador quis dar ao ser emanado a fim de desenvolver o desejo de desfrutar nesse ponto, para que a percepção, a sensação da Luz, a atitude do Doador para com ele fosse considerada como “Infinita”. Está claro que nós não estamos falando de distâncias físicas aqui, mas definindo as qualidades da essência interna desse ponto. Agora ele percebe e sente o Criador, absorve-O dentro de si mesmo sem qualquer restrição, o que é chamado infinito, imensidão.

Esse ponto da criação aceita completamente, sem quaisquer restrições de sua parte, tudo que o Criador quer dar graças às Suas qualidades de ser bom e fazer o bem. Tudo que acontece depois já é a reação do ser emanado tendo alcançado, com a ajuda do Criador, este desenvolvimento elevado, completo e maravilhoso.

Agora, aceitando tudo que o Criador dá, o ser emanado começa a mudar internamente e do seu próprio lado reage à Luz que o preenche. Em outras palavras, essa é a reação do convidado a todo bem que ele sentiu vindo do Criador e à satisfação dada por Ele. Agora, ele tem que responder a essa satisfação e amor que se revelou nele.

Isso não acaba no estado de Malchut do mundo do Infinito, apesar de que do lado do Criador, o trabalho está completo. Agora, o ser emanado constrói todo tipo de telas e ocultações dentro de si mesmo. Ele rejeita o banquete; ele deseja ocultar o relacionamento do Anfitrião para com ele até que ele atinja a reciprocidade.

Além do mais, tudo isso está acontecendo dentro do convidado, e é como se o Anfitrião nem mesmo soubesse dele. O convidado recusa e aceita, propõe várias condições para aceitar o banquete do Anfitrião. Tudo que acontece abaixo de Malchut do mundo do Infinito é um desenvolvimento interno do ser emanado desejando se tornar como o Criador.

Por isso “a Luz de Hochma é a Luz que entra no ser emanado na primeira expansão da Luz Direta”, isto é, durante a primeira influência direta da Luz Circundante sentida por ele. De fato, tudo que existe na Luz superior, mas na medida de seu desenvolvimento, o ser emanado sente como se a Luz estivesse modificando sua influência nele. A primeira influência da Luz superior sobre o ser emanado, que é “o sustento e a essência do ser emanado”, é chamada de Luz de Hochma (Sabedoria).

Em outras palavras, estou sentado à frente do Anfitrião, e antes de qualquer coisa, eu vejo frente a mim mesmo toda a “comida”, a fonte da vida. Sem ela, eu não posso existir; eu morrerei.

Porém, depois que eu recebo essa nutrição e começo a viver (como foi dito: “se não há farinha, não há Torá”), eu posso fazer cálculos com respeito à minha recepção. Por isso a Luz de Hochma é chamada a base da vida e está presente, aberta ou ocultamente, em todas as ações mútuas entre o Criador e a criatura.

Mesmo quando nós estamos falando do estado onde só existe uma única Luz, Hassadim (Misericórdia), e nenhuma recepção, se diz que isso é “quase” separado da Luz de Hochma. Não está completamente separado da recepção, mas “quase”.

O mesmo ocorre na nossa vida, até certo nível necessário e mínimo, que não seja nem condenado nem elogiado, uma vez que ele seja necessário para apoiar a existência. Esse é o montante para receber as necessidades mínimas da vida definidas pelo próprio ser emanado.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 19/06/11, Talmud Eser Sefirot

Um Novo Conto Sobre Chapeuzinho Vermelho

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que acontece “nos bastidores” das minhas ações quando durante a leitura do Livro do Zohar eu faço esforços repetidos para retornar à intenção, mas eles me parecem inúteis?

Resposta: Seus esforços determinam suas qualidades de percepção, sua sensibilidade, e então você faz a revelação. Tudo está na sua frente, mas sua falta de sensibilidade não lhe permite revelar o sistema de conexão entre as almas sobre o qual fala O Zohar. Seus esforços e orações constroem os instrumentos de percepção dentro de você para sentir essa imagem.

Pergunta: Eu repetidamente tento construir minha intenção de novo, mas parece que faço os mesmos esforços e sinto a mesma coisa que senti uma semana atrás, como se nada tivesse mudado…

Resposta: Suponha que eu esteja entre músicos. Olhando para eles, eu vejo como eles ouvem cada som e discernem a combinação de diferentes sons, e vejo quão importante isso é para eles. À medida que eu olho para eles, eu aprendo como eles tratam os sons. Então, como resultado de meus esforços, eu me torno mais sensível e começo a senti-los.

Então, eu faço perguntas aos músicos e eles explicam as coisas para mim, mas eu não entendo suas explicações. “Um quarto”, “um quinto”, “glissando”, “forte” – essas palavras não me dizem nada, tal qual a terminologia ilegível do Livro do Zohar.

Mas, eu quero aprendê-las! Por isso eu tento me tornar um pouco mais sensível a elas e senti-las. Então, como nós estamos em um sistema especial, de acordo com meus esforços, desejo, e aspiração, eu começo a sentir. É assim também que a criança se desenvolve: ela quer ser grande e está sempre correndo por toda parte, nunca fica cansada e investiga tudo ao redor.

Nós nos perguntamos: como as crianças podem ver o mesmo desenho animado ou ouvir a mesma história milhares de vezes? Porém, é milhares de vezes para nós porque nós não nos desenvolvemos nem um pouco. Mas, a criança vive naquela história. Quando ela ouve um conto sobre Chapeuzinho Vermelho hoje, para ela é uma história completamente diferente, não igual a de ontem. Você olha para ela e pensa: “Bem, eu vou contar a história para ela. Deixe que ela se sente quietinha, se acalme, e a desfrute…”. Porém, ela ouve uma nova história toda vez! E mesmo que ela também a saiba de cor, quanto ela a repete junto com você ela a revive de novo. É semelhante a como você tem que comer hoje, mesmo que tenha comido ontem. É isso que acontece a ela também!

Assim, todo o seu trabalho é desenvolver a sensibilidade para adquirir novas qualidades de percepção.

Da 2a parte da Lição Diária de Cabalá 23/06/11, O Zohar

A Humanidade Em Risco De Extinção

Dr. Michael LaitmanOpinião: Nick Bostrom (Professor da Faculdade de Filosofia da Universidade de Oxford), Riscos Existenciais: Por causa da aceleração do progresso tecnológico, a humanidade talvez esteja se aproximando de uma fase crítica em sua trajetória.

Hoje, nós estamos fazendo algo que nunca fizemos antes na Terra. Se os fatores naturais não foram capazes de destruir a raça humana em centenas de milhares de anos, eles irão nos extinguir no século que se aproxima.

O paradoxo está no fato de que sem a tecnologia nossas chances de evitar os riscos globais são iguais à zero, enquanto que possuir tecnologia nos dá uma chance um pouquinho maior de escapar da extinção, ainda que essa mesma tecnologia geralmente cause esses riscos. O maior fator da causa do aumento do risco é a discrepância entre a maturidade do homem em termos de ética e moral, e o crescimento do poder das tecnologias criadas por ele.

Para minimizar os riscos do desastre tecnológico, nós precisamos fazer o seguinte:

  • Apresentar o problema dos riscos existentes,
  • Criar uma estrutura de ações internacionais cooperativas,
  • Regular o ritmo do progresso tecnológico,
  • Planejar programas dirigidos a minimizar riscos existenciais específicos.

Meu comentário: As tecnologias que produzimos são o resultado direto de nossa atitude egoísta para com a sociedade que nos cerca e para com a natureza. Somente nosso equilíbrio com a natureza poderá nos levar ao uso inteligente das tecnologias. Mas, para alcançar isso, é necessário primeiro transformar a natureza do homem. E isso pode ser feito somente pela força que nos criou: “Eu criei a inclinação ao mal e o método para sua correção”.

Um Novo Livro Em Chinês

Kabbalah Science and the Meaning of Life in ChineseMeu livro “A Ciência da Cabalá e o Sentido da Vida” está sendo publicado na China. Nos próximos meses, nós planejamos publicar mais dois livros em Chinês.

Hitler, Stalin, Ahmadinejad…

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é o grupo? É tipo uma ideia, pessoas ou outra coisa? Por que é que é tão difícil unir-me a pessoas que não são como eu?

Resposta: Cada pessoa no mundo está conectada através da sua alma às outras almas. Você precisa entrar neste sistema interno de interconexão de almas, como se estivesse a mergulhar até ao fundo do oceano. E lá você descobrirá a rede de conexões que liga todas as pessoas.

Todos estão incluídos nesta rede: Hitler, Stalin, Ahmadinejad, Moisés, Abraão, e você. Todas as pessoas que você conhece apenas por sua forma externa, assim como aqueles que você conhece a um nível mais profundo, estão todos interconectados da melhor forma possível.

No mundo exterior, cada um deles ocupa um papel preciso, de forma a despertar os outros para se aproximarem desta rede, mergulhar nela, e encontrar-se lá, conectados com todos em coração e alma. Você precisa de encontrar o contacto interior com eles. O grupo é a unificação interior das almas. E você deve incluir-se a si próprio junto com o resto.

Claro, falando do grupo eu refiro-me principalmente àqueles que estudam conosco. Mas se você entra nesta conexão, você verá que esta rede une a todos, mesmo os nossos maiores inimigos.

Devemos perceber que a casca exterior na qual existimos no nosso mundo é-nos dada de forma a que possamos obrigar-nos uns aos outros a fazer o trabalho interior. Todo este jogo é necessário a você para que o Criador, a força que nos conecta internamente, seja também revelado na sua manifestação externa.

Internamente esta conexão é mantida por Ele, mas externamente depende de você realizá-la! E se você conseguir erradicar o abismo entre a sua interioridade e a externalidade, isto constituirá a sua correcção completa.

Da Lição Diária de Cabalá 25/3/11, Escritos do Rabash

Você Não O Saberá Enquanto Não O Provar

Dr. Michael LaitmanPergunta: O Rabash escreve que uma pessoa deve ter fé. O que é que ele quer dizer com “fé”?

Resposta: Nós apreendemos automaticamente as palavras que lemos nos textos Cabalistas no sentido tradicional a que estamos habituados. Por um lado, confunde-nos sem parar, enquanto que, por outro lado, temos de perceber que não é acidental: nós precisamos simplesmente de clarificar o significado espiritual destas palavras.

A inconsistência e confusão entre a interpretação tradicional da palavra “fé” geralmente aceita neste mundo e o seu significado espiritual é causado pelo facto de que ainda nos falta a percepção interior. Assim que comecemos a experienciar a espiritualidade, esta palavra não nos confundirá mais.

Por exemplo, posso ter ouvido a palavra “salgado” um milhar de vezes, mas até prová-la, não saberei o que significa. O meu conhecimento vem da sensação. O desejo de receber prazer tem de sentir o sabor da satisfação, e até lá continuará a não experimentar nada senão confusão.

Pergunta: Por que é que há pessoas que conseguem logo acreditar naquilo que lhes dizem?

Resposta: Esse é o nível de desenvolvimento de uma pessoa no grau inanimado, vegetal, ou animal. Quando ela atinge o nível “falante” (humano), daí para a frente tem de evoluir independentemente.

Todo o estado anterior da pessoa fica anulado. Se no passado ela acreditava em todo o tipo de lendas, crenças, e religiões, hoje sente-se vazia. E quando ela encontra um professor, não acredita nem mesmo nele. Nem acredita no grupo nem nos livros. Dizem-lhe que os livros foram escritos por sábios, e daí?

A pessoa não mais aceita nada cegamente. O que é que ela faz então? Ela tem de avançar pela fé nos sábios – acima da razão. Isto significa que ela não toma nada “por fé”, mas deve verificar o que a Cabalá descreveu.

De forma a fazer tal, contudo, ela tem de preencher algumas condições: abrir os livros, juntar-se ao grupo, examinar os seus princípios, e esclarecer quão realistas e plausíveis eles são sobre as forças, propriedades, e leis da Natureza. A pessoa precisa de executar esta análise para poder adquirir uma segunda natureza que no momento lhe está oculta.

Pergunta: Mas neste caso, ela está a avançar pela via do conhecimento. Onde é que nela está a “fé acima da razão”?

Resposta: Verdade. Acima da razão é quando a pessoa aceita estas condições e as implementa dentro. Por outras palavras, ela vê todas as dúvidas, confusões e obstáculos como um veículo, uma plataforma para o seu crescimento espiritual.

Todo o trabalho espiritual da pessoa reside acima da razão, mas a cada novo degrau, ela esclarece estas condições pela via da razão. Senão, como poderíamos saber que avançamos?

Da Lição Diária de Cabalá 25/3/11, Escritos do Rabash