Instruções Sobre Como “Conservar” O Egoísmo

Dr. Michael LaitmanO Livro do Zohar, Introdução, Capítulo “BeLaila DeKala (Na Noite da Noiva)“: … a Sitra Achra tem apenas uma fina luz da iluminação de Malchut. Essa é considerada Shoresh (raiz), e é suficiente para a persistência das Klipot… Esta Shoresh também é chamada de “um fio fino”, isto é, uma fina raiz para os pecados. Está escrito sobre ela: “À primeira vista, assemelha-se a teia de aranha, e mais tarde torna-se como cordas de uma carruagem”.

As Klipot são Kelim (vasos) que ainda somos incapazes de corrigir através da intenção de doar. Nós estamos falando de desejos muito poderosos e importantes, nos quais as maiores Luzes serão posteriormente reveladas, na correção final. Em princípio, nós não temos a possibilidade de fazer qualquer coisa com o desejo por prazer. Nós só podemos separar seus componentes e decidir com qual deles somos capazes de trabalhar em várias condições.

Quanto ao resto dos desejos, nós devemos “enlatá-los” (fazer conserva) e constantemente guardá-los, de modo que não escapem e nos ataquem. Todos os inimigos de Israel, isto é, aqueles que odeiam a aspirar “direto ao Criador”, são exatamente os grandes desejos egoístas que ainda não podemos corrigir. A Torá os denomina as nações que nunca deixarão Israel existir.

Naturalmente, nós entendemos que suas guerras são o despertar do egoísmo, o qual é para o benefício da pessoa. Elas permitem-lhe discernir seus desejos não corrigidos e “matá-los”, ou seja, encontrar sempre novas partes neles que possam ser corrigidas e ligadas a ela para serem usadas em prol da doação.

Assim, nós precisamos nos preocupar com as partes egoístas do desejo que ainda não estão sujeitas à correção. Devemos apoiar a sua existência e executar um trabalho espiritual especial em prol delas.

Afinal, eu as sinto dentro de mim. Não basta simplesmente cortá-las e não usá-las. Na fase atual eu as corrijo dando-lhes uma pequena iluminação, designada pela letra Kuf (ק), cuja parte inferior desce abaixo da linha, trazendo um fino brilho para os mundos de BYA e para as Klipot que estão lá.

O mesmo ocorre quando uma pessoa doente está ligada a uma máquina de suporte de vida na sala de emergência. Não que eu finja que estes desejos não existam em mim, mas, pelo contrário, eu admito que eles existam e eu os governo. Acontece que eles dependem de mim, porque neles eu carrego uma pequena centelha de vida.

Nós precisamos da Klipa porque, como uma casca, ela protege a fruta durante o seu período de amadurecimento. Sem essas ações nós não somos capazes de começar a corrigir Malchut.

Da 1a parte da Lição Diária de Cabala 18/11/10, O Zohar