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O Barco Das Nossas Intenções

Dr. Michael LaitmanPergunta: Durante a leitura do Zohar, se eu não consigo manter a intenção e não entendo porque ela é necessária, isso significa que eu estou “fazendo um furo no barco”?

Resposta: Em primeiro lugar, eu tenho que discernir se preciso do “barco”, e se pretendo conseguir algo ou não. O “barco” é a soma das nossas intenções, enquanto que os desejos sem a intenção não são nada além de um grande buraco. As intenções que nós podemos criar acima dos desejos constroem o “barco” para nós, o início (Rosh) de um nível, a tela e a Luz Refletida, o vaso espiritual (Kli). O Kli não é um desejo, mas a intenção acima dele.

Pergunta: Qual é a minha responsabilidade perante o grupo?

Resposta: Se eu estou tentando pensar na meta, eu assumo a responsabilidade por meus amigos, de que eles também estarão pensando nisso. Se eu estou protegendo o nosso “barco” com as minhas intenções e quero que a gente o construa como um completo Kli que tem tela e Luz Refletida, e se estou cuidando dele com todo o meu coração, de  modo que meus amigos também pensem constantemente nele, desse modo eu os mantenho na intenção.

Isto é o que é chamado de garantia. O que eu garanto? Eu garanto que eles não abandonarão a meta.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 24/11/10, O Zohar

Qualquer Um Pode Fazer Isso

Dr. Michael LaitmanPergunta: Um avarento pode alcançar a doação?

Resposta: Nenhuma pessoa é incapaz de mudar, desde que ela seja mentalmente sã. Todos nós somos “pecadores” e “transgressores”. É por isso que nós nos dirigimos à  sabedoria da Cabala: nós queremos que a Luz nos corrija, de modo que possamos merecê-la e nos tornemos semelhante a ela.

Não existe nada em uma pessoa que possa se tornar um obstáculo intransponível. A pessoa tem a oportunidade de corrigir-se, se evitar fugir e desprezar o trabalho espiritual.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/11/10, O Zohar, Introdução, “A Rosa”

Cabalistas Sobre A Cabala Hoje, Parte 3

Dr. Michael LaitmanQueridos amigos, por favor, façam perguntas sobre essas passagens dos grandes Cabalistas. Os comentários entre parênteses são meus.

A Prova de que Nossa Geração Atingiu os Dias do Messias

Uma vez que toda a sabedoria da Cabala fala sobre a revelação do Criador, naturalmente não existe ensinamento mais adequado para essa tarefa. É isso que os Cabalistas visavam – organizá-la de modo que fosse apropriada para o estudo. Então, eles a estudaram de forma oculta (como foi combinado de ocultá-la por certa razão); entretanto, isso foi apenas por certo tempo, e não para sempre, como está escrito no Zohar: “Esta sabedoria está destinada a ser revelada no final dos tempos”.
Baal HaSulam, “O Ensino da Cabala e sua Essência”

Números Indicam Qualidade, Não Quantidade

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que é “uma rosa com treze pétalas”?

Resposta: Na Cabalá, os números caracterizam um estado. Em geral, nós estudamos os estados do nosso desejo em relação ao Criador. Existem apenas dois jogadores neste jogo: o desejo de desfrutar e a Luz (o Criador). Os Cabalistas nos descrevem suas interrelações.

Existem diferentes maneiras de fazer isso. Uma das opções é a característica do número. Os números não designam um valor numérico, mas apontam para as características dos estados. Cada número traz uma essência interior específica e simboliza algo.

O número 13 indica adição, ou seja, as Sefirot HaGaT adicionais. Todos os outros números e seus valores numéricos (Gematria) são calculados de acordo com o mesmo princípio.

Em geral, não existem cores, distâncias, ruídos, ou formas na espiritualidade. O que quer que os Cabalistas nos descrevam, eles sempre apontam para o caráter da interação entre o desejo e a Luz. Tudo se resume a um único parâmetro: de que forma o desejo torna-se similar à Luz em todas as suas qualidades.

Cada desejo é composto por 10 Sefirot ou 613 partes. Assim, cada desejo pode ser considerado como certa totalidade ou volume; ele não é algo único, mas um conjunto de vários detalhes de percepção. Como resultado, nós atribuímos a ele um nome, o caracterizamos com certa luz, som e forma. Mas, no final, nós sempre comparamos o desejo com a Luz.

Da mesma forma, todos os objetos do nosso mundo, desde os sólidos até os gasosos, podem ser retratados sob a forma de ondas com certo comprimento, o que desenha imagens em nossa consciência.  

Da 1ª parte da Lição Diáriade Cabalá 29/11/10, O Zohar, Introdução, “A Rosa”

Você Verá Um Mundo Invertido….

Dr. Michael LaitmanNós existimos dentro de um sistema de forças, no único lugar que o Criador criou – Malchut do Infinito, que está em um estado completamente corrigido (Gmar Tikkun). Nós somos opostos a ele e estamos em ocultação, por trás de 125 níveis que ocultam de nós esse verdadeiro estado. Eu não sinto o verdadeiro estado em que me encontro, e devido à minha sensação, eu estou por trás de 125 níveis de ocultação, filtros que reduzem tudo, colocando-me dentro da névoa e da confusão.

Eu tenho que remover essas ocultações e fazê-lo de tal forma que as absorverei interiormente, transformando-as em revelações. Eu tenho que fazer isso com cada estado, cada véu, e cada nível.

Depois de passar por todas essas ocultações eu fico completamente oposto ao verdadeiro estado, devido à oposição das minhas qualidades interiores. No entanto, se eu pego essa ocultação e desejo ascender sobre ela com a ajuda da Luz, então toda a ocultação se transforma em conhecimento, sensação, revelação e realização.

É assim que nós avançamos da separação total (com exceção da centelha espiritual que desperta em nós) até o nível mais elevado. No entanto, a ocultação não se revela para mim dentro deste mundo. Eu tenho que abandonar completamente este mundo. Essas ocultações tornam-se reveladas entre eu e a Luz, ou entre eu e o Criador.

É por isso que os Cabalistas dizem: “Deixe este mundo em paz, não corrija-o! Ele não está sujeito à correção!”. Você tem que corrigir a sua atitude em relação ao Superior, o Criador. Você tem que transformar a perturbação que você percebe entre vocês em revelação. Esta perturbação é uma camada de matéria, o seu ego, separando vocês dois. É por isso que nós não corrigimos este mundo e, de fato, não temos que fazer nada com ele. Quanto mais você trabalhar na sua conexão com o Criador, mais a Luz brilhará para você e você verá um mundo diferente e invertido.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/11/10, O Zohar

O Lugar Onde Eu Descubro O Criador

Dr. Laitman with StudentsPergunta: Se durante a aula a pessoa sente raiva e ódio em relação aos amigos, como ela pode construir a intenção voltada à união?

Resposta: Em primeiro lugar, a pessoa precisa se ver nela. Então, ela deve imaginar a imagem correta: Eu e o Criador estamos em pólos opostos, e, entre nós, há o grupo. Eu formo a minha atitude para com o grupo até perceber o Criador nele. Na verdade, este é o lugar onde eu revelo o Mundo Superior e o Criador.

Por um lado, a fim de unir-me com os amigos, eu posso submeter o grupo à crítica: nosso esforço não é unificado o suficiente. Mas, por outro lado, como eu posso ter certeza que não estou apenas reclamando ou deslizando a lama do meu egoísmo sobre os amigos?

Eu percebo isso nos comentários deles, de como eles elevam a importância da meta aos meus olhos. Então, tendo sido imbuído da importância da meta, eu me volto ao grupo a fim de encontrar a Luz Circundante (Ohr Makif) que nos corrige.

Graças ao impacto da Luz, eu sofro mudanças e novamente me volto aos amigos para revelar o Criador entre eles. Isso encerra o ciclo inicial da minha análise. Então, a próxima Reshimo (registro ou gene espiritual) desperta, e começa um novo ciclo.

Da 1ª parte da Lição Diáriade Cabalá 28/11/10, O Zohar, Introdução, “A Rosa”

As Fases Da Guerra Com O Faraó

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa revelar os desejos quebrados ou Kelim? Será que nós os revelamos na nossa aspiração de atingir o Criador ou no desejo de unir-nos uns aos outros?

Resposta: Nós só revelamos nossos Kelim quebrados no desejo de unir-nos uns com os outros para alcançar o Criador. E nós os revelamos cada vez mais.

Digamos que na recente Convenção nós descobrimos que, por um lado, gostaríamos de nos unir, mas, por outro lado, não desejamos isso. Algo interior nos impede; há algum inimigo, torpor interno, ou Machsom, que não me deixa chegar mais perto dos outros e unir-me com eles.

Esta é a primeira das dez pragas do Egito ou golpes de Faraó (Faraó é o nome daquele que me detém). Eu sinto que ele não me deixa unir com os outros, embora eu ainda não perceba isso plenamente: por que eu tenho que unir-me com eles, onde está o Criador aqui, e como é possível doar a ele? Por enquanto eu só tenho uma aspiração pela união.

Na segunda vez, isso acontecerá de forma diferente. Nós queremos nos unir e temos que estar juntos para atingir a espiritualidade, porque a espiritualidade se revela apenas na união entre nós. Isto ficará um pouco mais claro para nós. Por outro lado, nós sentiremos novamente que algo nos impede. Nós exigimos: “Livre-nos!”; mas ele não nos deixa ir.

O Criador continuamente revela um poderoso ego mais dentro de nós, o “endurecimento do coração do Faraó”. Então, nós sairemos e atacaremos novamente, e isso não precisa acontecer apenas em uma convenção. Nós veremos que somos incapazes de fazê-lo nós mesmos; nós precisamos de uma força externa. Então, onde está essa força externa? Nós começamos a desejar que o Criador nos una; assim, nós quebraremos a Machsom.

Da próxima vez, começaremos a sentir que a quebra da Machsom significa quebrar a Machsom entre nós. Não devemos atacar alguns limites externos. A Machsom está entre nós, em nossos corações, que estão isolados uns dos outros por um limite egoísta.

Depois, ao fazer um outro ataque, sentiremos que não precisamos de tudo isso para nós mesmos; nós não precisamos disso para unir-nos e revelar a espiritualidade, mas sim para doar ao Criador através disso. Esta é a “última parada”.

Tudo isso se revela gradualmente. Quando revelarmos todas essas fases na prática, e as experimentarmos ao máximo, criaremos assim o desejo (Kli) correto, ou o vaso para receber a Luz. Caso contrário, você não pode revelar a Luz. A Luz existe em abundância, mas você tem de revelar o desejo (ou Kli) correto por ela; você tem que atingir a mesma frequência ou a mesma qualidade. Isso só é possível através das ações que chegam até nós, à medida que elas criam um verdadeiro desejo no qual a Luz se tornará revelada.

Por isso, vamos nos preparar para fazer o próximo ataque no Faraó!

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 30/11/10, Talmud Eser Sefirot

As Perturbações Representam A Linguagem Do Criador

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que significa “estar acima das perturbações”?

Resposta: Acima das perturbações” significa que eu as recebo, processo, mantenho, e permaneço acima delas, como se estivesse acima das ondas.

Eu não as elimino. Elas permanecem dentro de mim e, ao ascender acima delas, eu entro em contato com a Luz, o Criador, Aquele que me dá. Ele me dá essas perturbações de modo que acima delas eu possa me aproximar Dele.

As perturbações representam uma linguagem. O Criador desperta minhas qualidades interiores, que são opostas a Ele. Se eu ascender sobre essas qualidades opostas, eu entrarei em contato com Ele.

Por enquanto, esse contato não é sentido de forma plena, mas, através dele, eu começo a sentir Sua atitude. Eu começo a valorizar estas perturbações, porque elas me colocam em contato com o Criador. Sem elas eu nunca entraria em contato com Ele.

As perturbações me mostram o que nos separa, nos impedindo de entrar em contato uns com os outros. Se eu ascendê-las, eu supero o obstáculo e adquiro certa conexão com o Criador.

Portanto, nós devemos agradecer todas as perturbações; devemos processá-las de forma correta e tratá-las como um obstáculo que devemos superar para atingir a conexão com o Criador.

A qualidade que me separa do Criador torna-se a qualidade que nos conecta, se eu ascendo sobre ela. Embora isso pareça uma perturbação para mim, eu não o percebo como uma perturbação, mas como um meio para criar uma conexão com o Criador.

Se eu me anulo e desejo estar acima das perturbações, eu “nado” sobre elas como um pedaço de madeira sobre as ondas, estando constantemente em contato com o ar. Portanto, eu não elimino as perturbações, mas estou acima delas. Eu preciso delas para ascender sobre elas.

Da 2ª parte da Lição Diária de cabalá 29/11/10, O Zohar

Conserte Minha Alma!

Dr. Michael LaitmanPergunta: O que nós podemos fazer para forçar a Luz Superior a nos elevar ao primeiro nível espiritual?

Resposta: Só existe uma resposta: continue tentando verificar: Você está realmente dirigindo-se à Luz Superior ou à sua fonte, o Criador? Você está juntando todos os elementos? Porque se você não estiver, então você está se desviando do caminho; você não está se dirigindo ao lugar certo e não está entrando no vaso quebrado (Kli) de sua alma, dizendo: “Por favor, conserte-a para mim aqui!”.

Suponha que você pegue um balde furado, vá a um ferreiro, e diga: “Olha, há um buraco aqui. Eu quero que você o conserte”. Então, de acordo com o seu pedido, ele vê o buraco e o fecha.

O mesmo acontece na espiritualidade. Você tem que levar seu vaso (desejo) com o local da quebra e dizer o que precisa ser feito, o que significa para você ser corrigido. Então a Luz certamente fará com que isso aconteça.

A Luz deve realizar isso; essa é a ação em si. O seu trabalho é preparar a intenção para esta ação. A Luz imediatamente cola, repara ou põe um remendo. Isso é feito pela Luz. Mas cabe a você fazer o resto.

Nos níveis espirituais superiores, você tem que levar o Kli sabendo exatamente a extensão da quebra e como ela pode ser corrigida. Nesse ponto, você toma o exemplo da correção do Superior; você concorda com ele total ou parcialmente. Você não analisa apenas a intenção, mas os tipos de correção.  

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/11/10, O Zohar

A Medida Da Pureza No Trabalho

Dr. Michael LaitmanPergunta: Que deficiência no trabalho espiritual permite que as “forças impuras” (intenções egoístas) se agarrem a ela?

Resposta: Isso acontece quando eu, no meu trabalho espiritual, permito que as intenções egoístas (forças impuras) surjam e existam em mim, por querer usar os dados, as forças e os discernimentos espirituais de forma egoísta. Isso me desvia da meta. Prevenir-se contra esses pensamentos é chamado de “a medida da pureza” no trabalho.

Eu posso errar nas minhas intenções; no entanto, um desejo consciente (intenção) “de doar a fim de receber” ou “de receber a fim de doar” é um ato impuro. Por outro lado, a pureza é definido pelo meu discernimento: se estou ou não roubando da espiritualidade em prol da materialidade.

É muito importante não tentar tirar nenhum benefício pessoal em tudo o que diz respeito ao trabalho espiritual. Nós nos apoiamos e somos responsáveis exatamente por isso.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabalá 28/11/10, Beit Shaar HaKavanot