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O Que Se Esconde Por Trás De Cada Palavra de O Zohar?

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capitulo “VaYetze (E Jacó Saiu)”, Item 133: …E dado que essas NHY se juntam com o inferior durante a Katnut, posteriormente, durante a Gadlut, quando o superior trás suas NHY de volta ao seu grau, do lugar do inferior, ele sobe juntamente com elas ao lugar do superior, e o inferior é anexado a elas, também. Logo, o inferior recebe as luzes que estão no superior….

Suponhamos, nós lemos uma passagem de O Zohar. Sobre que falou ele? O Zohar falou da relação entre as almas, entre as partes da realidade e nada mais. Não importa que palavras são usadas para descrever isso, seja HGT, o Superior, Léia, e assim por diante. Independentemente, nós não fazemos ideia do que se está a passar aqui. Os Cabalistas usam as palavras do mundo corpóreo para exprimir a relação de forças na espiritualidade, que é uma realidade completamente diferente.

Quando leio cada palavra, eu tenho de me dizer a mim mesmo: “Esta é a conexão entre as almas. Essa é a qualidade de doação habitando entre nós, e a Luz Superior que preenche as almas (nossos desejos), conectando-os em um recipiente (vaso) comum. Este é o Criador revelado na criatura, e esta é a criatura percepcionando o Criador”. Por trás de todas estas palavras, eu devo sempre ver uma realidade. Então, não faz diferença que palavras eu estou a ler. Depois de cada palavra que eu leio eu recordo-me a mim mesmo que o Livro está a falar sobre união, a qualidade de doação que preenche todo desejo de desfrutar.

A abordagem mais correcta e interna é de sentir constantemente que tudo isso fala sobre união, conexão, amor, adesão, uma única realidade singular, e garantia mútua. Logo, todas as palavras só explicam em mais detalhe essas sensações experimentadas na minha mente e pensamentos. Esta abordagem irá tornar mais fácil perceber tudo o que lemos em O Zohar de forma mais correcta.

Da 3ª parte da Lição Diária de Cabala 25/06/10, O Zohar

O Personagem Principal No Livro Cabalistico

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Nos livros, há sempre um personagem principal da história. Quando eu leio um livro Cabalistico e tento imaginar todas as forças internas, há também uma força central, assim como forças secundárias menos importantes?

Minha Resposta: Quando você lê um livro Cabalistico, o que conta não é o seu entendimento, mas sim o seuesforço. A revelação espiritual é um processo contraditório. Por um lado, a revelação é um processo intimo, individual que ocorre dentro de mim, e por outro, as forças que não necessárias para alcançar revelação vêm de outras almas, através da minha conexão com elas. Isso parece como uma contradição em termos. Eu preferiria que o meu desejo pela espiritualidade permanecesse pessoal com o Criador e a Luz que Corrige. Todavia, se eu desejo revelar a espiritualidade, eu posso fazê-lo apenas na Luz de doação, que vem até mim através do grupo.

Então, segue-se que eu uso o meu ponto no coração (o desejo pela espiritualidade) para ler o livro Cabalistico, e enquanto leio eu quero montar o quadro dentro de mim mesmo como é descrito no livro. Mas que material me serve como base para as mudanças que eu atravesso? Para este trabalho prático, é me dado o ambiente, o grupo. Apenas ao estarmos interconctados uns com os outros, onde eu me relaciono a eles correctamente e eles fazem o mesmo em troca, podemos elevar nosso pedido, MAN.

Em troca, eu recebo a Luz que Corrige; isto é, é me concedida uma atitude correcta que me permite ver o que está escrito no livro. É então que eu me começo a transformar a mim mesmo e a ver a minha conexão autêntica com os outros. Neste ponto, estabelecer união com os outros não é mais um problema. Eles tornam-se o meu mundo, através do qual eu implemento o que leio; ao me conectar com os outros, eu sinto a qualidade de doação, a nossa interconexão que o livro estava a descrever.

Por agora eu posso apenas sentir um conflito irresoluto. Eu concordo em ter um relacionamento entre eu e o Criador, eu e o livro, eu e a Luz, eu e eu mesmo, eu e o livro, eu e o grupo, mas eu insisto sempre que tudo comece comigo! Aqui, contudo, eu preciso de me conectar com os outros de forma a os servir, a agir apenas pelo beneficio deles. Isto é algo totalmente obscuro para mim.

Como posso eu simplesmente mudar a atenção de mim mesmo para os outros sem sentir a diferença entre nós? Como posso eu abrir e dar-lhes o meu coração? Primeiro, eu refiro-me ao livro Cabalistico usando o meu egoísmo, mas depois eu começo a compreender que preciso da força de doação. É então que eu apelo ao grupo para receber uma sensação de doação dele. E quando eu percebo que não tenho e não posso ter esta qualidade, eu compreendo que preciso da Luz que Corrige, que me ajuda a me transformar a mim mesmo de acordo com o livro.

Tendo um desejo comum que recebemos do grupo, todos nós elevamos MAN. Em troca, eu recebo a Luz da correcção e começo a relacionar-me com o livro Cabalistico de forma diferente. Eu posso construir-me a mim mesmo de acordo com as instruções do livro, como montando um conjunto de Lego.

Da 2ª parte da  Lição Diária de Cabala 24/06/10, O Zohar

Karl Marx Sobre A Influência Do Ambiente

Dr. Michael LaitmanKarl Marx, Trabalho Assalariado e Capital, Capitulo 6: Nossas vontades e prazeres têm sua origem na sociedade; nós desta forma medimos-os em relação à sociedade; nós não os medimos em relação aos objectos que servem por sua gratificação. Uma vez que eles são de uma natureza social, eles são de uma natureza relativa.

Meu Comentário: A diferença entre a Cabalá e os métodos de Marx para alcançar a sociedade perfeita é:

De acordo com a Cabalá, a pessoa é transformada com a ajuda da Torá (a Luz que Corrige). De acordo com Marx, a natureza humana pode ser mudada apenas pela influência do ambiente à nossa volta e das relações sociais.

É possível que Marx estivesse consciente que ele estava apenas a descrever a primeira fase da correcção: a unificação. E que posteriormente, na tentativa de se unirem, as pessoas compreendessem sua incapacidade de superar sua natureza. Elas então revelariam que podem usar a Luz Superior para se unir. (Ver artigo do Baal HaSulam “A Crítica do Marxismo”, no jornal “Hauma”).

A Vergonha É Um Nível Espiritual

Dr. Michael LaitmanUma pergunta que recebi: Se hoje eu não sinto vergonha diante do Criador, isso significa que eu ainda não tenho a necessidade de me tornar independente?

Minha resposta: É óbvio que neste momento nós ainda não sentimos a necessidade de nos tornarmos independentes, porque nós ainda não sentimos a nossa dependência Dele. Para que isso ocorra, nós precisamos passar por um desenvolvimento gradual, de causa e efeito: o processo de desenvolvimento da criatura.

Nós vemos um exemplo deste tipo de desenvolvimento em nossas crianças. Elas querem se desenvolver, mas se recusam a ouvir seus pais, uma vez que aspiram a fazer tudo sozinhas. A Natureza as obriga a agir desta forma, pois caso contrário elas não crescem. O mesmo princípio se aplica a nós.

No entanto, o nosso desenvolvimento espiritual ocorre sob a condição de que nós sintamos a nossa dependência do Criador e Ele faça tudo, ao invés de fazermos nós mesmos. Quando nós percebemos essa condição, não queremos permanecer neste estado; queremos nos tornar independentes, grandes, e fazer algo sozinhos!

Por esta razão, a criatura começa a sentir vergonha, a sua dependência do Criador, e desprende-se Dele. Isto quer dizer, nós estamos dispostos a tomar sobre nós a ocultação; nós queremos sentir e protegê-la, nos certificarmos que ela não desaparece. Acima da ocultação, nós construímos a nossa semelhança com o Criador. Entretanto, esta ocultação, a Primeira Restrição, não vai embora. Nós mesmos a adotamos. Nós não queremos ser anulados diante da imensa força do Criador.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/06/10 “A Necessidade do Amor dos Amigos”

As Obras Do Criador São Numerosas

Dr. Michael LaitmanO Zohar, Capítulo “VaYetze ( Jacó saiu ), item 190: “Quão numerosas são as tuas obras, ó Senhor! Em sabedoria fizeste todas elas”. “Quão numerosas são as tuas obras, ó Senhor” indica que não há nenhum número para elas, o que significa Mochin de Hassadim (Luz da Misericórdia). “Em sabedoria fizeste todas elas”, indica o Mochin de um número, de Hochma.

É impossível contar Hassadim, porque não há nenhuma restrição sobre a qualidade de doação e amor, não há espessura (Aviut) do desejo, telas, ou altura. Mesmo se não contarmos Hassadim, nós o fazemos de acordo com a Luz de Hochma, os desejos (Kelim) de recepção, com base nos quais adquirimos Hassadim. No entanto, não há contagem para a Luz de Hassadim em si; não há nenhuma restrição sobre ela ou medida para ela.

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 29/06/10, O Zohar

A Religião É Uma Conexão Inversa Com A Espiritualidade

Dr. Michael LaitmanA religião foi dada à nação de Israel durante o exílio, de modo que a nação percebesse a natureza maléfica do egoísmo e desenvolvesse a necessidade pela Luz que Corrige. Todas as outras nações tinham que evoluir por meio de suas próprias religiões e crenças. Voltando à antiga Babilônia, Abraão “deu presentes (sistemas de crenças) aos filhos de suas concubinas e enviou-os ao Oriente”. As nações vizinhas receberam esses “presentes” sob a forma das religiões do mundo: o cristianismo e o islamismo. Eles são considerados presentes porque se originam do Criador, e sua missão é trazer as pessoas para mais perto Dele. Seus seguidores também são chamados a ajudar o homem a compreender a natureza maléfica de seu egoísmo.

Todas as religiões são uma “conexão inversa com a espiritualidade”. Esta conexão, em última análise, mostra-nos que somos opostos à espiritualidade. Aos poucos, nós revelamos que o nosso egoísmo se desenvolveu a um ponto sem volta; é como um tumor canceroso que nos consome. Isto é revelado com a ajuda da Luz. Todo o nosso desenvolvimento histórico ocorreu devido à influência da Luz Superior. A Luz faz tudo para nós, agindo diretamente ou em sua forma inversa.

A Luz desenvolve nosso egoísmo e, gradualmente, elucida a sua própria natureza para nós. Ela nos permite ver que existimos na natureza egoísta e má, e que só distinguimos escuridão, que é apenas o que é benéfico para nós. Nós lentamente percebemos o egoísmo como mal, como a razão para todos os males do mundo. Ao perceber tudo isso, nós trabalhamos para o bem. Estas são as etapas necessárias do nosso desenvolvimento.

Da 3a parte da Lição Diária de Cabalá 29/06/10, “Prefácio ao Comentário Sulam