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Qualidade Vezes Quantidade é Igual a Poder

Recebi uma pergunta: Que conclusões, para nosso trabalho interior, podemos tirar do princípio que toda a realidade é perfeita em relação ao Criador?

Minha resposta: Isso indica que todas as falhas estão dentro de nós, não no Criador, e precisamos somente nos corrigir para sentir a perfeição. Na realidade, nós já existimos nesse estado perfeito.

Eu espero que nos preparando para nosso Congresso em fevereiro e nos reunindo, nós alcançaremos uma tão poderosa unidade que nós realmente a sentiremos. A espiritualidade se revela somente na unidade das almas, não nas almas. Dentro das almas individuais só é possível sentir nosso mundo, enquanto que o mundo espiritual é sentido dentro da conexão entre as almas.

Essa conexão pode ser alcançada em virtude da qualidade, nesse caso é suficiente ter um pequeno número de pessoas – mesmo dez pessoas são suficiente se elas são muito poderosas. Por outro lado, se há muitas pessoas, seu número pode compensar o que lhes falta em qualidade.

Qualidade vezes quantidade é igual a poder. Assim, esperamos que a próxima reunião irá conectar novos e antigos estudantes em um todo, e então cada pessoa receberá a força inteira dessa união que nos dará um empurrão para cima, em direção ao entendimento e à sensação de uma nova realidade espiritual. Então, nós a sentiremos além da realidade mundana que sentimos hoje.

Um Congresso É a Chance de Se Tornar um Embrião Espiritual

Recebi uma pergunta: Nós terminamos o mega-Congresso Virtual 2010, no qual muitos países tomaram parte, e, em fevereiro 2010, haverá um grande Congresso em Israel que vai ser apoiado por todo o Kli mundial. Qual é a melhor maneira de combinar o estudo do Livro do Zohar com nossos encontros e Congressos?

Minha resposta: Tudo isso se combina maravilhosamente. Todos os nossos encontros, nossos Congressos regionais e mundiais são programados para que nos unamos. Ao nos unir com outros, nós permitimos que a Luz seja revelada de acordo com a lei de equivalência de forma. A Luz é uma, e é preciso somente um desejo, um vaso. Quando nos unimos na prática, trazendo nossa união à vida e fazendo-a real, então no grau em que fazemos esforços e desejamos realizar isso, a Luz se acerca de nós.

Por ora a Luz brilha sobre nós à distância. É a Luz Circundante em lugar da Luz Interna porque nós ainda não estamos unidos mesmo no mínimo nível para sermos capazes de percebê-la como Luz Interna. Se eu me anulo completamente, então eu não coloco nenhum obstáculo à união desde que eu me anule frente aos outros. Isso significa que eu entro no útero espiritual, composto de todas as outras almas. Elas estão todas corrigidas em relação a mim; eu sou o único que não está corrigido. Se eu me anulo e ao meu egoísmo ante elas, desejando me unir a elas, então eu serei uma gota de sêmen no útero.

Se uma pessoa alcança esse estado mínimo, então ela entra na espiritualidade como um embrião. O Criador é revelado dentro da união entre nós, como está escrito: ”Eu habito entre as pessoas”. Ele habita dentro de Seu povo – na união entre as almas. Quando eu estou só, eu sou como um corpo estranho em relação aos outros, enquanto todas as outras almas estão conectadas.

Assim, é preciso primeiro e principalmente cancelar-se em relação às outras almas ao conectar-se com elas. Isso é o que cada um de nós está tentando alcançar em todos os nossos encontros e Congressos, incluindo o próximo Congresso cujo ponto focal será Israel.

Uma Abençoada Semente Plantada no Jardim

O Zohar, Capítulo “Bo”, Item 57: E Ele plantou aquela semente em um homem justo, que é Yesod de Zeir Anpin.

Eu tenho que imaginar que possuo essa qualidade – Yesod de Zeir Anpin, que é chamada um homem justo, é onde minha semente é plantada, sendo o ponto desde o qual eu cresço.

Ele é o jardineiro do jardim. E a semente no jardim, que é Malchut, é a ocultação e esconderijo daquela Luz. Isso significa que aquela ocultação não é ausência, mas ao contrário, é a semente da bênção. A ocultação em si mesma se tornará Luz mais uma vez, como a planta que brota da semente.

No seu artigo “Livre Arbítrio”, Baal HaSulam dá um exemplo: Nós temos que tentar nos plantar em um grupo Cabalístico como se planta uma semente no solo, onde nos anulamos completamente ante o ambiente. Então, nos tornamos a semente que tem que se desintegrar completamente e “apodrecer” no solo para que a árvore cresça.

Por Trás das Palavras do Livro do Zohar

Quando nós lemos O Livro do Zohar, nós não só tentamos imaginar nossos desejos internos e qualidades por trás de todas as palavras, nós também tentamos ver uma Força Superior cuja presença permeia todas essas definições internas. Essa Força Superior deseja que a revelemos dessa forma.

Existem três dimensões aqui:

1. Eu – o único que sente, lê, e entende essas palavras de uma forma simples;
2. As palavras que eu desejo imaginar na forma de minhas forças e qualidades interiores;
3. A Força Superior que se oculta por trás dessas forças, e as quais eu tento penetrar tentando interpretá-las corretamente.

Como Baal HaSulam diz no artigo “Tu Me Cercaste Por Detrás E Por Adiante”, sem levar em consideração se da pessoa está num estado de revelação ou ocultação e o que ela sente e imagina em cada momento, todos seus esforços estão direcionados para a revelação de uma única força – O Criador. Essa é a força que nos governa constantemente.

No entanto, Ele deseja ser revelado por mim através de meus esforços de me tornar semelhante a Ele, isto é, de acordo com a semelhança de qualidades. Por isso Ele age dessa forma.

Assim sendo, O Livro do Zohar é a coleção de exercícios que, começando desde a primeira palavra, nós precisamos executar continuamente. Nós então começamos a perceber todas essas palavras no nível sensorial mais do que com a mente, fazendo com que ele não seja tão difícil de ser penetrado. O texto começa a se tornar claro para nós através de formas e combinações de letras, e nós não precisamos “pensar” sobre isso.

É desta mesma maneira que uma criancinha aprende. Ela não pensa sobre porque as coisas são chamadas disso ou daquilo em particular ou porque ela as imagina e reconhece dessa maneira. Isso está claro para ela. Nós somos assim também. No entanto, além do fato que tentamos reconhecer alguma qualidade interna nossa atrás de cada palavra, nós também precisamos ver a meta por trás dela – a mesma força que nos sustenta, através disso nos dando uma oportunidade de revelar essa força.

Isso se parece muito com um adulto brincando com uma criança. O Criador brinca conosco dessa maneira também. Ele nos dá certos exercícios e depende de nós executá-los com sucesso. O sistema existe. A lei está estabelecida e não pode ser violada.

Assim, precisamos tentar ver uma única força – O Criador, através de todas as palavras que lemos no Livro do Zohar. E apesar de estarmos lendo sobre diferentes forças que são estranhas, opostas umas às outras, bem e mal, precisamos reconhecer que uma só força existe por trás delas: a força que é boa e faz o bem, que controla tudo somente para nosso benefício, para nos atrair para perto da meta.