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A Verdadeira Conexão com o Criador

Uma pergunta que recebi: Será que um Cabalista pode se tornar religioso, uma vez que ele revela o Criador?

Minha Resposta: Um Cabalista está preocupado apenas com uma coisa: como atingir a conexão com o Criador. O restante se desenvolve dependendo disso. Tudo que está acontecendo agora com você, ocorre em seu desejo não corrigido. Sua atitude em relação ao mundo, em relação a você mesmo e o Criador, está completamente errada. Então, como você pode ter uma atitude correta em relação a Ele?

Se você se corrigir, então não importa como será a sua conexão com o Criador. A coisa mais importante é que ela seja real e verdadeira, e é isso que o Criador espera de nós.

Portanto, nós não perguntamos como serão as nossas religiões no futuro, ou como as pessoas se comportarão, como serão suas vidas, e se esse mundo existirá. A coisa mais importante é que essa seja a verdade.

Se eu não estou corrigido agora, então tudo que eu sinto, vejo, penso e entendo é incorreto, tanto em minha mente quanto em meu coração. Portanto, nada disso permanecerá no futuro; todas as coisas quebradas serão substituídas por outras corrigidas.

Então, como será a vida? Eu não sei, e eu não consigo imaginar isso dentro das minhas qualidades corrompidas. Eu só posso lhe dizer que tudo se transformará em seu oposto, como está escrito: “Vi um mundo invertido!”. Você só tem que estar pronto para as mudanças que a Luz Superior realizará em nós.

Todas as Diferentes Religiões são Reflexo da Nossa Desunião

Todas as crenças que ultrapassam os limites das crenças mais primitivas sobre as forças da natureza, chegaram até nós a partir da ciência Cabalística. A ciência Cabalística se originou da revelação da Força Superior por Abraão, que reconheceu a relação entre o Criador e todos os níveis do desejo.

No nível mais inferior do desejo, isso se expressa como os “presentes” que Abraão deu aos filhos de suas concubinas, os quais ele enviou ao Oriente. Esta é a origem das religiões orientais, que estão muito próximas da natureza e do corpo do homem.

Um método diferente opera no 4º nível do desejo, o mais elevado e egoísta. Este é o método que Abraão ensinou ao seu grupo de alunos, que mais tarde se transformou na nação de Israel (Isra-el significa “direto ao Criador”). Quando seus alunos (a nação de Israel) caíram do seu nível espiritual de doação e amor ao próximo, para o nível do egoísmo e do ódio mútuo (conhecido como a queda do Segundo Templo), então, a fim de substituir a Cabalá – “A vida com o Criador”, as pessoas propuseram a religião Judáica (Judaísmo), que é a vida sem a sensação do Criador.

Quando o desejo das pessoas foi corrigido e usado para a doação e o amor, as pessoas sentiram o Criador e a Vida Superior dentro desse desejo. Mas quando esse mesmo desejo caiu da doação para a recepção, para a intenção egoísta “para mim”, as pessoas começaram a sentir apenas este mundo. Isto é, quando a Cabalá (sensação, realização e revelação) foi trocada pela religião (fé, misticismo e tradição).

Portanto, a religião Judaica é uma marca (impressão) da ciência Cabalística e do desejo de doar, dentro do desejo de receber quebrado (a quarta camada de desejo). As centelhas desta quebra caíram em outras camadas de desejo; é assim que a terceira camada formou o Cristianismo e a segunda o Islamismo. Estas religiões foram criadas de acordo com a forma como as pessoas compreenderam a marca da Cabalá em seu desejo egoísta. Isso também esclarece que, segundo o plano do Criador, a humanidade deve atravessar essas fases de desenvolvimento egoísta, a fim de realizar a sua oposição ao Criador, seguindo o princípio: “O valor da Luz vem da escuridão”.

Todas as religiões, crenças e credos (que somam cerca de 3800 em todo o mundo) vêm dos diferentes modos de se imaginar o Criador dentro do desejo egoísta, em todas as suas formas. É por isso que existem tantas abordagens religiosas diferentes no mundo, e nenhuma delas se entendem entre si. Porque todas vêm da divisão da Cabalá em diferentes religiões – a mudança da sensação de unidade para a sensação de desunião.

No passado, a quebra do Nível Superior (a queda do Segundo Templo) revelou as relações sociais egoístas, a atitude egoísta do desejo comum em relação ao Criador, o que fez com que surgissem todas as religiões e crenças. Entretanto, se nós, aqueles que têm o ponto no coração, corrigíssemos agora a conexão entre nós nesse nível superior, seríamos capazes de corrigir todas as religiões e crenças. Então, tudo passará a integrar a unidade com o Criador.

A Única Coisa que O Nosso Mundo Precisa

A única coisa que o nosso mundo precisa é a revelação do Criador. Então, ele se transformará no mundo espiritual, e todas as forças do mundo espiritual apontarão somente para uma coisa – o seu Mestre.

Mesmo no nosso mundo, a luz e as trevas, bem como todos seus matizes e quaisquer outras imagens que vemos – tudo depende e vem do sol. Sem o sol, não haveria nada além de trevas.

O mesmo é verdadeiro para o mundo espiritual. Basicamente, a pessoa revela apenas uma coisa além deste mundo – a Força Superior, “Não há nada além Dele”. Mas essa força nos mostra todos os tipos de imagens e as qualidades do Mundo Superior.

O que nós revelamos não é a verdadeira Força Superior, mas a manifestação e o governo dela sobre a rede que une todas as almas. É por isso que nós nunca falamos da essência do Criador, apenas do Seu atributo (qualidade) de doação.

No entanto, um doador deve ter alguém para dar; Ele deve estar num local onde a Sua doação possa ser revelada. Ele não pode Se revelar, mas somente as suas ações em relação a alguém. Portanto, o Criador só pode ser revelado onde Ele age e governa – na matéria, o desejo que Ele criou, que são as almas que estão conectadas umas às outras. E quanto mais forte a sua ligação, maior é a revelação do Criador.

Ele criou a nossa matéria e reside dentro dela. De nossa parte, nós somos levados a um grupo Cabalístico onde devemos revelar a unidade. Uma vez revelada essa unidade, nós revelaremos dentro dela o Criador, a força que nos une.

Não há mais nada para nós revelarmos. Nós nunca podemos alcançar a força em si, mas apenas as suas manifestações – a matéria e a forma de doação que ela assume. É semelhante à forma como em nosso mundo nós só atingimos a matéria – o desejo de desfrutar e a forma que ele assume.

A Realização Espiritual Nunca é Perdida

Uma pergunta que recebi: Se a pessoa começa a estudar a sabedoria Cabalística, consegue alcançar a espiritualidade, e depois morre alguns anos mais tarde, ela deve voltar a este mundo e sofrer novamente para fazer a mesma pergunta: “Qual é o sentido da minha vida?”. Então, ela deve começar a fazer o mesmo trabalho novamente, a fim de passar a Machsom e partir daí começar a avançar?

Minha Resposta: Bem, diga-me você: cada vez que uma pessoa tem que passar por uma nova experiência de aprendizagem na vida, ela também não tem que “morrer” e “retornar”, a fim de perguntar: “Qual é o sentido da minha vida?”. De fato, antes de dar qualquer passo na vida, a pessoa tem de se perguntar: “Qual é o sentido da minha vida? O que eu estou fazendo aqui, por que e como?”.

Se a pessoa realiza uma ação verdadeiramente espiritual, ela deve sempre começar do zero, como se ela morresse. A este respeito, não faz diferença se o seu corpo físico está vivo ou não. A morte do corpo físico indica que a pessoa deve substituir o menor grau do seu desejo de desfrutar, na medida em que nos faça sentir o nosso corpo material e este mundo material.

No nível mais inferior do desejo comum criado, a pessoa percebe o seu Partzuf como o corpo material, e percebe esse nível como este mundo. Este nível nunca muda, sendo necessário acompanhar a pessoa durante todo o seu processo de correção, até a correção total.
Além do nível material, a pessoa também percebe os níveis espirituais como se ela os subisse. Porém, de vez em quando, ela deve substituir o nível mais inferior (o corpo físico), o que significa que ela deve morrer e renascer.

No entanto, substituir o nível mais inferior não significa que ela deve reiniciar o seu caminho espiritual de novo. Significa que desta vez ela percorrerá este caminho com maior facilidade. Afinal, a realização espiritual de uma pessoa nunca desaparece. No próximo ciclo de vida, ela encontrará facilmente um professor e um grupo, atingirá rapidamente tudo o que já atravessara antes, e continuará avançando. No entanto, para atingir um novo nível e uma nova realidade, ela terá que passar por certo processo de adaptação.