A Clássica Sabedoria da Cabala e a Evolução da urgentíssima necessidade : Da Consciência Planetária

Um artigo escrito para a “Sabedoria e Ciência em um Diálogo: A nova Consciência Planetária”, no simpósio científico em Düsseldorf, Alemanha, Março de 2006.

1. Queridos amigos

A agravante crise global pede soluções. Muitos cientistas renomados e filósofos ao redor do mundo estudam e pesquisam a crise, mesmo assim, não conseguimos atualmente dizer que entendemos a sua causa, e, além disso, as ações que devemos executar para resolvê-la.

Hoje nós não podemos mais negar a sua presença, teorias e sugestões em respeito a natureza da crise e os meios para a sua completa eliminação. Nesta apresentação, eu tentarei descrever o estado atual da humanidade através da perspectiva da ciência que eu estive engajado nos últimos trinta anos da minha vida – a ciência da cabala.

2. Antigamente, o homem estava próximo da natureza e tentou manter familiaridade com ela. Havia duas razões por isso:
* O egoísmo não desenvolvido não distanciou o homem da natureza e fez com que os humanos se sentissem como parte integral dela;
*Insuficiente conhecimento sobre a natureza que evocou medo em relação a ela, forçando o homem a considerá-la como superior.


3. Por causa dessas duas razões, o homem aspirou não somente a acumular conhecimento sobre os fenômenos do mundo que o cerca, mas também as forças que o governam. Pessoas não podiam se esconder dos elementos como elas fazem hoje, evitando as forças da natureza em um mundo artificialmente criado. Seus órgãos de sentido, ainda não distorcidos ou degenerados pela tecnologia contemporânea, podiam sentir o mundo que as cerca de uma maneira mais profunda. Medo da natureza e, simultaneamente, proximidade, motivou o homem a descobrir o que a natureza queria dele, se era um objetivo e para que os humanos foram criados. A humanidade aspirou para entendê-la o mais profundamente possível.


4. Velhos cientistas distribuíram seu conhecimento sobre a natureza. Cabalistas também compartilharam seu conhecimento com cientistas. Cabala estuda o sistema que governa o nosso mundo. Sua tarefa principal é interpretar as causas e os objetivos da criação.

Naturalmente, eu não estou referindo ao o que hoje é vendido sobre o título “Kabbalah”, capitalizando sua popularidade. Cabala autentica é uma ciência séria que pesquisa a estrutura do universo, e foi o que deu o básico conhecimento a muitas outras ciências. O contato entre Cabalistas e filósofos anciãos deu nascimento à filosofia antiga, que se tornou a origem da ciência. Para honrar os organizadores do nosso simpósio, eu propositalmente escolhi enunciados dos cientistas alemães e acadêmicos acerca deste tópico.


5. Johann Reuchlin escreveu no seu livro De Arte Cabbalistica: “Meu professor Pitágoras, o pai da filosofia obteve seu ensinamento através dos Cabalistas.. ele foi o primeiro que traduziu a palavra cabala ,desconhecida para seus contemporâneos, para a palavra Grega filosofia… cabala não permite viver nossa vida na poeira, mas eleva nossa mente para o nível do conhecimento.”

Por muitos séculos, a cabala era conhecida como um estudo oculto, uma sabedoria secreta, dando vazão a numerosas legendas e falácias em relação a ela, que defleta qualquer pessoa contemporânea que tenta descobrir a verdadeira fonte.

Em particular, o grande matemático e filósofo, Leibnitz, escreveu sobre isso no seu livro Hauptschriften zur Grundlegung der Philosophie (Escritas Essenciais Sobre a Base da Filosofia): “Posto que o homem não tem a chave certa para o segredo, a sede pelo conhecimento foi, no final das contas, reduzida a todos os tipos de fatos superficiais e superstições que trouxe um tipo de ‘cabala vulgar’ que tem pouco em comum com a verdadeira, bem como várias fantasias sobre o nome falso de mágica, e é isso que preenche os livros.”

6. A filosofia assimilou uma parte da cabala e levou-a a uma diferente direção. Deu nascimento às ciências modernas que pesquisam o nosso mundo material e suas leis dentro da realidade de fenômeno percebido pelos nossos cinco sentidos. Enquanto isso, os ensinamentos antigos (incluindo a cabala) continuaram fora do escopo dos interesses dos pesquisadores. Tudo que a ciência não podia compreender, o que fosse inalcançável para ela, caiu dentro da realidade das Religiões, Rituais e Costumes. Os antigos ensinamentos foram gradualmente esquecidos.

7. Ciência e religião são dois caminhos paralelos que a humanidade seguiu para investigar este mundo e tentar entender o lugar do homem, possibilidades, e para definir o propósito e significado da existência. No entanto, ambos os caminhos levaram a humanidade a maneiras errôneas de chegar à força governante superior, à sua correspondência com ela. O homem estudou a natureza não para aprender o que ela quer dele, e então se adaptar, mas sim para mudar e conquistar a natureza pelo bem do seu próprio egoísmo.

8. Crises em todos as áreas da atividade humana, da ciência à situações pessoais, estimulam as mesmas questões eternas em relação ao significado e propósito da vida. Estamos, aos poucos, tendo certeza de que nós não sabemos nada sobre a natureza, a razão da nossa existência, os processos governantes e o propósito da existência.

Os problemas nos levaram a aceitar a existência da grande sabedoria, o plano superior na natureza. Já que a ciência é incapaz de responder às nossas questões, nos força a procurar por uma nova aproximação com a natureza, nos levando a pesquisar pela verdade na religião, e acabamos por nos encontrar confusos neste mundo.

9. O devastador interesse nesses ensinamentos, que explicam as nossas vidas não através de pesquisas científicas, mas pelo uso de todos os tipos de métodos “supernaturais”, esteve na frente do caminho nos últimos trinta anos, e agora está sendo abandonado. De todas as concepções humanas erradas, a humanidade ainda tem que testar, rejeitar e finalmente esquecer alguns sistemas de crenças restantes.

Hoje é um tempo que, através do misticismo, a humanidade está redescobrindo a verdadeira sabedoria antiga. A ciência da cabala que está sendo revelada atualmente deve ter um papel importante nesse processo.

A cabala apareceu há cinco mil anos atrás na Mesopotâmia, o berço da civilização, assim como todos os ensinamentos antigos. É ai que a humanidade as descobriu, antes de esquecê-las no nosso tempo. Agora estão sendo redescobertos. Não é uma coincidência que onde a antiga mesopotâmia estava, agora, é o centro de confronto das modernas civilizações.

10. A evolução do egoísmo do homem determina, define e, de fato, designa toda a história da humanidade. O desenvolvimento do egoísmo força os humanos a estudarem o ambiente para poder entender os desejos egoístas que se intensificam. Em contraste à natureza imóvel, vegetal e animal do nosso mundo, humanos evoluem incessantemente, em cada geração, e cada individuo, durante sua breve existência.

O egoísmo humano evolui através de cinco níveis de intensificação. Nos tempos antigos o homem não era egoísta o suficiente para se colocar em oposição à natureza. Ele sentia a natureza e tudo que o cercava, e a sensação de reciprocidade era seu modo de comunicação com ela. Em muitos apreços era até mesmo silencioso, como com a telepatia, num certo nível espiritual. Esse modo de comunicação pode ainda ser encontrado em pessoas indígenas.

O primeiro nível de crescimento egoísta estimulou uma revolução para a humanidade. Criou um desejo de mudar a natureza pelo bem do próprio homem, ao invés de mudá-lo para se tornar similar à ela. Metaforicamente, esse desejo é descrito como um desejo de construir uma torre que chega até o céu – para dominar a natureza.

11. O egoísmo intensificado afasta o homem da natureza. Ao invés de corrigir sua elevada oposição à natureza, o homem ousou imaginar que ele poderia chegar ao criador de forma egoísta, não através da correção do seu egoísmo, mas, pensando em dominar tudo.

Então, o homem colocou o seu “eu” em contraste ao ambiente, oposto à sociedade e a natureza. Ao invés de perceber os outros seres como família e próximos, e a natureza como a sua casa, os seres humanos não entendem mais a natureza e os outros. Ódio substituiu o amor; pessoas ficaram distantes umas das outras, e a única nação do mundo antigo foi divida em dois grupos, que movimentaram o leste para o oeste. Subsequentemente, cada grupo se dividiu mais ainda em nações e hoje nós estamos testemunhando o inicio da aproximação e reunião em uma única nação mais uma vez.

12. A Torá descreve isso alegoricamente (Genesis, 11:1-8) da seguinte maneira: “E toda a terra só tinha uma linguagem e uma para a fala.  E veio a passar, enquanto eles viajaram para o leste, encontraram uma campina, na cidade de Shinar; então eles permaneceram ali… E disseram: ‘Venha, nos permita construir uma cidade, e uma torre, com seu topo no céu, e nos deixe dar a ela um nome; deixe-nos dispersar dentro dela sobre a face de toda a terra’ E Deus desceu para ver a cidade e a Torre, que as crianças dos homens construíram. E deus disse: ‘Observe, eles são uma pessoa, e todos se comunicam pela mesa e única linguagem; e isso é o que eles começaram a construir; e agora nada os impedirá de prosseguir, o que desejarem fazer. Venha, deixe nos descer, e então confundiremos sua linguagem, assim eles não entenderão o que o outro disser.’ Então deus os dispersou sobre a face de toda a terra; e eles pararam de construir a cidade.”

13. Josephus Flavius escreveu que Nimrod encorajou as pessoas a desafiarem o Criador. Ele as aconselhou que construíssem uma torre de uma altura mais alta do que as águas pudessem se elevar, se o Criador fosse trazer a cheia novamente, e através disso, vingar-se dele pela morte dos seus antepassados. Sem economizar esforços, eles começaram a construir uma torre. Vendo que as pessoas não estavam se corrigindo após a aula da cheia, o criador fez com que as elas falassem várias linguagens. Elas não se entendiam mais e se separaram. O local onde a torre foi construída agora é chamada de Babilônia, o local onde as linguagens foram misturadas, ao invés da  única linguagem que era usada antes.

14. No início do século 20, um arqueologista alemão, Robert Koldewy, descobriu na Babilônia as ruínas da torre do tamanho de 90x90x90metros. Além disso, Herodotus (mais ou menos 4840-425 A.C. )descreveu a torre como uma pirâmide de 7 filas do mesmo tamanho.

Fontes históricas recontam que no centro da Babilônia, havia o templo da cidade de Esagila, e próximo, o templo da suprema divindade, Marduk, a Torre de Babel. Foi chamada de Etemenanki, que significa a pedra fundamental do céu e terra.

Esagila era o centro religioso do mundo na sua luta contra a religião monoteísta. Astrologia, os signos do zodíaco e horóscopos, adivinhação, misticismo com números, espiritualismo, mágica, bruxaria, feitiços, olho grande, chamar espíritos antigos – tudo isso foi desenvolvido na Esagila. Essas crenças ainda persistem, e particularmente hoje nós estamos presenciando a sua decaída.

15. Desde aquele tempo, e nos últimos 5.00 anos, o homem têm confrontado a natureza, por exemplo, o atributo do altruísmo absoluto. Ao invés de corrigir o crescente-egoísmo em altruísmo, ao invés da similaridade com a natureza, a humanidade  ergueu um escudo artificial para se proteger da natureza. Para ajudar nessa proteção, a humanidade têm desenvolvido a ciência e tecnologia durante os últimos 5.000 anos, e isso é,  de fato, a edificação da torre de Babel. Então, ao invés de nos corrigirmos, queremos governar a natureza.

16. Egoísmo na humanidade vem crescendo desde então e hoje está culminando. Humanidade ficou desiludida com a realização do egoísmo através da sociedade ou desenvolvimento tecnológico. Hoje estamos começando a entender que desde o tempo da crise em Babel, seguimos nosso caminho em vão.

Particularmente hoje, enquanto reconhecemos a crise e o beco sem saída do nosso desenvolvimento, pode ser dito que o confronto do egoísmo com o criador é a atual destruição da torre de Babel. Antigamente, ela foi destruída pela força superior, mas hoje está sendo destruída pela nossa própria consciência, como se fosse por nós mesmos. Humanidade está pronta para admitir que o caminho que escolheu, para compensar pela oposição egoísta da natureza através da tecnologia ao invés de corrigir seu egoísmo para altruísmo o que nos leva a um beco sem saída.

17. O processo, que iniciou em Babel, da separação em dois grupos que se afastaram geograficamente e culturalmente, está culminando hoje. Passados 5.00 anos, cada grupo se envolveu numa civilização de muitas pessoas diferentes. Um grupo é o que chamamos da civilização do Oeste, e o outro compreende a civilização oriental que inclui a Índia, China e o mundo islâmico.

Não é uma coincidência que hoje estamos testemunhando um confronto de civilizações que ameaçam a sustentabilidade da humanidade. Esse é um dos fatores chaves na crise global. Além do mais, esse confronto reflete a culminação do processo que começou com a queda da torre de Babel. Em Babel, a única nação foi dividia porque o egoísmo separou seus membros e agora é hora dos membros da única nação da humanidade se reunir em uma única só, de pessoas unidas. Hoje nós estamos no ponto de separação que ocorreu no tempo de Babel, exceto que agora estamos cientes da nossa situação.

De acordo com a sabedoria da Cabala, esse confronto, a crise global, e avinda do misticismo e superstição, são o  começo da reunião de toda a humanidade numa nova e unida civilização, similar ao estado antes da Torre de Babel.

18. Durante a época confusa da Babilônia, a cabala foi descoberta como um corpo de conhecimento sobre a causa do crescimento progressivo do egoísmo humano. Cabala declara que a natureza de tudo que existe é um desejo egoísta de auto realização.

No entanto, os desejos egoístas não podem ser realizados na sua forma natural, porque a satisfação de um desejo o anula, e, como resultado disso, não é mais sentido. Similarmente, a comida reduz a sensação de fome, e, com isso, o prazer de comer é gradualmente extinguido.

Mas já que nós não conseguimos existir sem prazer, somos forçados a constantemente desenvolver novos desejos para que nós podemos realizá-los. De outra forma, nós não sentiremos prazer. Essa busca sem fim por prazer constitui nossa vida inteira, embora o prazer por si seja impossível de alcançar. Ultimamente, desencanto e vazio causa depressão e leva pessoas às drogas.

19. Se a realização anula ambos os desejos e a realização, então é possível sentir satisfação eterna?

Sabedorias antigas metaforicamente relatam que o homem é criado como uma criatura única. Isso é, originalmente, todas as pessoas são conectadas como um único ser humano. É assim que a natureza se relaciona conosco – como um único ser.

Esse protótipo coletivo é chamado de “Adão”, da palavra cúpula (similar). Em Aramaico, a língua falada da antiga Babilônia, significa “similar ao criador”. Originalmente, nós fomos criados internamente conectados como um único indivíduo. Mas enquanto o nosso egoísmo desenvolveu-se, nós gradualmente perdemos a sensação de unidade e nos tornarmos progressivamente distantes um do outro. Finalmente, nós chegamos a um ponto de sentir ódio recíproco.

20. De acordo com a sabedoria da cabala, o plano da natureza é fazer com que o nosso egoísmo cresça até reconhecermos a nossa condição. Hoje, a globalização mostra para nós que, por um lado, nós estamos todos conectados, e por outro, nosso enorme egoísmo sem limites nos aliena um do outro.

A razão de nós sermos primeiro criados como uma criatura única, e então separados em indivíduos egoístas, distanciados e não unidos é que essa é a única maneira de vermos nossa completa oposição do criador, e reconhecer o atributo do egoísmo absoluto que possuímos. Em tal estado, nós vamos reconhecer sua mesquinharia, natureza limitada e sem saída, e começar a odiar nossa natureza egoísta, que nos separa de um ao outro, e desejar desenvolver um desejo de se unir, para transformar nossa natureza na oposta, altruísta. Então nós vamos independentemente encontrar uma maneira de nos transformarmos em altruístas e nos reunirmos com toda a humanidade como um único, unido todo.

21. Assim como células egoístas que se unem num único corpo anulam seu egoísmo individual para poder manter a saúde e existência dele, e, como resultado, sentir toda a sua vida, nós também devemos chegar a uma conexão entre nós mesmos. Então, de acordo com nosso sucesso na  unificação nós sentiremos uma existência eterna da natureza ao invés de sentir nossa existência física atual.

O antigo princípio “Ame o próximo como a ti mesmo” nos leva a fazer isso. Esse princípio estava em efeito até a construção da Torre de Babel, e foi depois incorporado nos rudimentos de todas as religiões que emergiram da antiga sabedoria da Babilônia, após a destruição da Torre de Babel e a divisão das pessoas em nações e estados. Por seguir essa regra, cada pessoa não ficará mais como um egoísta isolado, mas sentirá a vida de todo o organismo, Adão, em similaridade com o Criador. Em outras palavras, em tal estado nós sentiremos a eterna perfeita existência da natureza.

22. Especialmente agora, o altruísmo se tornou necessário para a sobrevivência da humanidade.

Porque agora está claro que nós somos todos interdependentes. Essa claridade dá nascimento a uma nova definição de altruísmo: Qualquer intenção ou ação que não se origina de um desejo para ajudar, mas de uma necessidade para unir a humanidade em um único todo, é considerado altruísta. De acordo com a sabedoria da cabala, todas as ações altruístas que não focarem em unir a humanidade em um único corpo se manifestarão como ações sem propósito. Adicionalmente no futuro, será evidente que nós não precisamos fazer qualquer ação ou correção na sociedade humana, somente unir como um corpo.

23. A transformação da atitude de uma pessoa em relação a um próximo humano de ser egoísta para altruísta eleva uma pessoa a percepção de outro mundo. Nós percebemos o mundo com nossos órgãos sensoriais, e aceitamos o que aparece a eles como nossa experiência de vida. A percepção atual egoísta permite que nós possamos sentir somente nossas próprias impressões do ambiente. Corrigir a nossa natureza vai nos permitir sentir não o que acontece dentro de nós, mas o que acontece fora, a natureza completa.

Então, ao perceber o fora de nós ao invés do dentro de nós, nós vamos mudar a nossa percepção para o mundo que nos cerca, ao invés de um fragmento dele. No final das contas, nós descobrimos que o mundo a nossa volta á uma única força altruísta da natureza.

Quando nos unirmos com, sentiremos a nossa exigência da maneira que a natureza existe – eterna e perfeita. Simpatizaremos com tal sensação, que nos governa, e em tal estado mesmo quando nosso corpo falecer, nos sentiremos como se continuássemos a existir na natureza eterna. Em tal estado, a vida física e a morte não afetará nossa sensação de existência porque a percepção interna egoísta foi substituía pela externa percepção altruísta.

24. No Livro do Zohar, escrito aproximadamente há 2.000 anos, há um escrito que relata – Frente ao fim do século 20, a humanidade vai chegar ao seu egoísmo máximo e, ao mesmo tempo, sua futilidade máxima. O livro também relata que em tal época, a humanidade vai precisar vir a revelar a cabala para toda a humanidade, como método de chegar à similaridade com a natureza.

25. Corrigir um ser humano e toda a humanidade, chegando a similaridade com a natureza altruística não acontece instantaneamente e não simultaneamente por todos. Mas sim, é possível para o nível que cada pessoa e toda a humanidade reconhecer a crise global.

A correção começa quando uma pessoa entende que seu (sua) natureza egoísta é a fonte de todo o mal.

Subseqüentemente, uma pessoa procura pelos meios de mudar a sua natureza. A pesquisa resulta na conclusão de que somente a influencia da sociedade pode ajudar nessa missão. Isso significa que se a sociedade mudar os seus valores e elevar o valor do altruísmo, somente isso vai propulsionar a correção do homem. Em relação ao altruísmo, eu estou me referindo não a ajuda mutua, mas a unir toda a humanidade em similaridade ao criador, como o único valor no mundo.

26. A sociedade tem que elevar a consciência humana ao nível de entendimento da nossa responsabilidade coletiva. É porque o criador se relaciona conosco como um único ser criado – Adão. O homem tentou realizar os seus objetivos egoisticamente, mas hoje a humanidade está descobrindo que deve resolver os seus problemas coletivamente, autruísticamente. Uma exposição gradual do egoísmo vai nos forçar a implementar o antigo método da cabala, que nós falhamos em concretizá-lo na antiga Babilônia.

27. A origem de todo o sofrimento que aparece no mundo é a adversidade do homem em relação à natureza. Todas as outras partes da natureza, imóvel, vegetal e animal, seguem os mandamentos instintivamente e definidamente. Só o comportamento do homem o coloca em contraste a natureza imóvel, vegetal e animal.

Já que o homem é o nível da criação da natureza, todas as outras partes dela (imóvel, vegetal e animal) dependem dele. Através da correção do homem, todas as partes da natureza, todo o universo elevar-se-ão seu nível inicial e perfeito em completa unidade com o criador.

28. De acordo com o plano do Criador, todo o universo deve chegar a esse estado, e o tempo para
realizar a correção é limitado. O Livro do Zohar indica que a correção deve ser implementada a partir do início do século 21. Desse tempo em diante, a humanidade será encorajada a correção através da intensidade dos sofrimentos.

Reconhecer o propósito da criação e o conhecimento do método da correção vai nos permitir alcançar o objetivo conscientemente, mais rapidamente do que através do sofrimento. Então, ao invés de sofrer, nós vamos sentir realização e inspiração mesmo enquanto estivermos no caminho da correção.

Tudo depende dos nossos esforços para explicar a causa da crise à sociedade, e a maneira de resolvê-la. Devemos explicar que a crise é necessária para que nós possamos chegar ao perfeito, eterno e maravilhoso estado de ser. Explicar este propósito não é uma simples tarefa, mas a crise agravante permite que todos nós possamos perceber que o processo é necessário e resoluto.

O que faz nossa época especial é que junto com a crise agravante, uma janela de oportunidade para mudanças está, agora, se abrindo. Nós somos capazes e, de fato, obrigados a explicar a crise como o estado otimizado para a realização e criação de uma nova e corrigida civilização.