Textos na Categoria 'Sofrimento'

Um Fluxo De Bondade

Dr. Michael LaitmanO capítulo semanal da Torá “Bamidbar” nos diz como o exército de Israel foi construído. Nós aprendemos como eles se reuniram ao redor do Tabernáculo e o que foi exibido nas bandeiras de cada acampamento, etc.

Isto se refere à construção da alma geral: se refere às forças, intenções e atributos dos quais ele é feito. A estrutura da alma geral nos lembra a estrutura de um átomo, onde apenas as partes que podem suportar a radiação do núcleo, a radiação de doação, pode estar perto do núcleo. É de acordo com este princípio que os campos se reúnem e são classificados.

É dito que é proibido se aproximar do Tabernáculo já que a pessoa pode morrer (“o estrangeiro que se aproximar vai morrer”). Isto significa que os seus vasos, seus desejos, podem não ser capazes de se manter, e assim se tornar egoístas, fazendo com que você morra espiritualmente.

Comentário: Mas toda a humanidade aceita essas palavras como leis rígidas e uma ameaça de morte física.

Resposta: As leis da natureza são realmente rígidas porque o sistema que governa o mundo é muito duro e intransigente, mas todo mundo ainda segue o fluxo de bondade

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 31/12/14

Processando O Vazio Do Deserto

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Números” 1:52 – 1:53: Os filhos de Isarel armarão as suas tendas organizadas segundo as suas divisões, cada um em seu próprio acampamento e junto à sua bandeira. Os Levitas, porém, armarão as suas tendas ao redor do Tabernáculo que guarda as tábuas da aliança, para que a ira divina não caia sobre a comunidade de Israel. Os Levitas terão a responsabilidade de cuidar do tabernáculo que guarda as tábuas da aliança”.

É dito no Midrash Raba que quando Moisés contou os judeus, dividindo e classificando-os de acordo com as tribos, o Criador ensinou-lhe como se tornar um acampamento e como avançar, o que significa como juntar novamente o vaso quebrado.

Quatro tipos de egoísmo em três linhas compõem as 12 tribos, as 12 partes do vaso espiritual. O vaso quebrado deve ser corrigido unindo todas as partes em um, na medida em que as pessoas avançam no deserto, ou seja, de acordo com a revelação do ego em todos os campos e em cada tribo.

O Criador ensina como a nação deve reunir todos para que cada vez eles absorvam um novo vazio corrompido, processá-lo internamente, e corrigi-lo para o atributo de doação. Esse é o avanço no deserto em 40 anos (níveis). É assim que a parte corrigida de Malchut à Bina deve ser a unidade exata da nação e, assim, concluir a construção de sua conexão com o Criador.

O movimento do acampamento no deserto simboliza o processamento do vazio. Esse é realmente um movimento para frente muito desagradável já que o deserto está cheio de escorpiões e cobras, o sol está queimando, não há nenhuma comida ou água, e todo mundo está coberto de feridas. Em outras palavras, o deserto simboliza o egoísmo ardente e crescente de uma pessoa. As pessoas sentem a conexão entre si como uma ferida que toca outra ferida, e a dor não vai deixá-las se unir. Elas devem subir acima disso, e embora a Luz que vem não cure as feridas, ela as formata num só corpo geral, saudável. A dor e as feridas se transformam num vaso unificado onde o prazer é revelado.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 24/12/14

Afastar-Se Do Caminho Do Sofrimento

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico”, 26:36 – 26:37: E, quanto aos que de vós ficarem, eu porei tal pavor nos seus corações, nas terras dos seus inimigos, que o ruído de uma folha movida os perseguirá; e fugirão como quem foge da espada; e cairão sem ninguém os perseguir. E cairão uns sobre os outros como diante da espada, sem ninguém os perseguir; e não podereis resistir diante dos vossos inimigos.

Se a nação de Israel não optar por se corrigir voluntariamente, haverá a necessidade de uma força externa muito dura, que suprimirá o ego e a forçará a se comportar corretamente. Isso é chamado de caminho do sofrimento. Junto a esse trajeto, o povo percebe o que eles têm atravessado, o quão longe eles têm se desviado do seu objetivo, e que eles precisam entender plenamente isso, a fim de voltar a cumprir o seu dever. Mas, a fim de fazer isso, os olhos têm que ser abertos para que eles se conscientizem das duas forças na natureza e como elas funcionam.

Você só pode exigir algo de uma pessoa de acordo com seu nível de desenvolvimento. Quando é que uma criança começa a entender que está numa determinada estrutura? Primeiro, ela vai para o jardim de infância, onde aprende o que é permitido e o que é proibido. Isso continua na escola. Somente com a idade de 14-15 anos é que ela se torna responsável por suas ações e entende que há determinadas leis de comportamento que, se ela quebrar, ela pode ser presa pela polícia. Após a idade de 18 anos ela é um adulto, embora ainda não esteja totalmente madura.

De qualquer forma, nós temos que levar a pessoa ao reconhecimento do que ela é obrigada a fazer e por isso ela deve cumprir essa exigência. Só então será possível mantê-la responsável. Esta é a razão de nos submetermos ao longo período de preparação de milhares de anos. O problema hoje é que até mesmo os sofrimentos que temos atravessado não nos ajudam.

A questão é se eles foram suficientes. No final do século XIX, por exemplo, os primeiros colonos chegaram à Israel. Eles estavam prontos para viver em condições difíceis, tais como um clima quente e seco, pântanos que precisavam ser drenados, e o sofrimento da malária, a fim de construir os kibutzim. Em 10 a 20 anos, as pessoas começaram a esquecer tudo isso. A segunda Aliya (onda de imigração) começou, e depois a terceira, mas elas eram pessoas diferentes, porque o ego continuou se renovando. Uma pessoa não acredita que o que aconteceu com ela ontem pode ser repetido hoje. Nem sequer é culpa dela que tudo está apagado de sua memória, pois ela é uma nova pessoa a cada dia. Portanto, o principal é a educação e o ensino dos princípios da unidade nacional e global.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/12/14

Você Não Pode Escapar De Si Mesmo

Dr. Michael LaitmanA Torá, “Levítico“, 26:36: Quanto aos que sobreviverem, eu lhes encherei o coração de tanto medo na terra do inimigo, que o som de uma folha levada pelo vento os porá em fuga. Correrão como quem foge da espada, e cairão, sem que ninguém os persiga.

Este é um estado de absoluta falta de confiança. Ninguém no mundo sente medo, incerteza e preocupação como os judeus. Nós temos sentimentos muito especiais de inferioridade, medo, humilhação, dependência, e eu diria inclusive, de culpa. Esses atributos são revelados em nós de uma maneira muito distinta porque a nossa missão e objetivo é fazer com que as nações do mundo sintam que estão conectadas entre si de modo que o Criador possa ser revelado entre elas. Imagine como uma pessoa sente quem constantemente prejudica os outros com sua inação!

É assim como todo mundo se sente! Há alguns anos, o irmão do meu avô, que emigrou da Rússia antes da revolução, veio me visitar com a família. Ele e seus descendentes têm vivido na Inglaterra por quase 100 anos. Eles estão muito bem fora, mas há algo que eles sentem da mesma forma. Se cavarmos um pouco mais profundamente, vamos descobrir que todos eles compartilham o mesmo sentimento de culpa. Isso não depende de nossas circunstâncias.

Em uma entrevista com Larry King, um famoso jornalista da televisão americana, eu fui perguntado por que o antissemitismo está novamente em ascensão no mundo. Este foi o problema que ele achou mais doloroso. Ele está com seus 80 anos, tem raízes russas, e embora tenha vivido na América toda a sua vida, sente que veio da Rússia. Parece que tem sido assim por muito tempo, há muito esquecido, mas ele imediatamente me entendeu. O reconhecimento da nossa responsabilidade para com o mundo não desaparece e o Criador não nos deixará escapar. Nós temos que cumprir nossa missão, a nossa meta.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 10/12/14

Como Podemos Evitar Outro Holocausto?

Dr. Michael LaitmanEu sou um filho de sobreviventes do Holocausto que estava entre os poucos da família Laitman que sobreviveram ao Holocausto. Dois terços dos meus parentes foram abatidos nos campos de extermínio. Eu nasci em 1946 e fui criado sob a sombra escura que a guerra deixou em minha família e na população judaica em toda a Europa Oriental.

Para mim, o Holocausto não é uma memória distante, mas uma lembrança dolorosa do que poderia acontecer conosco. É esse pensamento que traz à tona a questão preocupante e constante em mim: Como podemos prevenir outro Holocausto?

Eu sinto um oceano de ódio se fechando sobre nós. Os sinais externos nunca foram mais claros, e relatórios internacionais indicam um aumento no antissemitismo. No Dia Internacional Em Memória ao Holocausto, uma questão foi levantada na BBC para saber se chegou a hora de deixar de falar sobre o Holocausto, e cerca de um mês atrás, não deveria haver uma convenção científica na Inglaterra sobre a legitimidade do Estado de Israel. Se isso não for o suficiente, recentemente foi assinado um acordo sobre o uso de armas nucleares com o Irã, que é mais uma evidência de por que não devemos confiar em nossos aliados.

É difícil ignorar os sinais de alerta claros quanto ao que é esperado. Portanto, como podemos prevenir outro Holocausto? Além de lamentar o passado, nós temos que criar condições para uma análise minuciosa, exame e a correção do nosso estado atual. Nós vivemos num sistema fechado de forças que operam de acordo com a lei da conexão. Quando somos compatíveis com essa lei, nos sentimos bem, e quando estamos divididos e separados, este sistema, como qualquer outro sistema na natureza, nos obriga a nos equilibrar. Às vezes corrigir essa direção pode envolver um grande sofrimento.

Eu estou ciente de quão difícil pode ser para os sobreviventes do Holocausto e suas famílias ler o que eu digo, mas ainda assim a verdade deve ser dita. O Holocausto ocorreu porque a nação de Israel não cumpriu a lei da conexão. Por que nós? Porque nós temos uma responsabilidade especial de manter essa lei. Nós temos um papel que nos foi dado de volta nos dias de Abraão. Quando o egoísmo separou o povo da antiga Babilônia, nosso pai descobriu a lei que rege a nossa realidade, que é a lei da conexão. Os poucos que aprenderam o método da conexão dele tornaram-se a nação de Israel.

Manter a lei da conexão é o objetivo da nossa vida, e passar o método da conexão e unidade é a única justificativa para a nossa existência como nação. No início do século XX nós recebemos a oportunidade de voltar à terra de Israel, não a fim para construir um lar para o povo judeu, mas para se conectar dentro dele. Os judeus não aproveitaram essa oportunidade e preferiram se isolar em suas comunidades na Europa ou se integrar na sociedade em geral. A reação do sistema superior a essas ações foi o Holocausto. Um momento antes do mundo se afogar em sangue, os Cabalistas ainda gritavam que tínhamos que voltar a nossa terra e nos unir, mas os judeus não deram ouvidos. Em vez de nos aproximarmos de bom grado, as terríveis aflições do Holocausto nos trouxeram mais perto um do outro, e foi como resultado do Holocausto que recebemos um país.

Com todo o respeito às Nações Unidas, o verdadeiro mandato para a existência deste país é o nosso papel. A região que recebemos, como os Cabalistas dizem, é apenas uma oportunidade para observar a lei da conexão, que é exatamente o que o mundo exige de nós. Inconscientemente, o mundo quer que a gente se una e também passe o método de Abraão a eles. Mas nós nos recusamos a nos conectar, e esta é a origem do ódio que eles sentem em relação a nós.

O Dia em Memória do Holocausto e O Dia da Independência têm que se tornar dias em que todos se envolvem em nosso papel como uma nação, e também devem ser dias de se rever a essência de nossa existência. Durante esses dias, nós temos que nos reunir em dezenas de milhares de mesas redondas em todo o país e falar sobre a única maneira de sermos verdadeiramente independentes: independentes do nosso ego e conectados uns aos outros através do amor ao próximo. Essa é a única maneira de podermos garantir o nosso futuro e o futuro dos nossos filhos.

Tudo Está Adaptado Ao Objetivo

Dr. Michael LaitmanA porção semanal, “BeHukotai“, fala sobre o mundo inteiro estando reciprocamente ligado e que o sistema da criação foi determinado com rigor e precisão. Nós estamos dentro dele, e sua influência sobre cada pessoa depende de seus atos e se ela aceita as leis deste universo espiritual sobre si.

O universo espiritual não é apenas o que vemos ao nosso redor. Em vez disso, ele inclui todas as forças e sistemas que estão escondidos de nós, com apenas uma fração deles sendo revelada.

Se nos familiarizarmos com suas leis e as mantivermos, tudo vai ficar bem. Se não, ele vai começar a nos chicotear através de golpes.

O sistema está disposto e construído de tal modo que leva em conta o mesmo objeto sobre o qual atua e influencia. Nós vemos parcialmente isso em nosso mundo. Por exemplo, o sistema se refere a uma criança pequena mais misericordiosamente e suavemente do que a uma pessoa madura, envolvendo a criança com preocupação. Ela cai, e isso não é tão ruim, enquanto que, se uma pessoa idosa cai, ela corre o risco de quebrar os ossos.

Em outras palavras, o sistema é organizado e construído de tal forma que ele se relaciona com cada um de nós de forma única, de acordo com o nível da pessoa, o seu destino, e quem e o que ela é.

Pergunta: Em outras palavras, se a pessoa pensa que o sistema tem trazido sofrimento extraordinário para ela, será que só se parece assim para ela, enquanto o sistema, de fato, gradualmente dá a ela o que ela pode suportar em estágios?

Resposta: Pode ser que ela também não possa suportar isso, mas tudo tem sido considerado de forma totalmente precisa, de acordo com o seu destino, o seu propósito, e nas mesmas condições em que ela se encontra. Tudo está adaptado ao mesmo objetivo que todos nós devemos atingir.

Em essência, tudo é muito simples, porque há um começo e um fim, e do início ao fim tudo foi considerado em cada estágio em relação a todos. Em cada nível, uma liberdade de escolha particular nos é dada e nós agimos com precisão dentro dessas estruturas definidas.

Todos nós existimos e estamos conectados num único sistema que nos controla. Há aqueles que sentem isso e aqueles que não sentem, aqueles que já descobriram as suas leis para si e alcançaram algum tipo de nível, e aqueles que estão apenas começando ou nem sequer começaram a entender o objetivo da criação.

De KabTV “Segredos do Livro Eterno” 12/11/14

Não Briguem Em Vão

Dr. Michael LaitmanPergunta: Há facções entre o povo de Israel que estão envolvidas na separação das pessoas e demonização da nação, incluindo até mesmo os valores que compõem o consenso. Como nós lidamos com isso; como é possível alcançar a unidade em face disto?

Resposta: Nós não precisamos estar envolvidos com as pessoas e suas ações, mesmo que elas representem o governo. É dito em Provérbios 21:1: O coração do rei está na mão do Senhor… Mesmo que eles sejam aqueles que em nosso mundo são considerados conhecedores ou influentes, eles são, basicamente, apenas a execução das ações que lhes são impostas pela força superior. Cada um deles é apenas um fantoche.

Nós devemos nos voltar à força superior que os administra e não levar as pessoas em conta. Nós prestamos atenção neles só porque através disso estamos analisando se estamos ou não construindo corretamente a nossa relação com o Criador.

De acordo com isso, vamos examinar se estamos construindo correta ou incorretamente a nossa relação com o Criador. Além disso, o princípio de Êxodo 10: 1: Venha ao Faraó, porque endureci o seu coração… funciona aqui.

Portanto, aqui nós simplesmente precisamos trabalhar mais na unidade, conexão e disseminação.

Nós não temos nada no que trabalhar além da conexão dentro do grupo, a fim de influenciar o Criador. Não devemos nos relacionar com nada externo a menos que venha contra nós numa guerra. A guerra exige uma resposta e devemos influenciar tudo o resto através do Criador.

Nada influencia a pessoa diretamente. As disputas são inúteis. Discussões ajudam a esclarecer alguns pontos, de modo que eles sejam mais compreensíveis para todos. Isso é outro assunto, e para esse propósito eu estou pronto para falar com a pessoa, não para convencê-la, mas para levar a mensagem às outras pessoas.

Somente a Luz Superior pode corrigir. E por isso não temos necessidade de argumentos; eles não funcionam. Só podemos convencer alguém através do poder superior. O Criador gerencia tudo. A força superior, a Luz, influencia todos, e em cada momento organiza o estado atual do mundo entre as pessoas em todos os tipos de formas e relações.

Assim, conclui-se que é preciso voltar-se para a Luz Superior e não para o mundo. Nós também vemos que ninguém está disposto a influenciar ou convencer ninguém. Mesmo os líderes mundiais realmente descobrem sua insignificância no entendimento do que está acontecendo e de suas próprias habilidades. Eles estão discutindo como crianças na rua.

Ao contrário deles, nós podemos influenciar a força superior, e através disso, a correção do mundo. Esta é a nossa missão.

“Não há outro ao lado Dele”, e voltando-se para Ele, não há outro além de você. Se você quer organizar o mundo de forma bela e correta, e prepará-lo para a revelação do Criador, então você está correndo junto com a Luz na direção certa.

Pergunta: O que significa “influenciar o Elyon (superior)”?

Resposta: Significa criar todas as condições para que Ele seja revelado. Através disso eu Lhe dou satisfação. E essas condições estão trazendo os poderes de doação, Ohr Hassadim (Luz da Misericórdia) para este mundo. Afinal, o Criador é Ohr Hochma (Luz da Sabedoria), que após o Tzimtzum Aleph (primeira restrição) só pode ser revelada se a Ohr Hassadim precede-a. Isso é o que eu devo trazer para o mundo.

Da 5ª parte da Lição Diária de Cabalá 01/05/14, Escritos do Baal HaSulam

O Caminho Para A Doação

Pergunta: O que leva uma pessoa a avançar, impureza ou santidade?

Resposta: A pessoa que ainda está na intenção de “a fim de receber”, que é chamada o Egito, é conduzida para avançar pela impureza. Afinal, ela não tem, ainda, desejos “a fim de doar“. Ela não valoriza a outorga, uma vez que não parece atraente, e por isso, só avança porque vê uma perda corporal e um ganho espiritual.

Eu posso dizer-lhe como a espiritualidade é maravilhosa indefinidamente, mas você não pode senti-la, porque você não tem nenhuma indicação da essência da característica disto. Então, você vai concordar que parece muito tentador, mas você não vai percebê-la, a fim de entender que é atraente, de acordo com os prazeres que você está acostumado: comida, sexo, família, dinheiro, respeito e conhecimento, ou pelo menos parte disto!

Assim, são dados problemas a uma pessoa, a fim de empurrá-la para a espiritualidade, mas eles são intencionais. Eventualmente é o Faraó que sofre os golpes, mas antes disso, a nação de Israel sofre durante os sete anos de fome. Não lhes são dados tijolos, mas são forçados a prepará-los por si mesmos, e trabalhar de manhã à noite, sem descanso. Tudo está de acordo com o caminho do sofrimento, e tudo depende dos sofrimentos que escolhemos. Os sofrimentos espirituais são resultado do meu afastamento da espiritualidade. Quanto mais avançamos, mais qualitativos os sofrimentos se tornam, até que, finalmente, chegamos ao êxodo, mas estes ainda são sofrimentos. Uma pessoa não pode avançar vivendo uma vida confortável. Se ela sente prazer, o prazer imediatamente preenche-o e para-o. Isso acontece em todo o mundo. Dê às pessoas abundância e elas viverão sem pensar em nada, como animais.

Somente se a deficiência cresce nelas, elas são forçadas a procurar uma maneira de preenchê-la ou fugir da dor, pois não só falta-lhes alguma coisa, mas que isto realmente dói. Nesse caso, elas alcançam o preenchimento. Guiando o ser criado por golpes e sofrimentos é a forma mais segura, porque a natureza da criação é o desejo de receber e não o de doação.

Temos que aumentar a sensação de deficiência no desejo de receber ou aumentar a tentação de receber. Uma pessoa é uma máquina que sente o vazio em sua barriga. Em vez disso, podemos preparar uma mesa cheia de iguarias e, assim, despertar o apetite de uma pessoa, mesmo que ela não esteja realmente com fome.

Isso significa que podemos aumentar a deficiência de duas maneiras, mas ambas operam sob o aspecto da recepção e não a partir do aspecto de doação. Podemos atrair uma pessoa pela força de doação somente através do grupo. Se eu estiver incorporado ao grupo, começo a entender que o meu progresso não depende do vazio que sinto na minha barriga e nem no prato maravilhoso diante de mim. O progresso ocorre em uma dimensão mais sublime, e começa com a falta de doação, avançando para uma capacidade cada vez maior de doar.

Então, começo a trabalhar com o grupo, ignorando o que sinto na minha barriga ou o prato que está diante de mim, e passo para uma nova dimensão. Até agora eu tenho avançado em uma dimensão de acordo com o caminho no nível baixo. Escapei do vazio que sinto na minha barriga para o enchimento.

Os portões de impureza, de recebimento, estão no nível mais baixo e as portas da santidade, da doação, estão no nível superior.

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Da 1ª parte da Lição Diária de Cabala 28/4/14, Escritos do Rabash

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Descendentes Dos Sobreviventes Do Holocausto Têm Hormônios Do Estresse Alterados

Dr. Michael LaitmanNas Notícias (Scientific American): “A experiência de uma pessoa como criança ou adolescente pode ter um impacto profundo na vida de seus futuros filhos, como demonstra um novo trabalho. Rachel Yehuda, um pesquisador no campo crescente da epigenética e os efeitos intergeracionais do trauma, e seus colegas têm estudado durante muito tempo sobreviventes de traumas em massa e seus descendentes. Seus últimos resultados revelam que os descendentes de pessoas que sobreviveram ao Holocausto têm diferentes perfis de hormônio do estresse do que seus pares, talvez predispondo-os a transtornos de ansiedade.

“A equipe de Yehuda, na Escola de Medicina Icahn no Monte Sinai e no Centro Médico James J. Peters de Veteranos no Bronx, NY, e outros tinham previamente estabelecido que os sobreviventes do Holocausto têm níveis alterados de hormônios do estresse circulante em comparação com outros adultos judeus da mesma idade. Os sobreviventes têm níveis mais baixos de cortisol, um hormônio que ajuda o retorno do corpo ao normal após o trauma; aqueles que sofreram transtorno de estresse pós-traumático (PTSD) têm níveis ainda mais baixos.

“Esta descoberta ecoa os resultados de muitos outros estudos epigenéticos humanos que mostram que os efeitos de certas experiências durante a infância e adolescência são especialmente duradouras nas pessoas e, às vezes, até mesmo através das gerações.

“Com baixos níveis de cortisol e níveis elevados da enzima que o decompõe, muitos descendentes de sobreviventes do Holocausto estariam mal adaptados a sobreviver à fome. Na verdade, esse perfil de hormônio do estresse pode torná-los mais suscetíveis a PTSD; estudos anteriores têm sugerido que, na verdade, descendentes de sobreviventes do Holocausto são mais vulneráveis ​​aos efeitos do estresse e são mais propensos a apresentar sintomas de PTSD. Estes descendentes podem também estar em risco de síndromes metabólicas relacionadas com a idade, incluindo obesidade, hipertensão arterial e resistência à insulina, especialmente num ambiente de abundância”.

Meu Comentário: Se você levar em conta os vinte séculos de opressão sistemática, então não está claro como essas pessoas ainda podem experimentar alegria, educar os filhos, e amar o humor.

Uma Deficiência Digna Do Nosso Esforço

Dr. Michael LaitmanNós temos que tentar dar o nosso melhor ao máximo, a fim de avançar à meta da criação. Afinal de contas, esta estrada é muito mais do que o nosso desenvolvimento natural.

Uma Noz Dura

A natureza nos empurra para frente e desenvolve diferentes desejos e deficiências em nós; e nós, é claro, corremos atrás e buscamos o que nos falta. O que nos falta são prazeres que estão associados à comida, sexo, família, dinheiro, honra e conhecimento.

Esta é também a forma como os macacos constantemente cuidam de suas necessidades, e de sua lista de necessidades semelhantes às nossas. Na verdade, nós temos um estilo de vida comum: estabelecemos a mesma hierarquia social na sociedade humana; amamos o poder, e, além disso, amamos dinheiro. A natureza nos obriga a fazer isso e é assim que avançamos.

Mas nós não temos avançado de forma significativa nesta forma natural e não mudamos a sociedade humana de forma significativa nos últimos 5 a 50000 anos.

Se falamos da meta da criação, no entanto, trata-se de se tornar equivalente ao Criador, aderir-se a Ele. O Criador é uma força oposta à nossa natureza. Nós temos uma ligeira inclinação a ela que está envolta numa variedade de “vestes” muito sutis, cobertas por uma casca como uma noz.

Para alcançar a meta da criação, nós temos que estar equipados com uma nova deficiência não prevista pela natureza. Esta deficiência, o anseio pela meta da criação, não vai crescer em nós por si só; nós precisamos desenvolvê-la dentro de nós por nossos próprios esforços, certamente com a ajuda dos meios que nos foram dados: a sociedade, o método (a Torá), e o professor.

O problema é que muito poucas pessoas querem isso, menos ainda tendem a verdadeira busca, e menos ainda alcançam o que é desejado.

Saindo da Selva

A verdade é que hoje as coisas estão mudando, pois estamos diante de golpes globais que ameaçam toda a humanidade. Esses golpes nos obrigaram a pensar numa nova sociedade que não está organizada de acordo com uma hierarquia ou classes sociais que sempre elevam aqueles que são mais ricos e poderosos.

As coisas estão igualmente dispostas no mundo animal. De um modo geral, esta é a estrutura natural de um grupo, uma nação, uma sociedade, a humanidade: o maior babuíno bate no peito e exige submissão e obediência dos outros. Nós somos iguais: vivemos numa selva geral divididos em bandos.

Mas a nova natureza, a meta da criação, exige uma nova organização e reforma de nós; ela exige que nos tornemos um círculo, conectados, uma sociedade. Ela exige novos valores que não são baseados sequer no desejo de conhecimento, o que também dá um pouco de força, mas no amor e doação, no cuidado mútuo geral.

Ela exige que todos possam estar em pé de igualdade com os outros em vez de tentar dominar o outro. Em contraste com o velho paradigma, quanto mais uma pessoa sai de si mesma em direção ao cuidado do outro, ela pode se tornar mais adaptada à verdadeira meta da nossa evolução, que é o que devemos alcançar.

É hora de ser equipado com uma nova deficiência que se torna um círculo, uma conexão fora de mim, onde eu não tenho interesses próprios.

O Nascimento do Homem

Mas para eu florescer, algo chamado Adão (homem) precisa ser revelado; há a necessidade de um ambiente diferente que me forneça os exemplos corretos dos novos valores. Onde eu posso obter a necessidade disso? A natureza não me equipa com ela porque senão eu permaneceria um babuíno ainda que de outro tipo.

No entanto, um ser humano não é apenas uma estrutura social diferente, nem apenas a igualdade com os outros. Não, é uma atitude, uma inclinação; essa relação, conexão mútua, deve ser consciente de minha parte, para que eu queira a doação por causa de seu valor especial. Além disso, eu não tenho nenhuma inclinação por ela, nenhum poder que me desperte e me obrigue a desejá-la.

Aqui nós devemos de alguma forma estar equipados com um desejo, com uma nova direção, para a qual não temos nenhum desejo. A fim de fazer isso, há a força superior, a natureza, o plano da criação, que prepara uma ajuda para mim de uma maneira oposta, de modo que durante o processo de reconhecimento do mal, eu ainda seja capaz de compreender quem e o que eu sou. Gradualmente, por fases muito difíceis na ordem de causa e efeito, eu vou entender que deficiência eu tenho que desenvolver dentro de mim, a fim de continuar o meu avanço acima dela.

Quando eu entendo o problema que estou enfrentando na construção de um ser humano a partir do estado de um babuíno, eu considero esta nova deficiência como uma coisa muito valiosa. Se ela é revelada em mim, pelo menos até certo ponto, eu estou muito feliz porque é assim que um ser humano nasce, que está pronto para ascender acima da criação.

Exatamente o Oposto

Nós temos que nos relacionar com a deficiência que aparece em nós através da inclinação ao mal que o Criador criou. Ela é chamada por diferentes nomes: Faraó, Bilam, Balak, e Amaleque. Há 70 nomes para a inclinação para o mal, e em todos os níveis e em todos os estados, eles servem como ajuda contra, oposta à meta, e me permite avançar em direção a ela.

Esta ajuda invoca uma inclinação, um desejo em mim, que está focado justamente na meta. Isso me ajuda de forma qualitativa para que eu possa gradualmente entender como é diferente esta nova meta de meus sentimentos e mente atuais. Portanto, nós temos que nos relacionar com todas as perturbações que são invocadas em nós com grande sensibilidade.

Dias Vermelhos no Calendário

A mesma coisa se refere a todos os feriados judaicos e os dias vermelho no calendário. Rosh Hashana, Yom Kipur, Sucot, Simchat Torá, Tu Bishvat, Purim, Pessach, Lag Ba’omer, Shavuot e o dia 9 de Av são todos estados ao longo do caminho em que uma nova deficiência é revelada, uma revelação do novo mal que nos permite usá-lo corretamente, de forma intencional e consciente.

Isso é revelado dentro de nós desta maneira para que possamos ser livres em nosso avanço rumo à meta de uma forma consciente, como seres humanos e não como babuínos que a natureza empurra e que correm à frente apenas pela força do ego. Nós descobrimos diversas forças e equilíbrio entre elas.

A principal coisa que podemos aprender com estes feriados é que deficiências especiais nós precisamos descobrir a fim de ascender a todos os níveis que os feriados e dias especiais representam. Eles exigem uma deficiência que está focada em atingir a meta.

Essa deficiência decorre do nível humano que é externo a nós. Se olharmos corretamente para os problemas que surgem, vamos discernir a ajuda contra a força criativa dentro deles.

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 02/03/15, Escritos do Rabash