Textos na Categoria 'Anti-semitismo'

As Raízes Do Antissemitismo, Parte 2

O grupo de Abraão que existia na Babilônia tornou-se uma nação, mesmo que, na verdade, não seja uma nação. Todas as outras nações foram estabelecidas como resultado de um processo histórico, porque viveram na mesma terra e se casaram entre si. Mas o grupo de Abraão só existiu na fundação de um princípio ideológico.

Além disso, muitas pessoas de outras nações se juntaram a eles mais tarde e se tornaram Cabalistas e sábios da nação de Israel. Juntaram-se ao povo judeu e estudaram o sistema que permite que a pessoa entenda e entre em harmonia dentro de si mesma, com a natureza, e desenvolva uma equivalência de forma com a natureza.

No entanto, quanto mais ela contrasta com toda a humanidade, mais o ódio para com a nação de Israel cresce. Isso não é da exclusividade de uma determinada nação, tal como foi o caso com os romanos ou gregos, mas deriva da natureza do desejo de receber, que não suporta o desejo de doar. Isto é porque a doação é oposta à recepção; estas são duas forças opostas. [Leia mais →]

A Unidade É A Garantia De Vitória, Parte 4

Dr. Michael LaitmanO mundo moderno de hoje tornou-se uma pequena aldeia em que todos dependem de todos. No entanto, ele está em constante degradação, porque não tem o poder de conexão que consolida e nos solda todos juntos. O mundo precisa obter esse poder do povo de Israel.

Mas o povo de Israel não quer realizar o seu papel ou cumprir a sua missão e servir de exemplo de conexão e unidade para o resto do mundo. Cada um aspira a se esconder em seu nicho, imitando o estilo de vida europeu sob as condições da democracia ocidental que possibilitam que uma pessoa viva em isolamento independentemente.

Mas esta aspiração é totalmente oposta ao espírito do povo de Israel, pois não nos permite atingir o Arvut (garantia mútua). E o Arvut é o fundamento e base para a existência de nosso povo.

Pergunta: Parece-nos que o problema está nas forças obscuras que estão surgindo no mundo nas organizações terroristas de extremistas muçulmanos. Portanto, agora está se tornando claro que o mundo não tem o poder de conexão e unidade?

Resposta: A questão não é os terroristas, nem os antissemitas. Este é apenas o resultado da falta de Luz, devido a que os desejos obscuros aparecem na humanidade, no indivíduo ou num grupo de pessoas.

Nas mãos do povo de Israel está a torneira da Luz, e se esta torneira está aberta, para que a Luz seja transmitida ao mundo, ou se está fechada, depende deles. Esta é a razão de todas as nações do mundo culparem Israel; elas nos culpam por não receberem a Luz. Elas não entendem que não têm a Luz, mas intuitivamente sentem que nós somos os culpados por todos os seus problemas.

Tudo o que acontece entre o povo de Israel influencia o mundo inteiro. Enquanto isso, o nosso povo não entende e não quer ouvir ao fato de que sem a unidade interior, não somos de forma alguma o povo de Israel e não estamos nos posicionando contra o poder da natureza.

Pergunta: O clima hoje na sociedade israelense é muito sombrio. As pessoas sentem decepção com o que está acontecendo no país. Hoje nós precisamos muito de um milagre, como o que ocorreu em Chanucá. O que deve ser feito para que o milagre aconteça?

Resposta: O milagre vai acontecer apenas graças a educação integral. A guerra dos Macabeus foi uma guerra ideológica. Os gregos não vieram com o objetivo de aniquilar fisicamente o povo judeu. Eles queriam aniquilá-los ideologicamente. Se tivéssemos que colocá-los num jogo de futebol sem fim, seria possível supor que o povo judeu seria exterminado. A aniquilação do povo de Israel significa jogar em vez de se dedicar à conexão e unidade.

Pergunta: O futebol é um bom exemplo porque este ano houve acontecimentos sem precedentes de crueldade e violência nos jogos de futebol, nunca visto em Israel. Sentimentos calorosos de fãs por seu time, de repente se tornaram tão fanaticamente violentos que era realmente assustador entrar no estádio. Este é um exemplo de um espírito anti-israelense. Que espírito de Israel nós precisamos atingir, em vez disso?

Resposta: É dito: O amor cobre todas as transgressões (Provérbios 10:12). Acima de todas as forças de separação, nós precisamos estabelecer a força da unidade, mesmo que esta força de separação continue e não possamos fazer nada, porque essa força vem até nós da natureza. Nós não precisamos lutar contra essa força, a nossa impaciência, ou o ódio e a inveja. Apesar de sua existência, nós temos que cobri-los com amor, a nossa boa atitude para com os outros, doação e confiança.

De KabTV “Uma Nova Vida” 11/12/14

Assimilações Incontroláveis

Pergunta: Se o povo judeu começar a implementar o método cabalístico, o que vai acontecer no mundo? Como isso afetará o anti-semitismo no mundo?

Resposta: Em vez de sentir o anti-semitismo, as pessoas começarão a tratar-nos com simpatia, respeito e amor. As nações do mundo vão levar-nos em seus braços, porque vamos dar-lhes o método para a vida eterna perfeita.

A sabedoria da Cabala explica como devemos trabalhar corretamente com o nosso ego para que ele não seja apenas uma força do mal, mas uma ajuda contra nós, uma ajuda que vem de sua oposição. Quando cumprimos esse trabalho, vamos atingir o pico de nossa evolução.

Pergunta: Há pessoas que oferecem diferentes soluções para o problema do anti-semitismo, como o que sugere que todos os judeus devem vir para Israel ou, pelo contrário, assimilar-se às nações. O que você pode dizer sobre isso?

Resposta: Absurdo. Tais planos não funcionarão. É porque a própria natureza está a gerir todo o processo. Mais cedo ou mais tarde, teremos de descobrir o potencial escondido em cada um de nós e tornaremo-nos professores para toda a humanidade. [Leia mais →]

Os Serviços Inúteis Dos Judeus

Dr. Michael LaitmanOs judeus foram perseguidos ao longo da história. No entanto, as acusações contra eles são sempre diferentes: a morte de Jesus, a economia, a política e o domínio do mundo. Parece ilógico, uma vez que as razões mudam o tempo todo, enquanto o ódio permanece.

O mundo está evoluindo e internalizando novos valores, como a tolerância e os direitos humanos. No Ocidente, a hostilidade religiosa do passado já não existe, mas o ódio contra os judeus não perdeu o seu fervor.

No fundo, fatos são distorcidos, às vezes de forma completamente irrealista. Eles nos culpam por coisas que não têm nenhuma relação com a realidade e mesmo essas coisas nos causam um prejuízo real. Nossas pegadas são encontradas numa ampla gama de catástrofes e há um número infinito de fabricações.

Reações desproporcionadas em relação à questão judaica tornaram-se uma tradição. Trinta e cinco por cento das decisões do Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas condenam Israel, 60% das reuniões de emergência da Assembleia Geral das Nações Unidas são convocadas contra Israel e 70% das decisões atuais são dedicadas a Israel.

No ano passado, um tradutor da ONU se esqueceu de desligar o microfone e manifestou-se a respeito da estranha obsessão da comunidade mundial em relação a Israel, enquanto outras nações se deparam com inúmeros problemas.

Em resumo, Israel concentra a atenção do mundo sobre si mesmo como um fator negativo que atrai repulsa e ódio geral.

É ainda mais surpreendente, considerando o plano de fundo do investimento dos judeus em muitas áreas diferentes do desenvolvimento mundial.

Como já indicamos anteriormente, as nações do mundo sentem uma oposição fundamental e interna em relação ao povo judeu, em cuja posse estão duas forças: doação e recepção, enquanto eles próprios só se agarram à força egoísta de recepção.

Assim, nossos atos de bondade e caridade não interessam a ninguém. Inconscientemente, nós estamos à espera de que o mundo reconheça nosso serviço, “Vejam quanto benefício nós trouxemos”. No entanto, esse benefício não é levado em conta e é irrelevante, e ninguém sequer nos pede esses favores. Pelo contrário, as pessoas sentem que somos os portadores do mal. Elas realmente sentem isso.

Pode parecer que tudo está claro: nossos prêmios Nobel e o resto dos prêmios são apresentados como prova irrefutável, ao passo que o nosso mal é moldado na forma de difamação e calúnia infundada. Mesmo assim, todo mundo acredita na negatividade e não leva em conta o positivo.

Chegou o momento de entendermos esta abordagem das nações e entender que elas exigem algo mais de nós. Elas exigem que nós tornemos sua vida melhor.

De KabTV “Uma Nova Vida” 25/11/14

Quem É O Culpado Pelo Tumulto Árabe?

Pergunta: Hoje, os árabes israelenses, em certa medida, sentem que eles são cidadãos de segunda classe. Como, exatamente, a união entre todos os cidadãos judeus de Israel e as relações corretas entre eles, ajudarão os árabes a livrarem-se da sensação de estar sendo molestados?

Resposta: No final de”Introdução ao Livro do Zohar”, Baal HaSulam escreve que se o povo de Israel unir- se corretamente com base na garantia mútua, em conformidade com o “não faça aos outros o que você odeia para si mesmo”, e “ama o teu próximo como a ti mesmo”, então a força da unidade transbordará a partir deles, a água de um reservatório cheio, e vai espalhar-se para todas as nações do mundo. Eles sentirão donde a força da perfeição vem e juntar-se-ão ao povo de Israel.

Temos que entender que isto diz respeito à única influência viável de uma parte do sistema sobre a outra, e o impacto do povo de Israel sobre as nações do mundo, como resultado de que eles deixarão de considerar-se como nações “de segunda classe”. [Leia mais →]

Prevenir Uma Terceira Intifada, Parte 3

Dr. Michael LaitmanA partir do momento em que a sabedoria da Cabalá foi revelada a um grupo de pessoas chamadas de nação de Israel, esta nação se tornou responsável por tudo que acontece com a humanidade e com toda a natureza em geral.

Israel é responsável por todos os processos na evolução geral e pelo fato de que toda a natureza deve passar por diferentes fases perfeitas no curso do seu avanço em direção ao objetivo final.

Se houver qualquer distorção e esta forma não for mais perfeita, é culpa de Israel. Eles, então, devem sentir a influência mais forte das forças que o evocam, forçando-o a despertar e trazer novamente toda a humanidade a um estado de harmonia.

Essa é a perspectiva da qual nós temos que olhar para todos os problemas, em especial os problemas atuais e todos os eventos em toda a história da humanidade. Nós devemos entender que todas as intifadas e o antissemitismo no mundo vêm de nosso atraso e da nossa participação insuficiente no processo evolutivo do mundo. Nós deveríamos ter começado a puxar todos à conexão e unidade há muito tempo, começando com toda a nação de Israel e depois toda a humanidade. Nós deveríamos ter ajudado a humanidade se tornar mais conectada e unida, e mais perto da forma final perfeita.

Pergunta: Por que você acha que estamos atrasados?

Resposta: Nós podemos ver isso pela pressão que é colocada sobre a nação de Israel. A nação de Israel é um indício claro. Se há uma erupção da violência, isso significa que estamos atrasados ​​em nossa correção. Na verdade, nós atraímos o desequilíbrio das forças positivas e negativas que não conseguem atingir um estado de equilíbrio entre si pelo nosso atraso e recusa em levar o sistema a um estado de harmonia num dado momento.

Toda a humanidade está no meio entre esses prós e contras, entre a inclinação ao mal e a doação, o Criador, e as pressões que afetam toda a humanidade e, através dela, a nação de Israel. Na verdade, é Israel que deve levar todos os outros à forma perfeita.

Esta é a razão que me dói ver a erupção do terror, mas nós temos que entender que somos os únicos culpados pelo que está acontecendo. Todas as nações do mundo apenas executam as ordens das forças da natureza. Elas não têm o livre arbítrio e não determinam nada. Esta é a razão pela qual não podemos esperar que elas corrijam a situação.

É fundamentalmente errado esperar que os americanos ou os europeus sejam capazes de trazer a paz ao mundo, nem que os árabes, de repente, mudem por si mesmos. Nós temos que pensar apenas em como nós (Israel) assumimos o comando e controle das forças da natureza e organizamos a conexão dentro da nossa própria nação.

Nós não somos obrigados a estabelecer conexões com ninguém, nem os árabes israelenses, nem com os nossos vizinhos árabes ou a ONU. Nós não precisamos pensar nos outros para fazer o nosso trabalho. Este trabalho é feito dentro da nação israelense. Mas, na medida em que nos conectamos internamente entre nós, o poder dessa totalidade, a unidade, a conexão e o amor, vão se derramar através de nós para o mundo inteiro, e toda a humanidade, de repente, começará a se acalmar e se conectar.

Então, o mundo inteiro vai sair da crise global que em que se encontra e todas as disputas na ONU e em todo o mundo chegarão ao fim e todo mundo vai se acalmar, se unir e abraçar. Será um maravilhoso estado bom, uma grande comunidade global, e tudo depende de como a nação israelense estabelece as relações internas entre seu povo.

De KabTV “Uma Nova Vida” 13/11/14

Prevenir Uma Terceira Intifada, Parte 2

Dr. Michael LaitmanA sabedoria da Cabalá revela o plano da criação, as forças superiores, a nós. Nós descobrimos que elas são, na verdade, uma força única que opera em nós, em toda a realidade, e que nos influencia em muitas maneiras diferentes.

Assim a humanidade entende como isso pode afetar o seu destino. É impossível mudar o processo real que nos leva do estado inicial ao estado final, mas podemos acelerar isso, entendê-lo e participar conscientemente com todos os nossos corações e mentes. Assim, nós somos incorporados nele com todos os nossos sentimentos e sensações em diferentes níveis de nossa percepção e de nossa participação.

Primeiro, nós podemos nos incorporar nele apenas observando passivamente o que está acontecendo sem realmente entender. Mas depois esta incorporação torna-se cada vez mais ativa.

O estado final determina que toda a humanidade irá alcançar a unidade em perfeita harmonia, anexando-se ao mundo inteiro nos níveis inanimado, vegetal, animal e todas as forças da natureza que são reveladas a nós hoje e aquelas que ainda estão para ser reveladas.

Portanto, nós devemos ver como podemos nos conectar e nos unir tanto quanto possível entre nós e com toda a natureza, nos níveis inanimado, vegetal e animal no estado que estamos agora, neste nível…

Isto significa que devemos nos preocupar com a unidade de toda a sociedade humana e com a ecologia saudável e a conexão saudável com o ambiente, a fim de levar todos nós à harmonia e às boas conexões mútuas.

Depois de estabelecermos uma esfera tão harmoniosa, no momento seguinte esta esfera vai mudar sua forma e tornar-se uma elipse e nós temos que corrigi-la novamente e torná-la uma esfera, porque uma esfera é a forma perfeita para a conexão total.

Esta esfera vai ficar deformada repetidamente e nós temos que constantemente trazê-la de volta ao estado harmonioso. Manter a harmonia em todos os estados é a maneira ideal de avanço, ao participar do processo evolutivo natural.

Pergunta: Que conclusões podemos tirar disso, com relação ao nosso estado atual, para evitar a erupção de terror por parte dos cidadãos árabes em Israel?

Resposta: Eu abordo o problema globalmente. Pode ser uma intifada, diferentes tipos de antissemitismo, guerras, catástrofes naturais, furacões ou tsunamis. Se descobrirmos um fenômeno que rompe a harmonia perfeita em qualquer momento dado, é sinal de que não estamos mantendo a natureza no estado correto.

É nosso dever mantê-la num estado de harmonia. A sabedoria da Cabalá nos diz que depende da nação israelita, do grupo que Abraão fundou. De toda a humanidade, ele escolheu aqueles que podem influenciar a forma correta da humanidade e cada vez trazê-la ao estado de harmonia.

Acontece que uma pequena parte da humanidade chamada Israel, que significa Li Rosh (cabeça), determina como todas as outras nações irão se comportar e até que ponto vão se conectar numa esfera redonda.

Abraão reuniu essas pessoas especiais e fundou um grupo e passou o método para elas, o conhecimento e as rédeas para conduzir a humanidade. Desde então, todo o processo evolutivo depende da nação israelita. Novas pessoas podem se juntar se sentem que pertencem a este processo e a esta ideia, e é assim como o processo evolutivo do mundo continua.

De KabTV “Uma Nova Vida” 13/11/14

Ser Como Todo Mundo Não É A Nossa Natureza

Dr. Michael LaitmanPergunta: O atual retorno do povo judeu à terra de Israel é uma fase natural?

Resposta: Claro.

Pergunta: Por que eles deveriam voltar a esta terra em particular?

Resposta: Nós não entendemos ainda. No entanto, as pessoas que estão num nível espiritual entendem as diferenças e a singularidade da raiz espiritual em cada um dos seres criados, incluindo animais e, além disso, das diferentes regiões da terra.

Assim, apesar do fato de que a terra aqui não seja fértil e não exista nada “santo” nela, ainda é dominada por certas forças espirituais, assim como um ramo que cresce de uma raiz espiritual.

Pergunta: O que devemos fazer sobre a forte resistência árabe?

Resposta: É perfeitamente natural. Afinal, se nós voltamos a esta terra, nós temos que voltar às nossas raízes espirituais. Em outras palavras, nós temos que cumprir a condição do “ama teu amigo como a ti mesmo”. É com base nesta condição que nós viemos aqui há muito tempo. Moisés nos trouxe até as fronteiras desta terra e faleceu em sua fronteira. Em seguida, seu discípulo, Josué, nos conduziu.

Nós chegamos a esta terra e quando nos estabelecemos aqui, tivemos que dar o exemplo para toda a humanidade, e mostrar como deve ser uma nação que vive corretamente em sua terra. Depois, nós começamos a construir o Templo e cumprir esta missão.

No entanto, nossas ações de hoje são totalmente opostas ao que temos que fazer e, consequentemente, é claro, nós somos constantemente confrontados com problemas de nossos vizinhos próximos e distantes.

Pergunta: Por que o ambiente árabe recebeu este papel?

Resposta: Isso foi escrito há muitas gerações, quando Abraão foi pai de Ismael e mandou-o embora com Hagar. A partir desse momento, há uma espécie de “competição” entre os dois irmãos Isaac e Ismael. Não há nada que possamos fazer sobre isso; o conflito será ainda maior, mas deve ser cumprido no nível espiritual.

Isto significa que, como nação, nós temos que subir ao nível do amor ao próximo, estar em boas relações com o outro, e ser um exemplo para toda a humanidade. Nesse caso, vamos ver imediatamente como tudo ao nosso redor se acalma. Primeiros nossos primos, os árabes, e depois o mundo inteiro vai acalmar a ira, e o ódio no mundo cessará.

Assim, as nações do mundo vão entender que há algo que elas realmente precisam aqui e que podem receber de nós o método para o renascimento da alma, que é o conhecimento que pode torná-las seres eternos. Elas vão começar a perceber que podemos levá-las a uma vida melhor, não só neste mundo, mas para sair para uma dimensão totalmente diferente, além das estruturas deste mundo. Tudo depende apenas de nós e eu acho que nós vamos chegar a isso.

Pergunta: Será que isso significa que há um significado em todas as reclamações que ouvimos contra nós?

Resposta: Elas só servem para nos unir e conectar. Se nossos vizinhos não pressionassem, nós nos destruiríamos e nunca nos uniríamos, mesmo no nível que estamos hoje. A pressão externa sobre nós, a rigidez e o ódio, tudo depende apenas da repulsão mútua que sentimos em relação um ao outro. De um modo geral, nós realmente determinamos o nível de ódio que as nações do mundo sentem em relação a nós.

Pergunta: Portanto, inconscientemente, as nações do mundo querem nos obrigar a ser os professores da humanidade?

Resposta: Sim. É assim que toda a humanidade se relaciona conosco. Todo o seu ódio é apenas para que acabemos por compreender que temos que fazer alguma coisa e que querer ser como eles, como todo mundo, é um “truque” bobo. Esta filosofia, esta abordagem, nos leva completamente no sentido errado.

A origem de Spinoza, a rebelião contra a singularidade independente não é a nossa raiz. Claro, foi proibido permanecer no nível anterior, naqueles tempos, uma vez que tinha chegado o momento para o desenvolvimento espiritual, e espiritual não no sentido que a humanidade imaginou, mas de acordo com as nossas raízes.

Comentário: Por outro lado, você falou sobre o fato de que os judeus também lideraram o desenvolvimento conceitual de toda a humanidade na Babilônia.

Resposta: Eles deveriam ter liderado isso muito tempo atrás, durante o êxodo da antiga Babilônia. Se tudo tivesse corrido bem, a espiritualidade deveria ter se espalhado amplamente após o Primeiro Templo e, gradualmente, todas as nações do mundo teriam aceitado o método da revelação do Criador. Eles teriam se unido e tudo teria terminado ali. Mas isso era impossível porque os babilônios ainda não tinham a raiz que a humanidade precisava. Eles tinham que recebê-la e só foi possível recebê-la quando o povo judeu foi quebrado e dividido entre si.

De KabTV “Babilônia, Ontem e Hoje” 24/09/14

A Nova Barbárie

Dr. Michael LaitmanQuem pensaria que as atrocidades e o antissemitismo que estamos testemunhando hoje pudessem ocorrer no século XXI e levar a humanidade a um estado tão miserável em que parece estar afundando novamente num abismo escuro? É como se o nosso ego estivesse caindo e nossa mente estivesse totalmente perdida, anulando toda a experiência da humanidade e de toda a sua existência por gerações.

A selvageria está levantando sua cabeça novamente. Parecia que houve uma época em que aprendemos alguma coisa depois de tantos séculos e erros! Mas não, a barbárie é novamente revelada e, além disso, está num nível totalmente diferente e desconsidera qualquer outra coisa. Isso está ocorrendo em conjunto com um desenvolvimento sem precedentes de armas que podem destruir toda a humanidade. Será que vamos ser capazes de alcançar a ordem, utilizando-as agora?

Por que é assim? O iluminismo passou e todo mundo viu o caminho para a felicidade futura. Mas hoje nós descemos muito mais baixo no nível de nossos valores e expectativas.

Em cem a cento e cinquenta anos de estudo, a ciência, arte e cultura em geral foram valorizadas e respeitadas. As pessoas com seus sessenta anos ainda se lembram das obras-primas da poesia e da literatura, e das noites de discussões e debates. Se uma pessoa não estava interessada nisso, ela era considerada ignorante. Ela tinha vergonha de admitir que não lia ou participava destas atividades.

Objetivo do jovem era absorver todas as pérolas da humanidade e suas realizações culturais. A ciência pode não ter atraído todos, mas havia uma aceitação geral da demanda por cultura, que apelava a todos.

Além disso, se supunha que a absorção da cultura seria de tal forma que faria de você algo e o educaria para que as pessoas vissem que você era inteligente. Enquanto na década de 1930 isso era vergonhoso, era respeitado na década de 1960.

Ao mesmo tempo, era vergonhoso mostrar que você era forte fisicamente. Pelo contrário, se uma pessoa fosse magra e fraca, mas parecia intelectual, ela era um modelo para os outros. Meninas a admiravam e não outros tipos.

Quando eu era estudante, autores como Vazenski e Yavtushenko ainda eram jovens e novos. A literatura estava em ascensão, e poetas como Akodjeba e Wisotzky nasciam diante de nossos olhos.

Eu também fazia parte de um pequeno grupo em Leningrado e participava de clubes literários, artísticos e musicais. Olhando com esperança para o futuro brilhante da humanidade, não poderíamos imaginar que essa barbárie voltaria e que as pessoas iriam se matar sem sequer contar as vítimas.

Em suma, há pouco tempo tudo era exatamente o oposto, mas as décadas seguintes trouxeram desequilíbrios terríveis. Meio século se passou e tudo mudou totalmente, de uma forma que ninguém jamais poderia ter imaginado.

Vemos que as leis da natureza são fixas. Elas são reveladas a nós alternadamente, exibindo as mesmas imagens para que possamos aprender com todas essas transformações e ver o que é importante: que devemos entender essas leis e usá-las corretamente. Não podemos simplesmente fluir com a corrente, mas devemos aplicar essas leis e não esperar por um futuro melhor e mais brilhante. Nós devemos construí-lo com todos começando consigo mesmos.

De KabTV “Babilônia Ontem e Hoje” 24/09/14

O Papel Da Nação De Israel

Dr. Michael LaitmanPergunta: Qual é o papel de Israel hoje e dos judeus em particular?

Resposta: O papel de Israel foi descoberto pela primeira vez na antiga Babilônia, quando um dos grandes sábios daquela geração, o sacerdote babilônico Abraão, proveu uma resposta para o que estava acontecendo lá.

Naquela época, a Babilônia estava passando os mesmos processos que o mundo está passando hoje: uma pequena sociedade de três milhões de pessoas, que era quase a civilização do mundo na época, de repente começou a se afundar em ódio mútuo por causa da erupção repentina do ego.

Até então, os babilônios viviam como uma pequena sociedade entre os rios Tigre e Eufrates, e tudo estava bem. Porém, quando o grande ego entrou em erupção, descobriu-se que, por um lado, eles estavam integralmente conectados entre si, e por outro lado, não poderiam existir em conjunto egoisticamente. Portanto, o termo da Torre de Babel simboliza o ego que, literalmente, cresceu para o céu.

Isto é o que está acontecendo hoje. Por um lado, nós descobrimos que as pessoas estão mutuamente conectadas entre si e, por outro lado, se odeiam. As duas forças que operam mutuamente dentro de nós precisam de uma solução, pois, caso contrário, vamos chegar a um beco sem saída.

Uma dessas duas forças, a força da natureza, nos une e nos mostra a globalização e a conexão mútua entre todos e para com todos. Essa força nos fecha integralmente e nos mostra que somos um corpo inteiro. A segunda força é a força humana egoísta que nos separa desde dentro, nos separa, e não nos permite ser um todo.

Estas duas forças foram estudadas pela primeira vez na antiga Babilônia e houve duas respostas à pergunta “o que devemos fazer?”.

A primeira resposta foi dada por Nimrod, o rei de Babilônia, que decidiu que os babilônios não tinham escolha, exceto se separar e se afastar uns dos outros. Ele desintegrou seu reino temendo que seus súditos começassem a se destruir mutuamente. Este é o lugar de onde vem o conceito da construção da Torre de Babel, e seu resultado foi a dispersão das pessoas e a mistura das línguas, que era um sinal de que as pessoas deixaram de se entender.

Essa foi a maneira de resolver o problema, mas hoje, os babilônios modernos não têm para onde ir, pois não temos outro planeta. Por isso, nós lidamos com a questão que temos que responder.

A segunda solução foi dada por Abraão, um dos principais sacerdotes na antiga Babilônia. Abraão entendeu que o ego nos separa do interior, enquanto as forças externas da natureza, que nos aproximam, foram dadas a nós de propósito para que possamos subir acima delas e nos assemelhar à natureza. Isso significa que vamos trabalhar contra o nosso ego na conexão entre nós.

Como isso pode ser feito? Como a pessoa pode se opor à sua própria natureza? Abraão sugeriu a organização de pequenos grupos de pessoas que começariam a se conectar, e em suas tentativas de se conectar, iriam extrair a força externa da natureza que seria revelada internamente entre elas, corrigindo e elevando-as acima de si mesmas.

O principal objetivo da natureza é levar a humanidade ao estado de “Ama teu amigo como a ti mesmo”, quer gostemos ou não. O problema da separação deve ser resolvido imediatamente, e somente desta maneira.

Cerca de cinco mil seguidores se juntaram a Abraão. O grande filósofo do século XII, Rambam, escreve sobre isso, e isso também está contido em escritos anteriores, como no Midrash Raba e outras fontes.

O Sefer Yetzirah (Livro da Criação) é o único livro remanescente escrito por Abraão, e ele nos fala sobre todo o sistema da natureza que afeta toda a sociedade humana.

Liderados por Abraão, 5000 pessoas deixaram a Babilônia e foram para a terra de Canaã, a terra da Israel moderna. Abraão ensinou-as a subir acima do ego na conexão entre si de acordo com os antigos mandamentos judaicos de “ama teu amigo como a ti mesmo”, “não faça aos outros o que é odioso para você” e “ser como um só homem em um coração “, etc. Este grupo é conhecido pelo nome de Israel, o que significa Yashar-El, direto ao Criador, assemelhar-se à natureza. Afinal, o Criador não é um quadro na parede ou um vovô sentado numa nuvem. O Criador é a natureza! Toda a natureza é chamada de Criador.

As 5000 pessoas que deixaram a Babilônia com Abraão foram chamadas de nação de Israel, decorrente da palavra “Yashar-El“, direto ao Criador. É uma nação que não cresceu como resultado das raízes biológicas como todas as outras nações, mas de acordo com uma ideologia, um propósito que define para onde ela está indo e como ela vai estabelecer uma sociedade.

Apesar de sermos os descendentes biológicos das pessoas, infelizmente não nos parecemos com elas, porque perdemos essa ideologia. Portanto, nosso estado atual é chamado de exílio do nível espiritual que elas tinham alcançado.

Quando o povo judeu deixou o Egito e vagou pelo deserto, ele trabalhou constantemente em sua conexão. Seu ego continuou crescendo, assim como o ego da humanidade cresce de geração em geração (que é o que nos torna diferentes dos animais), e as pessoas trabalharam nele.

Isto continuou até que o ego de repente explodiu na medida em que se desenvolveu. Foi o que aconteceu na véspera da destruição do Segundo Templo, no último ano A.C.. As pessoas não podiam subir acima dele na boa conexão entre si e caíram no nível egoísta.

O Templo se refere à santidade, doação, amor ao próximo e à incorporação de todos num todo. Quando a nação judaica caiu desse nível, ela determinou o resto de sua história de 2000 anos de exílio.

Da entrevista com V.Kanevsky em Toronto, 05/08/14