Seja Invejoso E Seja Ciumento!

552.02Pergunta: Hoje, muitas pessoas estão se perguntando: “Quais desejos são meus e quais me são impostos pela sociedade? Por que a sociedade determina o que é bom para mim se eu sinto por dentro que não é nada bom, pelo menos para mim? Como posso resistir a esta sociedade?”

Você está dizendo que sentimentos como inveja e ciúme são considerados positivos na Cabalá?

Resposta: Claro. Eles nos desenvolvem. Imagine uma criança que não admira os adultos e não quer ser um adulto. Infelizmente, ela permanecerá subdesenvolvida.

Imagine cientistas que não invejam uns aos outros e não se esforçam para superar uns aos outros; imagine pessoas que não competem e não querem se tornar mais ricas, mais fortes, maiores, mais altas e assim por diante. Afinal, tudo isso só nos torna humanos e impulsiona o progresso; caso contrário, não teríamos descido das árvores.

Comentário: Mas, enquanto estávamos sendo criados, nos diziam o tempo todo: “Ser egoísta é ruim”.

Minha Resposta: Não, é muito bom.

O termo “Cabala” vem da palavra “receber”. Quanto mais uma pessoa quer receber, maior ela mesma se torna. Todo o problema é como ela usa essa qualidade natural. Se isso nos é dado pela natureza, não pode ser ruim.

Se é bom ou ruim depende da nossa implementação. Portanto, deve-se dizer à criança: “Tenha inveja apenas do que é bom e tente ser maior do que ele. Você vê como ele se sai bem, e você se sai ainda melhor. Você vê o quão forte ele é, e você se torna ainda melhor. Você vê como ele pode desenhar ou qualquer outra coisa – tente, talvez você também possa.”

Dizem: “A inveja, a luxúria e a honra tiram uma pessoa do mundo”. Ou elas a matam, por assim dizer, ou, ao contrário, a elevam para o mundo espiritual – essa é a questão. Estas são as qualidades naturais mais fortes inerentes apenas ao homem. Tudo depende de como as usamos: seja em detrimento ou em benefício.

Há uma anedota sobre a visão da neta dezembrista sobre a revolução. Eles lhe disseram: “Estamos fazendo uma revolução para que não haja ricos”. Ela responde: “Meu avô também queria fazer uma revolução, mas para que não houvesse pobres”.

Ou seja, a diferença está no vetor, para onde estamos indo, para onde nos dirigimos – seja bom ou ruim. E as próprias qualidades são as ferramentas do nosso desenvolvimento. Elas nunca devem ser suprimidas em uma criança. Ao contrário, seja invejoso, seja ciumento, seja orgulhoso; é tudo muito bom.

Em suma, eles podem ser chamados de ambições. Grandes ambições levam uma pessoa a algo grande.

De KabTV, “Close-Up. O Criador Existe?”, 09/05/11