“Por Que Os Antidepressivos Não Melhoram A Qualidade De Vida?” (Medium)

Medium publicou meu novo artigo: “Por Que Os Antidepressivos Não Melhoram A Qualidade De Vida?

Nós esperávamos que as pessoas com depressão se sentissem melhor se tomassem antidepressivos. Surpreendentemente, um grande estudo que examinou 17,5 milhões de adultos diagnosticados com depressão a cada ano entre 2005 e 2016 concluiu que não. De acordo com o estudo, “o efeito no mundo real do uso de medicamentos antidepressivos não continua a melhorar a qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) dos pacientes ao longo do tempo”. Além disso, o estudo concluiu que “estudos futuros não devem se concentrar apenas no efeito de curto prazo da farmacoterapia [tratamento por medicamentos], mas sim investigar o impacto a longo prazo das intervenções farmacológicas e não farmacológicas na QVRS desses pacientes”. Claramente, a depressão não pode ser curada com drogas. A única solução para isso é lidar com a causa raiz da depressão; nada mais vai ajudar.

As drogas são substâncias químicas que podem afetar nossos sentimentos. No entanto, a satisfação emocional é muito mais do que um sentimento temporário que desaparece quando a concentração de uma droga no sangue diminui. A satisfação emocional, cuja falta causa a depressão, é o resultado da conexão com a raiz da vida, a origem que vitaliza tudo ao nosso redor. Assim como não sentimos o oxigênio no ar, mas sentimos imediatamente quando sua concentração diminui, não sentimos que estamos conectados à raiz da vida, mas certamente sentimos quando estamos desconectados dela.

A raiz da vida é uma força vital que gera e sustenta tudo ao nosso redor. Mantém um equilíbrio dinâmico entre dois opostos que geralmente podemos relacionar como dar e receber. Esses opostos se manifestam de maneira diferente em todos os níveis: noite e dia, primavera e outono, vida e morte, amor e ódio e assim por diante.

Quando estamos desconectados dela, nos sentimos desorientados, inseguros e sem rumo. Imagine estar no espaço sem nada ao seu redor, nem mesmo estrelas ou planetas para mostrar onde você está. Você pode respirar, mas nada do que você faz tem qualquer efeito. Quando estamos na Terra, pressões tremendas do ar operam em nossos corpos, a gravidade puxa nossos corpos para baixo, as mudanças climáticas e as horas do dia ditam o que fazemos, e as pessoas ao nosso redor nos forçam a agir e pensar de um forma que não faríamos se não fossem as pressões sociais. No entanto, precisamente essas pressões e contrapressões que criamos internamente nos fazem sentir vivos e vitais. Elas nos dão direção, estimulam nossas ações e nos permitem avaliar nossas vidas.

Quando nos concentramos demais em nós mesmos, perdemos o contato com os outros, nossas conexões humanas e sociais se rompem e nosso canal mais valioso de conexão com a raiz da vida, essa força vital, fica bloqueado. É por isso que as pessoas sem laços sociais saudáveis o se sentem vitalizadas, embora não haja nada de errado fisicamente com elas.

Quanto mais nos desenvolvemos, mais precisamos de satisfação emocional. Se antes precisávamos de conexões sociais principalmente para satisfazer nossas necessidades de sobrevivência, como alimentação e trabalho, a modernização tornou relativamente fácil garantir nosso bem-estar físico. Como resultado, nossos laços sociais mudaram seu propósito e, em vez de garantir nossa sobrevivência, eles nos fornecem uma razão para sobreviver. Em vez de diminuir seu sentido, eles se tornaram o próprio sentido de nossas vidas.

Tem sido demonstrado em inúmeros estudos que uma pessoa com bons laços sociais é muito mais feliz e muito menos propensa à depressão do que uma pessoa mais introvertida. Novamente, é a interação de pressão e contrapressão que nos faz sentir vivos e nos dá um senso de propósito e direção. A cura para a depressão, portanto, não está nas drogas, que não têm efeito sobre nossas conexões sociais, mas na construção de conexões sociais significativas que nos darão satisfação emocional.

Isso não significa que todos devemos ter muitos amigos ou que não devemos estar sozinhos. Nossa disposição natural para a sociabilidade ou privacidade deve permanecer. No entanto, toda pessoa, por mais privada que seja, precisa de conexões sociais. Nosso propósito é tornar significativos os laços que temos.

Nossas conexões sociais devem ser tais que nos apoiemos e nos encorajemos a realizar nosso potencial. Devemos aprender a ver as diferenças entre nós não como causas de separação, mas como perspectivas que nos enriquecem com pontos de vista que não chegaríamos por nós mesmos. Assim como a noite dá sentido ao dia, uma opinião oposta à minha dá sentido à minha própria opinião.

Pense, por exemplo, na democracia. Qual seria o significado da palavra se todos tivessem a mesma opinião política?

Portanto, a única maneira de melhorar nossa qualidade de vida é ter o maior número possível de visões dentro da mesma sociedade e manter a coesão da sociedade, mantendo todas essas visões diferentes “sãs e salvas”. Isso nos manterá ligados a essa raiz da vida, às contradições que dão significado e sentido à vida e que nos proporcionam satisfação emocional.