“Matar O Líder Do ISIS Não Resolverá Nada” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Matar O Líder Do ISIS Não Resolverá Nada

Na quinta-feira, três de fevereiro, um ataque de contraterrorismo dos EUA no noroeste da Síria matou o líder do ISIS, Abu Ibrahim al-Hashimi al-Qurayshi. Al-Quraishi liderou o grupo desde a morte de seu fundador, Abu Bakr al-Baghdadi, que foi morto em outro ataque dos EUA em 2019. Tenho que admitir que só descobri isso hoje. Normalmente, eu sei o que está acontecendo no mundo, mas neste caso, a matança faz tão pouca diferença que a história me escapou completamente. Além disso, não temos ideia de quem o seguirá e o que ele pode fazer, então não tenho certeza de que eliminar al-Qurayshi neste momento foi sábio.

Em geral, os grupos terroristas não surgem simplesmente; por trás de cada organização terrorista estão países poderosos que as usam para guerras por procuração. No passado, os países lutavam entre si e matavam dezenas de milhares de pessoas. As economias eram arruinadas e a devastação era desastrosa. Hoje, os países usam exércitos paramilitares por procuração, que chamamos de “organizações terroristas”, para lutar por eles.

Por um lado, é melhor travar guerras por procuração do que iniciar uma guerra total. Por outro lado, não podemos considerar o terror um desenvolvimento positivo. Devemos aspirar a viver sem ambos.

No passado, era difícil imaginar um mundo sem guerras. Mas desde o fim da Segunda Guerra Mundial, o mundo ocidental de fato vive sem guerra em solo da Europa Ocidental ou da América do Norte há quase oitenta anos. Da mesma forma, embora hoje seja muito difícil imaginar um mundo sem terrorismo, não é impossível alcançá-lo. Assim como o Ocidente resolveu nunca mais lutar porque percebeu o que a guerra pode fazer, o mundo finalmente chegará a um ponto em que resolverá não permitir o terrorismo, e pela mesma razão que o Ocidente aboliu a guerra.

Chegaremos lá quando toda a humanidade resolver corrigir o coração do mal neste mundo: a natureza humana.

Há duas maneiras de chegarmos lá: a primeira é que a natureza nos forçará a reconhecer uns aos outros, levar uns aos outros em consideração e, finalmente, até desenvolver preocupação um pelo outro. A segunda maneira é desenvolver essa sensibilidade mútua voluntariamente. Em ambos os casos, teremos que desenvolver cuidado e preocupação um pelo outro.

Realisticamente, o caminho para esse estado ideal provavelmente consistirá em uma mistura das duas possibilidades. A natureza provavelmente nos forçará a nos aproximarmos um pouco, a nos tornarmos um pouco mais atenciosos por meio de golpes naturais ou violência, e à medida que nos aproximarmos perceberemos que essa forma de relacionamento é preferível ao ódio e à desconfiança.

Subsequentemente, voltaremos aos nossos caminhos mesquinhos, e a natureza novamente nos lembrará dolorosamente de nossa interdependência. No final, a dor ficará gravada tão profundamente em nossa memória coletiva que não retornaremos à violência e às visões egocêntricas.

Também possamos tornar a jornada mais curta e menos dolorosa lembrando uns aos outros antes de sofrermos mais golpes da natureza ou das pessoas, mas isso depende da nossa vontade de ouvir. A escolha é nossa. A sociedade humana terá um final feliz, mas a questão é se nosso caminho para lá será feliz ou se deixaremos o sofrimento nos levar ao final feliz.