“Jogar De Ser Deus” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Jogar De Ser Deus

vida é cheia de jogos. Animais, bebês, crianças, todos jogam. Quando nos tornamos adolescentes, começam diferentes jogos, que se tornam cada vez mais sofisticados ao longo do tempo. Colocamos e tiramos personagens de ícones que admiramos ou que nos influenciam, mas no processo perdemos o contato com quem somos.

Jogar (brincar) de ser Deus significa almejar tornar-se semelhante à qualidade de dar, a qualidade que engendra toda a vida. É o jogo mais complicado e intrincado que existe. É também, de longe, o mais gratificante.

Os jogos são um meio natural de desenvolvimento. Eles nos ajudam a nos preparar para nosso próximo nível de desenvolvimento — físico, intelectual, emocional ou espiritual. À medida que crescemos, passamos a sentir que devemos esconder nosso verdadeiro eu e assumir um personagem que será popular. É assim que começamos a esquecer quem somos.

À medida que crescemos, desenvolvemos novos personagens para cada nova fase da vida. Desenvolvemos um personagem para estar com amigos, um personagem para estar em casa com a família, um personagem para ser pai, um personagem para estar no trabalho, com estranhos ou em qualquer outro lugar que vamos. No final das contas, mesmo quando estamos sozinhos e não precisamos colocar nenhuma fachada, não sabemos que “personagem” usar porque não estamos acostumados a ser apenas nós mesmos.

Às vezes, à noite, antes de adormecer, uma pergunta surge em nossas mentes: “Quem sou eu? Eu realmente sei quem sou sem todas as máscaras e fachadas que coloquei ao longo da minha vida? E o mais importante, vou encontrar o verdadeiro eu novamente?”

A resposta a essa pergunta é que é possível, mas com uma condição. Você precisa fazer um jogo especial para isso e assumir um personagem especial: você precisa jogar de ser Deus. Deus não é algum tipo de Papai Noel sentado em uma nuvem, ou uma entidade que governa o universo. Deus, também conhecido como o Criador, é uma qualidade, um atributo: Deus é a qualidade de doação absoluta e cuidado com os outros. Somente a qualidade da bondade absoluta pode engendrar algo, pois qualquer outra coisa olha para dentro, para agradar a si mesma, e não para fora, para construir um ser novo e independente.

Assim como uma mãe engendra a vida por meio de seu amor, o Criador engendra a vida por meio de Seu amor. Se quisermos encontrar nosso verdadeiro eu, precisamos jogar de ser como o Criador, em um estado de pura doação e cuidado com os outros.

Pode parecer estranho, no começo, mas o mesmo acontece com todos os personagens que colocamos. Assim como todo personagem se torna natural depois de um tempo, o personagem do doador também se torna natural.

Jogar de ser Deus significa almejar tornar-se semelhante à qualidade de dar, a qualidade que engendra toda a vida. É o jogo mais complicado e intrincado que existe. É também, de longe, o mais gratificante.

Não há perdedores neste jogo porque você pode jogar o quanto quiser até ganhar. Quando você ganha, você se torna o personagem que estava jogando. Em outras palavras, a qualidade de dar se torna uma segunda natureza, uma nova natureza que você coloca acima da original, e ambas existem dentro de você.

Uma vez que você tenha obtido essa outra natureza, sua percepção se expande para abranger toda a realidade. De repente você entende por que tudo acontece porque vê as coisas da mesma perspectiva que criou tudo e sustenta tudo. Você entende não apenas o presente, mas o passado e o futuro também se tornam conhecidos, e o “tempo” adquire um significado totalmente novo. À medida que nossa percepção se torna ilimitada, também nosso senso de existência, e a vida e a morte tornam-se fases de desenvolvimento, enquanto nós mesmos transcendemos ambos à medida que nos tornamos onipresentes e oniscientes como a qualidade que gerou e sustenta o mundo.