“Helenismo Versus Judaísmo: Um Choque De Civilizações” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Helenismo Versus Judaísmo: Um Choque De Civilizações

Pouco antes do feriado de Chanucá chegar ao fim e esquecermos a guerra entre os helenistas e os judeus, gostaria de dizer mais uma palavra sobre ele, já que ainda estamos lutando essa guerra, os soldados somos nós, e o resultado até agora foi uma derrota total.

A filosofia grega, que os helenistas tentaram impor na terra de Israel no século II a.C., argumenta (em geral) que não há nada de errado com a humanidade, e tudo o que precisamos é nos desenvolver. É por isso que os gregos colocaram tanta ênfase nos esportes e aprendizados.

A abordagem judaica disse o contrário. “A inclinação do coração do homem é má desde sua juventude” (Gen. 8:21) e “Cada intenção dos pensamentos de seu coração é má o dia todo” (Gen. 6:5) são dois exemplos de muitos que mostram como o judaísmo vê a natureza humana. Por que o coração do homem é mau? Pensamos apenas em nós mesmos e tratamos os outros como objetos de uso e abuso.

A abordagem grega é a natural; a abordagem judaica é contraintuitiva. No entanto, aplicando-a, os judeus foram capazes de conceber, e viver por (ainda que brevemente) ideais sociais que nos elevam acima da natureza humana, acima da crueldade, exploração e ridicularização, e nos levam a um reino de unidade.

Para entender com era revolucionária a abordagem judaica na época, pense no amor de uma mãe por seu filho. Ela vê o mundo através dos olhos de seu filho e suas necessidades através das necessidades de seu filho. O que a criança precisar é o primeiro da lista dela.

Agora imagine que todas as pessoas se amam como uma mãe ama seu filho, e ainda mais, uma vez que os israelitas se uniram “como um homem com um só coração” (RASHI, Comentário sobre a Torá). Antigamente, quando os judeus mantinham essa unidade, eram “uma luz para as nações” (Isaías 42:6). Essa era a sabedoria que Ptolomeu II, rei do Egito, procurou adquirir dos judeus quando convocou setenta sábios hebreus para seu palácio em Alexandria para traduzir a Lei Judaica para o grego.

Antes de traduzir, o rei sentou-se com os sábios por duas semanas inteiras e fez-lhes todas as perguntas que poderia pensar sobre governança e sociedade. Quando estava satisfeito com suas respostas, ele as enviou para traduzir, não antes de dizer que agora “ele tinha aprendido como deveria governar seus súditos” (Josephus, As Antiguidades dos Judeus, Livro XII).

Quando os judeus começaram a abandonar suas nobres ideias de sociedade e abraçar os valores gregos, o choque das civilizações se intensificou e finalmente eclodiu em guerra civil. Naquela época, os asmoneus, campeões da abordagem hebraica, venceram a guerra e expulsaram os helenistas. Hoje, os gregos são os vencedores e os perdedores são toda a humanidade e todo o planeta.

Consciente ou involuntariamente, teremos que lutar contra os helenistas dentro de nós. A abordagem egocêntrica que o mundo abraçou tão prontamente esgotou nossos recursos e destruiu a sociedade humana. Se persistirmos com isso, ela nos mergulhará em uma Terceira Guerra Mundial. É melhor lutar contra nossos egos do que enfrentar armas nucleares.

Então, antes do feriado acabar, devemos lembrar, para nosso próprio bem, que Chanucá não é sobre dreidels e sufganiyot (dados e rosquinhas de Chanucá). É sobre uma guerra interior que devemos travar contra nós mesmos. Dentro de cada um de nós há gregos e asmoneus. Em cada um de nós, o ego quer governar, e hoje vemos que se o ego ganhar, todos nós perdemos. Não temos escolha a não ser ficar do lado dos asmoneus e escolher a unidade e a responsabilidade mútua sobre a divisão e a alienação.