O mundo em que vivemos foi formado pela descida sucessiva do mundo superior, que, gradualmente, foi se reduzindo e alcançou o último ponto denominado “nosso mundo”. E este é o melhor estado para subida espiritual.

À medida que nos elevamos, não esquecemos esse estado, mas começamos a compreendê-lo de uma nova maneira, a senti-lo, a aprová-lo, a justificá-lo. Vemos que é graças a este mundo mais inferior, distante da perfeição, que podemos apreciar a perfeição para a qual estamos ascendendo.

Ao mesmo tempo, expandimos e abrimos o mundo espiritual cada vez mais e começamos a entender que nosso estado foi forçado, criado especialmente para nós, não como um castigo, mas totalmente oposto à perfeição. E na diferença entre os dois mundos, podemos perceber o quão perfeito é o mundo superior.

Portanto, se uma pessoa começa a tratar corretamente o nosso mundo como um ponto de subida, ela não o amaldiçoa mais, sabe como usá-lo, o aprecia e valoriza. Este mundo é um bom começo para nós.

Pergunta: Isso acontece apenas no nível da percepção, não da sensação?

Resposta: Depende de como você o entende. Por exemplo, se eu ficar doente, o médico me dá uma injeção. Dói, é desagradável, mas eu tomo com gratidão e pago pelo serviço porque sei que vai dar um bom resultado. Portanto, o médico, como mediador, é justificado, desejável aos meus olhos.

Então, você só precisa abrir os olhos para ver o resultado final. Isso é o que a Cabalá nos dá. Então todo este mundo se torna necessário, desejado e correto; você sabe como usá-lo para alcançar a perfeição com base no estado oposto.

Pergunta: Nesse sentido, queremos melhorar de alguma forma nosso mundo?

Resposta: Não. Precisamos apenas nos elevar. Não há nada para transformar o mundo. Estamos constantemente tentando melhorá-lo, mas ele só piora porque temos que mudar a nós mesmos, não o mundo.

De KabTV, “O Poder do Livro do Zohar” # 20

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