“Este Programa De Terror Mostra Quem Somos” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Este Programa De Terror Mostra Quem Somos

Um aluno meu me contou sobre um novo programa chamado “Round 6”. É uma “série de suspense” sul-coreana, como eles a chamam, que se tornou um fenômeno da cultura pop e é o show mais assistido em mais de 90 países. O programa apresenta várias centenas de pessoas que estão todas com grandes dívidas financeiras e em estados emocionais terríveis. Os produtores as colocam uma contra a outro, mesmo sendo muito próximas, e fazem com que se odeiem. O vencedor leva milhões de dólares e as outras são mortas. Este show não seria tão horrível se não retratasse nossa verdadeira natureza. O próprio fato de assistirmos a tal espetáculo com entusiasmo é a prova de que por baixo da fachada “civilizada”, nossa natureza é como o espetáculo retrata.

Funciona como um ímã. Amamos assistir a luta entre o bem e o mal, contanto que estejamos a salvo das consequências da batalha. A questão é que nesse show, não há nada de bom; só existe o mal.

Na verdade, os humanos são os piores seres na realidade. O que nos torna tão singularmente maus é o fato de querermos prejudicar os outros explicitamente. Não queremos comer os outros porque morreremos de fome a menos que o façamos; queremos vê-los sofrer! Obtemos prazer com a dor dos outros e obtemos mais prazer quando somos nós que o infligimos.

Costumamos dizer que a realidade é como uma selva, onde os fortes comem os fracos. Porém, na selva, os fortes não querem destruir os fracos; eles querem comer. Uma vez satisfeitos, eles querem dormir e brincar, e não matar ou machucar para se divertir. Na selva humana, não queremos comer outras pessoas; queremos vê-las sofrer! É por isso que a selva natural prospera sem nenhuma lei, enquanto a selva humana, que erroneamente chamamos de “civilização”, está se desintegrando, apesar das leis que se esforçam para limitar nossa barbárie.

Se tivéssemos alguma esperança de encontrar a bondade na natureza humana, o “Round 6”, e principalmente sua popularidade, prova que não temos nada a esperar no que diz respeito à natureza humana. Se pudermos criar esses programas, e se eles puderem ser tão populares, poderemos fazer tantos horrores na vida real.

O único bem possível que pode resultar de tal show é a compreensão de que não é fantasia, mas uma representação autêntica de quem somos. Talvez, se percebermos isso, estejamos dispostos a fazer algo para mudar a nós mesmos.

A tendência atual é entorpecer nossa consciência do show de horror humano em que vivemos, tornando a maconha disponível e legal. Na verdade, quanto mais aprendemos sobre a natureza humana, mais percebemos que talvez seja melhor nos entorpecer ao longo da vida até que ela acabe.

Por enquanto, estamos comemorando a visão de outras pessoas sofrendo, assim como as pessoas costumavam comemorar ao ver os pobres lutando contra os leões na Roma antiga. Somente se percebermos que não é certo ser assim, nossas mentes podem se abrir para outras opções. Se tal programa diabólico pode ser o principal show em mais de 90 países, isso significa que o mundo inteiro está imerso em perversidade desequilibrada.

Existe uma solução, mas ela é exigente e deve abranger o mundo inteiro para ter sucesso. Para mudar quem somos, devemos iniciar um processo educacional mundial onde tais programas sejam proibidos e programas pró-conexão humana sejam produzidos e transmitidos. Mesmo que não sejam populares, a princípio, não podemos nos permitir ser expostos ao violento veneno e à cultura do narcisismo que consumimos hoje. Eles podem ser doces, mas são letais.

Se as pessoas não quiserem assistir a programas sobre a conexão humana, elas podem deixar de lado seus dispositivos de mídia e simplesmente falar umas com as outras. Isso já será uma grande melhoria para a situação atual.

Pode não parecer divertido, mas qual é a opção? Viver o “Round 6”. Além disso, depois de alguma prática, descobriremos que a conexão e o cuidado são muito mais gratificantes e agradáveis ​​do que a destruição e a crueldade, e não carregam o efeito colateral negativo que é a nossa cultura atual.