“Os Vinte Anos Obscuros Da Conferência De Durban” (Linkedin)

Meu novo artigo no Linkedin: “Os Vinte Anos Obscuros Da Conferência De Durban

Durban é uma cidade portuária global na África do Sul, uma cidade repleta de influências de muitos países e imersa em uma mistura de diferentes culturas. É uma cidade de contrastes: arranha-céus modernos ao lado de áreas urbanas rodeadas de mercados, um passeio adornado com palmeiras ao longo de estradas escuras.

Apesar de toda a abundância e atmosfera multicultural que essa cidade tem a oferecer, o nome “Durban” carrega consigo uma conotação amarga para os judeus. Particularmente, as palavras “Conferência de Durban”. Vinte anos atrás, em setembro de 2001, a primeira Conferência de Durban, que deveria ser um evento para combater o racismo, a discriminação e a xenofobia, rapidamente se tornou um fertilizante potente no terreno do ódio contra os judeus e contra Israel em particular.

É claro que as sementes do antissemitismo não começaram lá, mas o fórum certamente acelerou e expandiu as acusações venenosas contra Israel como um “estado de apartheid”; ele impulsionou a desligitimização do estado de Israel e seu subsequente boicote através de movimentos globais como o BDS (boicote, desinvestimento e sanções).

Foi aí que o novo antissemitismo começou e o tratamento hostil de judeus e Israel irrompeu novamente com força total. O sionismo também se tornou sinônimo de racismo, e o Holocausto foi retratado não como uma atrocidade com o objetivo de destruir os judeus europeus, mas a justificativa para “os erros de Israel”.

Em 22 de setembro de 2021, um evento que marcará o vigésimo aniversário da Conferência de Durban será realizado em Nova York como parte da Assembleia Geral anual da ONU, mas, infelizmente, nada mudou para melhor nos últimos vinte anos. Eles são os mesmos lobos em pele de cordeiro.

Esse ano, também, quando pelo menos 16 países mostram apoio a Israel e estão boicotando o evento por causa de seu fedor antissemita ainda mais do que em conferências anteriores: não é um sinal real de progresso. Não acredito por um momento que esses países tendam a favorecer o Estado de Israel ou sejam simpáticos aos judeus onde quer que estejam.

Você pode comprar sorrisos falsos com dinheiro, mas o mundo não vai virar e mudar como resultado disso. É impossível resolver o fenômeno do antissemitismo antigo em conferências. É possível reunir de conferência em conferência, mas além de dinheiro e publicidade para promover agendas políticas ou para marcar que fizemos algo a respeito, nenhum benefício real sairá de tais eventos.

A única condição para a mudança é a autoconsciência do povo de Israel e uma nova atitude sobre nosso destino. O povo judeu foi fundado a partir de uma coleção de representantes de diferentes povos, uma composição de diferentes elementos, igualmente comprometidos com a unidade e o amor ao próximo.

O antissemitismo é o ressentimento contra nós pelas nações do mundo. Elas acham que os judeus guardam o segredo para um futuro melhor, mas que não estamos abrindo o tubo para que essa bondade flua para todos os povos. Inconscientemente, o mundo espera que nós, judeus, nos conectemos uns com os outros, estejamos unidos e alcancemos um forte sentimento de amor pelos outros. Se agirmos dessa forma, seremos uma luz para as nações, espalharemos luz e não escuridão, amor em vez de ódio. Só assim erradicaremos as hostilidades contra nós.

Nossa missão é trazer o método de conexão para promover a unidade e consideração mútua. Se nos dedicarmos a essa tarefa e nos conectarmos sobre as diferenças entre nós, sobre os elementos que nos separam, sobre a etnia e o partidarismo que nos separam por dentro, seremos uma nação exemplar para todos os povos.

Mesmo o primeiro pequeno passo em direção à unidade entre nós despertará uma força de conexão mais forte, uma força suprema que é essencial para todos nós. Então, a direção mudará de ruim para boa. Como está escrito: “Recebemos a ordem de, a cada geração, fortalecer a unidade entre nós, para que nossos inimigos não nos governem” (Rabino Eliyahu Ki Tov, O Livro da Consciência).