Pessach Do Ponto de Vista das Realidades Modernas, Parte 3

568.01Pergunta: Na história do Êxodo do Egito, existem várias heroínas que de uma forma ou de outra contribuíram para a libertação do povo. Uma delas é Batya, uma egípcia, filha do Faraó.

Quando foi anunciado que todos os meninos deveriam ser mortos, a mãe de Moisés o mandou rio abaixo. Batya sabia que era um menino judeu, mas ainda sentia pena dele. O que acontece em uma pessoa ou entre pessoas quando o que é proibido, e é claro que isso será seguido de punição, de repente recebe um estreito corredor de salvação?

Resposta: Esse é sempre o caso. Se você se desespera completamente com os estados anteriores e não vê mais neles qualquer avanço, nenhuma oportunidade de continuar seu caminho espiritual, uma nova força aparece: de cima. É justamente de cima, porque vem do Faraó.

O Faraó é um enorme desejo egoísta do homem de governar, de desfrutar, de enriquecer a si mesmo.

Mas ele também tinha uma filha, Batya. Batya significa “filha do Criador” (Bet-Yod-Hey). E há uma continuação muito interessante do desenvolvimento espiritual da humanidade através dela: ela resgata este bebê flutuando no rio e o amamenta.

Ela cuida de Moisés com a ajuda de sua própria mãe, porque ela se ofereceu como babá. Até recentemente, era costume uma mulher de fora amamentar uma criança.

Moisés cresceu no palácio real, na família real, e recebeu a mais alta educação e criação na época. Ele foi chamado de filho adotivo do Faraó. Ele estava sentado no colo do Faraó, brincando com sua barba. Os sacerdotes de Faraó previram que isso não era bom e que ele herdaria o trono. Mas seu avô adotivo o amava. E Batya, é claro, ficou muito satisfeita. Foi assim que Moisés cresceu.

Pergunta: Do ponto de vista de nosso tempo, o que significa que esse menino estava brincando com seu oponente e que gostou?

Resposta: O Faraó ainda não é um oponente. Moisés ainda é jovem e cresce às custas do Faraó. Nossa natureza altruísta se desenvolve no início precisamente às custas do egoísmo. Ela brinca com o egoísmo, o egoísmo a cultiva e então ela se torna o oponente do egoísmo.

No início, todas as nossas ações boas e altruístas, que se manifestarão em nós, nascem dentro de uma pessoa pequena e egoísta. Pequena não pela idade, mas pelo desenvolvimento. E continuam a se desenvolver até certo período, até o quadragésimo aniversário.

Quarenta anos é o nível de Bina. Portanto, até a idade de 40 anos, Moisés viveu e foi criado no palácio do Faraó. E só então ele começou a entender que não poderia continuar agindo assim, que tinha que sair dali. Odiando os egípcios por subjugarem seu povo, ele repentinamente descobriu sua conexão com o povo. E não só com o povo, mas com a missão que o povo deve levar.

Os judeus são reunidos de todas as nações do mundo a fim de conduzi-los à revelação do Criador, à qualidade de doação, amor. E Moisés sentiu isso.

A partir de seu quadragésimo aniversário, não ouvimos mais sobre sua mãe adotiva, Batya. E ele começa a tratar o Faraó de uma maneira diferente – a atormentar seu avô adotivo.

De KabTV “Notícias com o Dr. Michael Laitman”, 12/04/19