“O Povo Americano Merece Elogios, Mas O Futuro É Sombrio” (Medium)

Medium publicou meu novo artigo: “O Povo Americano Merece Elogios, Mas O Futuro É Sombrio

Eu devo confessar: por muitos anos, pensei que os americanos só se importavam com dinheiro. Eu estava errado. Nos anos após a administração Obama, aprendi a apreciar os americanos. Aprendi que eles realmente se preocupam com os ideais, e não apenas com o ganho material. Mas talvez exatamente por causa disso, o futuro da América é muito sombrio. A menos que os americanos de alguma forma encontrem uma unidade acima de suas divisões profundas, os EUA logo se tornarão um país do terceiro mundo, deixando a arena internacional para a Rússia e a China.

Do jeito que as coisas estão agora, o futuro da América é sombrio. Biden não pode comandar o país e Obama comandará o show nos bastidores. Se isso acontecer, a América cairá ao nível de um país do terceiro mundo. Nesse caso, a Rússia, com seu poderio militar, e a China, com sua riqueza, dominarão o mundo. Em janeiro, grandes mudanças acontecerão na sociedade americana, independentemente da identidade do presidente. Quem for declarado triunfante, o outro lado não vai aceitar, e isso vai agitar o país.

Ambos os lados, incluindo os democratas, aos quais não pertenço, devem compreender que esta divisão conduz à unidade, de uma forma ou de outra. Não pode haver vencedores aqui, pois vencer não é o objetivo da divisão, mas sim a unidade acima da divisão. Você não pode andar com apenas uma perna; você precisa tanto da perna direita quanto da esquerda para avançar, e o mesmo vale para a sociedade. Visões opostas não significam que um esteja certo e o outro errado, mas que ambos são necessários para tomar as decisões certas em relação à sociedade.

Há méritos nas perspectivas democrata e liberal, assim como há méritos nas perspectivas republicana e conservadora. Ambos os lados defendem valores dignos. Mas quando um lado nega a legitimidade do outro lado, o demoniza e o apresenta como “o inimigo da nação”, isso anula a legitimidade do crítico. A compreensão de que somente a unidade acima das diferenças é a solução virá, mas a questão é quando e a que custo. Ambos os lados devem ter em mente o futuro do país.

Na minha opinião, se Biden se tornar presidente, isso dará aos americanos a chance de ver (aqueles que ainda não perceberam) como era na Rússia Soviética. É a mesma abordagem que destruiu a Rússia, e veremos o que acontecerá na América. Se isso acontecer, as pessoas podem entender que Trump não era tão ruim para os Estados Unidos quanto era retratado pela mídia e por adversários políticos.

O ponto principal é que você não pode ir atrás dos caprichos das pessoas; você tem que seguir a lei natural da unidade, que não se inclina nem para os democratas nem para os republicanos, já que ambos são necessários para que o país prospere. A conversa atual sobre vingança e outros discursos divisionistas não trará nada além de problemas. A cessação não é realista e a vingança é um apelo à guerra civil.

Mas nem tudo está perdido. Se o povo americano decidir enfrentar o desafio e perceber que seu futuro pessoal depende do futuro de seu país, eles podem estar dispostos a se unir acima do abismo. Isso exige coragem, sinceridade e determinação, e os americanos são conhecidos por terem as três. A questão é se eles percebem que devem empregar essas características agora, antes que seja tarde demais.

A Primeira Emenda, que consagra a liberdade de expressão, é valiosa. No entanto, só pode haver liberdade de expressão quando esta se baseia em valores comuns, como consideração mútua e integridade da sociedade. Isso não significa que não se possa expressar nem mesmo as visões mais extremas, inclusive uma aspiração de desmantelar a sociedade. No entanto, mesmo quem expressa tais pontos de vista deve aceitar que expressá-los é possível precisamente porque é parte de uma coleção de pontos de vista que constituem um todo completo, e que ele ou ela não seria capaz de expressar tais pontos de vista se não fosse pela existência de seu oposto completo.

Por exemplo, pense no corpo humano. Dentro de nosso corpo, existem órgãos que realizam ações opostas, mas sua atuação só é possível devido à existência de suas contrapartes. Pense em músculos opostos que permitem nosso movimento, pense em órgãos que usam oxigênio, emitem CO2 e estimulam nosso mecanismo respiratório. Sem órgãos que emitem CO2, morreríamos sufocados. Nosso corpo está cheio de contradições que possibilitam nossa existência saudável. Até que ponto somos convencidos de pensar que, em sociedade, apenas nossa visão merece existência? Se o povo americano aprender a trabalhar junto por seu país, acima de seus ideais opostos, descobrirá que as contradições entre eles são exatamente o que o país precisa para ser saudável, próspero e forte.