Chanucá – Esforço Para Unir

747.01Pergunta: Os gregos, liderados por Antíoco IV, capturou o Templo no século II aC. Houve uma divisão dos judeus em judeus helenizados, que apoiaram os gregos selêucidas, e judeus ortodoxos liderados pelos Macabeus. Os Macabeus lideraram a revolta e expulsaram os Selêucidas do Templo que havia sido capturado e profanado. Quando os Macabeus entraram no Templo, eles viram que o óleo puro para as velas da Menorá só poderia durar um dia. Mas um milagre aconteceu: o óleo queimou por oito dias.

Esses são eventos históricos que ocorreram há mais de 2.000 anos. O que eles significam do ponto de vista da Cabalá?

Resposta: Após deixar o Egito, o povo de Israel recebeu o método de conexão (garantia mútua, Arvut), que se desenvolveu durante 40 anos de viagens no deserto. Gradualmente, eles se tornaram mais e mais unidos de acordo com o método recebido de Jetro, o pai da esposa de Moisés. Jetro não era judeu, nem era sua filha, mas como diz a Torá, ele se uniu totalmente a eles.

O termo Torá vem da palavra “luz” (Ohr). A luz da Torá, que uma pessoa recebe de cima, é necessária para reunir as pessoas e transformá-las em um único todo.

Apesar do fato de que elas estão egoisticamente distantes, opostas uma a outro, e cada uma deseja governar os outros, com a ajuda do ambiente certo e da luz superior, todas podem se submeter à sociedade e garantir que todas as pessoas nela sejam direcionadas para o centro da sociedade para se unirem.

Isso é o que os judeus fizeram por 40 anos no deserto. Depois que alcançaram o estado de unidade, o deserto se transformou em uma terra perfumada para eles, chamada Terra de Israel. “Terra – Eretz” vem da palavra “desejo –  Ratzon”. Ou seja, seu desejo começou a florescer e a dar frutos.

Eles construíram o Templo que representou o resultado de seus esforços que vieram da conexão entre eles. O Templo não significa algo materializado, nem pedras e madeira, mas a conexão de seus desejos.

Assim, eles viveram, lutaram, se reconciliaram e escolheram constantemente novas condições de conexão. Eles estavam mudando porque novos desejos egoístas surgiam constantemente neles. Portanto, eles tinham que atrair a luz superior chamada Torá mais e mais, para se unir e assim avançar.

Mas eles não puderam se agarrar a isso e por algum tempo caíram na escravidão do egoísmo, chamado de exílio babilônico da época de Nabucodonosor. Então, com a ajuda da Rainha Ester, eles saíram do exílio e começaram a habitar novamente a Terra de Israel, ou seja, o desejo de se unir e se conectar com o Criador.

Assim, eles seguiram em frente até chegarem ao estado de construção do Segundo Templo, unindo-se em um vaso comum no qual alcançaram o Criador. Mas não durou muito, porque mais uma vez havia um egoísmo enorme e dilacerante entre eles. Foi assim que o Segundo Templo foi destruído, o vaso comum foi quebrado, os desejos e intenções mútuos de amar uns aos outros que nos permitem revelar o Criador.

Foi nessa época que o Rabi Akiva convocou os judeus a se unirem e gritou que se deveria “amar o próximo como a si mesmo”, mas eles não podiam mais ouvi-lo. Este é o estado em que se encontra o povo de Israel, povo que, por um lado, entende que é preciso se unir e, por outro, não consegue se obrigar a se unir.

De KabTV, “Estados Espirituais”, 16/12/19