“O Coronavírus Mudará Para Sempre A Forma Como Os Humanos Interagem?” (Quora)

Dr. Michael LaitmanMichael Laitman, no Quora: O Coronavírus Mudará Para Sempre A Forma Como Os Humanos Interagem?

O coronavírus está realmente nos fazendo sofrer mudanças sérias.

Nossos comportamentos, pensamentos, ambições, esperanças e expectativas já mudaram, mostrando-nos que o coronavírus não é apenas uma minúscula partícula física que nos infecta.

O coronavírus é um novo programa que entrou na nossa realidade, transformando-nos comportamental e psicologicamente.

Quanto mais durar a pandemia, mais ela nos fará reavaliar nossos valores, gostos e atitudes.

É como se tivéssemos caminhado para uma ponte entre o mundo pré-coronavírus fortemente materialista – onde víamos a acumulação individualista de riqueza, fama e poder como sinais de sucesso – e a compreensão de que esses valores têm muito menos valor à medida que avançamos mais fundo na pandemia.

Se pudéssemos recuar por um momento da visão do coronavírus como sendo apenas uma doença infecciosa, para o coronavírus como um fenômeno evolutivo enviado pela natureza que surgiu especificamente para transformar as interações humanas, veríamos como a natureza está sutilmente nos guiando para melhorar nossos relacionamentos e conexões.

Essa visão decorre da compreensão de como a natureza nos desenvolve: através do aumento da diversidade e da individualização, depois através de estágios de crise, que são resolvidos pela cooperação e conexão em níveis mais avançados.

Os biólogos evolucionistas, como Elisabet Sahtouris, ilustraram esse processo da natureza guiando suas partes para uma conexão maior e formas de vida mais evoluídas, e ele é consistente com as representações dos Cabalistas do propósito e plano da natureza, que é para a humanidade se conectar positivamente como um todo, e ao fazer isso, alcançar o equilíbrio com a natureza.

Quanto mais nos desenvolvemos, mais interconectados e interdependentes nos tornamos. O problema é que falhamos em atualizar ativamente nossas atitudes uns com os outros, a fim de perceber nossa crescente conexão positivamente.

Portanto, a natureza enviou o coronavírus principalmente com o objetivo de nos ensinar uma lição sobre como cuidar um do outro.

Por exemplo, agora precisamos usar máscaras para não infectar outras pessoas, caso carregemos o vírus sem saber. Em outras palavras, usamos máscaras não para nossa própria saúde, mas para a saúde de outras pessoas, e nossa própria saúde depende de outras pessoas “se importarem” conosco da mesma maneira.

Além disso, no campo econômico, como o coronavírus atingiu um grande golpe em muitas empresas e empregos, está nos forçando a considerar todos que enfrentam uma situação difícil e a pensar em novas soluções para que todos possam, pelo menos, ter seus itens essenciais atendidos. As autoridades também se tornam forçadas a pensar e agir com mais consideração em relação a seus respectivos públicos.

Em tempos de crise induzida pela natureza, as pessoas se reúnem por necessidade, e a pandemia de coronavírus é como uma crise prolongada que, em última análise, serve para melhorar nossas atitudes umas com as outras.

Quanto mais cedo entendermos que as relações mutuamente responsáveis ​​e atenciosas são a próxima fase do nosso desenvolvimento, e tomarmos medidas ativas para ajudar um ao outro a agir de forma mais responsável e atenciosa um com o outro, mais cedo corresponderemos ao estado mais avançado de conexão para o qual a natureza está nos guiando – e então não precisaremos de pandemias e outras crises para coagir voluntariamente a nossa transformação.

Portanto, como o coronavírus já iniciou um processo de mudança na maneira como interagimos, seria prudente aderir às condições que ele coloca diante de nós e procurar como pensar e agir de forma mais considerável com os outros.

Será o nosso ingresso para sair da pandemia e entrar em um mundo mais feliz, seguro e saudável, mais equilibrado com a natureza, onde estaremos mais conscientes do que a natureza quer de nós.

É minha esperança que passemos por essa mudança de forma mais ativa e, portanto, mais rápida e prazerosa, do que se continuássemos deixando a natureza nos incitar.

Foto acima por Kate Trifo no Unsplash