“Por Que Angela Merkel, Da Alemanha, Visita Auschwitz Pela Primeira Vez Em Meio Ao Crescente Antissemitismo?” (Quora)

Dr. Michael LaitmanMichael Laitman, no Quora:Por Que Angela Merkel, Da Alemanha, Visita Auschwitz Pela Primeira Vez Em Meio Ao Crescente Antissemitismo?

É um movimento político da parte dela. Os políticos fazem tais movimentos não de acordo com a emoção, mas de acordo com o que vale mais a pena para eles e seu partido. Portanto, tenho certeza de que Angela Merkel e outras pessoas envolvidas tomaram uma decisão calculada.

O fenômeno do antissemitismo, no entanto, é muito mais amplo que a política. Até que o amplo conhecimento sobre a verdadeira causa do antissemitismo se espalhe, ele continuará sendo um problema não resolvido. Assim, continuará a piorar à medida que avançarmos para o futuro.

O antissemitismo é um fenômeno natural. Ele aparece em todas as pessoas e nações, tanto judeus quanto não-judeus. Portanto, combater o antissemitismo só é possível se tivermos consciência de onde ele vem e qual é a sua causa. Atualmente, nós judeus levantamos a questão do antissemitismo de uma maneira em que procuramos pedir a outras nações que não nos odeiem, e vemos que isso nunca funciona.

É impossível para as nações do mundo não odiarem os judeus. Também está escrito na Torá que Esaú odiava Jacó. Esaú simboliza o desejo de receber, a qualidade das nações do mundo, e Jacó é a força que equilibra o desejo de receber com o desejo de doar, a qualidade do judeu.

Além disso, hoje podemos identificar o ódio entre os próprios judeus que não têm conhecimento da causa do antissemitismo. Se não aprendermos a lei da natureza, como a natureza opera através de todos esses fenômenos, sempre estaremos enganados.

A lei da natureza especifica que o estado final da humanidade é de total unificação, definido pelo princípio: “ame o seu próximo como a si mesmo”. O povo judeu ficou conhecido como tal por ter atingido um estado unificado semelhante há cerca de 3.800 anos, sob a orientação de Abraão na antiga Babilônia (a palavra hebraica para “judeu” [Yehudi] vem da palavra para “unido” [yihudi] [Yaarot Devash, Parte 2, Drush nº 2]).

Portanto, os judeus detêm essa mensagem, para se unirem de acordo com o “ame o próximo como a si mesmo”. Ela está como que incorporada em seu “DNA” como um componente definitivo. O ponto dentro da pessoa que se conecta com o estado mais unificado da humanidade é conhecido na sabedoria da Cabalá como o “ponto no coração”.

O antissemitismo surge devido à seguinte distorção: os judeus têm um ponto latente que os permite acessar a realidade de amor, doação e conexão. No entanto, eles não querem perceber o potencial desse ponto, porque nasceram, cresceram e se identificam completamente com sua natureza egoísta.

Além disso, como os judeus são antissemitas? Isso vem da atitude em relação a este ponto no coração interior. Se eles odeiam esse ponto, isto é, querem viver uma vida egoísta confortável, sem se preocupar com tentar desenvolver o amor, a doação e a conexão com os outros, eles se tornam os maiores antissemitas. Em outras palavras, o antissemitismo está sempre em relação a essa tendência de amar, doar e conectar que os judeus alcançaram: se eles começarem a tentar perceber isso o antissemitismo diminuirá e, se o rejeitarem, consciente ou inconscientemente, o antissemitismo continuará aumentando.

Portanto, o conhecimento sobre a verdadeira causa do antissemitismo é metade da solução do problema. O próximo estágio é entender como não precisamos tentar eliminar o ódio contra os judeus, mas descobrir uma tendência de amar, doar e conectar igual ou maior que o ódio, de acordo com as palavras: “o amor cobrirá todas as transgressões”. Quando entendermos como trabalhar dessa maneira, veremos como o ódio antissemita foi dado à humanidade, a fim de elevá-la ao auge de sua existência. Até que façamos isso, o ódio continuará sendo direcionado cada vez mais exclusivamente aos judeus, e seremos responsabilizados por tudo.

Nós, judeus, somos os culpados pelo ódio que os antissemitas sentem por nós. No entanto, não é devido às razões diretas que eles apontam, seja direcionado ao Estado de Israel que supostamente oprime os palestinos, ou que nós, judeus, assumimos poder demais em países nos quais assimilamos, entre muitos outros. Em vez disso, devemos ficar atrás da nossa própria revelação de amor, doação e conexão mútua, e nosso subsequente fracasso em transmitir uma conexão com a fonte que traz abundância em nossas vidas, capaz de trazer paz, harmonia e perfeição para todos.

Portanto, até iniciarmos uma grande mudança em direção à união (“ame o seu próximo como a si mesmo”), o antissemitismo só aumentará.

Além disso, os 60 milhões de euros que a Alemanha doou à Fundação Auschwitz-Birkenau antes da viagem de Merkel a Auschwitz seriam mais bem utilizados se a Alemanha abrisse um centro de pesquisa para o fenômeno do antissemitismo.

Ao investigar o antissemitismo, há esperança de que possamos descobrir sua verdadeira causa e entender o que precisa ser corrigido para se chegar a uma solução.

O que pode realmente ajudar a combater o antissemitismo é a disseminação da verdadeira causa do antissemitismo, entendendo-a como uma lei da natureza.

Os alemães descobririam que não são os culpados pelo Holocausto e, além disso, que nenhum antissemita é o culpado pelo ódio que sentem pelos judeus.

Os judeus desconhecem o fato de que são os culpados pelo antissemitismo, porque têm um papel na natureza de alcançar o “ame o próximo como a si mesmo” e transmitir o conhecimento dessa lei a todos. Devido ao que nossos ancestrais descobriram na antiga Babilônia sob a orientação de Abraão, mais uma vez temos uma exigência da natureza sobre nós, de nos unirmos acima das divisões e equilibrar o mundo. Isso, por sua vez, criará um contrapeso contra a força negativa do antissemitismo, que levará o mundo a um estado perfeito.