Perda Do Gosto No Trabalho – Um Convite Do Criador

laitman_290Mudar de sentir a realidade deste mundo para a realidade superior, chamado mundo futuro, significa mudar da razão para a fé acima da razão, de receber para doar. Embora seja impossível explicar com palavras qualquer coisa aqui, assim como explicar a existência de diferentes sons ou músicas a uma pessoa surda. Mas existem exercícios com os quais despertamos a luz que reforma que nos concede o poder de doação. Gradualmente, começamos a pensar em coexistir com essa força de doação, em vez da força de recepção. Isso é possível.

Quando tentamos nos unir, isto é, anular o desejo egoísta pessoal em favor do desejo geral de doar ao grupo, nossos fundamentos começam a mudar gradualmente. Assim, chegamos à fé acima da razão, a uma abordagem espiritual que nos permite sentir, entender, tomar decisões e executar ações que começam e terminam não dentro do nosso desejo de desfrutar, mas acima dele, ou seja, no mundo espiritual. 1

Quando perdemos o gosto pelo trabalho, ficamos zangados e começamos a culpar o destino, o Criador, a ciência da Cabalá, o professor. Não percebemos que é exatamente a perda de gosto no estudo e no grupo que é o convite para o nível espiritual em que a pessoa trabalha não em prol da recompensa animada, material ou egoísta, mas para dar prazer ao Criador.

Gradualmente, passo a passo, nos acostumamos a este trabalho. O principal é perceber que a perda do gosto no trabalho ou uma atitude positiva vem de cima, do Criador, diretamente para a pessoa, a fim de afastá-la do egoísmo e dar-lhe uma certa liberdade de prazeres egoístas, deixando-a sentir-se independente de seus interesses pessoais.

Eu me sinto suspenso entre o céu e a terra porque nenhum prazer me atrai, não tenho forças e não vejo sentido em avançar, a vida não oferece satisfação. Esta é uma grande ajuda do Criador, que está afastando a pessoa de sua intenção egoísta, deste mundo inteiro.

Então, tudo o que resta é trabalhar sem combustível, sem motivação egoísta, apenas para a grandeza do Criador: participar de lições, eventos e viver em geral. Tento trocar prazeres anteriores que carregavam a promessa de recompensa egoísta por um novo estado em que não desejo visualizar recompensa futura, mas apenas em busca de adesão ao Criador a todo momento.

O sentimento de que estou fazendo algo pelo Criador agora me dá combustível para o trabalho, e nesse momento eu vivo. No momento seguinte, devo aplicar esforços de novo, e de novo, a cada momento. É assim que avançarei: o Criador ajudará a me desconectar, a purificar-me do meu desejo de desfrutar e então poderei trabalhar para o Seu prazer. É para isso que vou viver.

Esses momentos, os estados em que sentimos que não temos forças para continuar vivendo ou agindo, quando o mundo fica entorpecido e mergulha nas trevas sem promessa de esperança ou realização, são uma tremenda ajuda do Criador. É assim que Ele nos afasta da nossa realidade, deste mundo, e nos dá a oportunidade de trabalhar para Ele.

Se o Criador não nos desconectasse dos prazeres e realizações deste mundo, não teríamos chance de alcançar o nível espiritual. Permaneceríamos para sempre em escravidão com o Faraó que nos pagaria regularmente e trabalharíamos obedientemente por essa recompensa. Essa é a nossa vida no egoísmo.

Assim, a separação do egoísmo – quando sentimos o vazio, a impotência, a desesperança, a perda – todos esses estados tornam possível mudar da razão para a fé acima da razão, para o nível de doação, quando decido que farei tudo em prol do céu, para a alegria do Criador.

Devemos realizar esses exercícios que o Criador preparou para nós repetidamente e sermos gratos a Ele por finalmente estarmos saindo deste mundo para o mundo espiritual, que estamos agora na linha fronteiriça. Temos que acelerar e aumentar essas ações para que cada uma delas seja um salto à frente; tudo depende da nossa conexão com o ambiente, com a dezena. 2

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 02/02/19, A Obra em Fé Acima da Razão

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