“O Que É Chanucá?” (Quora)

Dr. Michael LaitmanMichael Laitman, no Quora:O Que É Chanucá?

Chanucá (também escrito “Hanukkah”, Heb. “חנוכה“), que começa em 25 Kislev (início a meados de dezembro), também é conhecido como o Festival das Luzes. Designa o início de nossa percepção e sensação da força única e unificada da natureza, o primeiro cruzamento da fronteira que separa o nosso ego da força altruísta da natureza. Os conceitos e costumes de Chanucá – a guerra entre Macabeus e Gregos, o milagre de Chanucá, a vela, a luz, o óleo e o pavio – todos se conectam à passagem dessa fronteira entre a percepção egoísta e a percepção altruísta.

Para atravessar essa fronteira, precisamos superar nossos desejos egoístas. A guerra entre Macabeus e Gregos ocorre dentro da pessoa, entre as racionalizações e raciocínios egoístas de uma pessoa, que os gregos representam, e a inclinação para se unir, atraindo a força unificadora da natureza em nossas conexões, que os Macabeus representam.

No entanto, como o egoísmo é a natureza humana, como podemos encontrar a capacidade de superá-lo? Além disso, qualquer desejo de unificar, amar e dar aos outros é minúsculo em comparação com o egoísmo, que procura incessantemente receber prazer próprio.

Entre no milagre de Chanucá…

Nossa perseverança em unificar-se acima do egoísmo atrai a força unificadora de amor e doação que habita a natureza, também chamada de “luz” na sabedoria da Cabalá. Apesar de nosso desejo muito pequeno de se unir, amar e dar em comparação com nossos desejos egoístas que abrangem toda a nossa natureza, se nos apoiarmos de modo a nos mantermos aderidos ao nosso esforço de se unir, finalmente chegaremos a um estado desamparado: sentimos uma total incapacidade de elevar-se acima do nosso ego, ou seja, derrotar os gregos e, nesse ponto, uma luz milagrosa acende – a aparência da força unificadora de amor e doação que habita a natureza, que nos concede a força que precisamos para superar nossos desejos egoístas com uma tendência unificadora, amorosa e generosa. Esse é o significado dos Macabeus vencendo a guerra contra os gregos.

Nós prosperamos quando, por um lado, sentimos a necessidade de vencer a guerra, mas, por outro, nos encontramos sem opções e em desespero, isto é, sob o ataque dos gregos. Enquanto estamos sob ataque, sentimos que precisamos continuar lutando com tudo o que temos, porém sem sucesso à vista. De qualquer forma, devido à sensação da responsabilidade de vencer a guerra, não jogamos a toalha, porque seria como concordar em sermos trancados no confinamento solitário do ego.

Nesse ponto, o milagre acontece – a iluminação da luz da unidade, amor e doação. Ela nos carrega com sua energia onipresente, e nós vencemos a guerra.

A guerra de Chanucá é interna, ocorrendo na fronteira entre os desejos egoístas e os desejos de unidade, amor e doação. Nossos desejos e pensamentos egoístas são os que filtram nossa percepção da força ilimitada de amor e doação que nos rodeia e permeia, e nos deleitamos com a revelação dessa força quando vencemos a batalha pela unificação acima de nossos desejos egoístas.