“As Portas Da Realização Estavam Trancadas E Bloqueadas” E O Ari As Abriu Para Nós

laitman_962.5Nós estamos honrados em ter tal professor, Baal HaSulam, que é a próxima encarnação da alma do grande Ari. É dito se sobre o Ari que ele era o Massiach ben Joseph, isto é, ele conectou toda a Cabalá anterior com o estado atual do fim da correção para nós, com a geração da era do Messias. Portanto, assim que a Cabalá do Ari foi revelada, os Cabalistas abandonaram todos os outros métodos Cabalísticos e adotaram sua metodologia.

Isto não foi devido a metodologia do Ari ser mais compreensível ou que ele ascendeu em sua realização acima dos outros, mas por causa da conexão de sua alma com o fim da correção. A alma do Ari está diretamente conectada com o fim da correção e, portanto, através dele e de seus ensinamentos, podemos também estabelecer uma conexão com o estado da correção final e nos realizarmos corretamente, todos juntos, e cada um de nós individualmente.

Baal HaSulam escreve na “Introdução ao Panim Meirot uMasbirot”:

”Você não tem uma geração sem Abraão, Isaque e Jacó. De fato, aquele homem piedoso, nosso Rav Isaac Luria, perturbou e nos proporcionou a medida mais completa. Ele fez maravilhosamente mais do que seus predecessores, e se eu tivesse uma língua que louvasse, eu elogiaria aquele dia em que sua sabedoria apareceu quase como o dia em que a Torá foi dada a Israel”.

De fato, somos incapazes de apreciar a altura do Ari, como um bebê não pode apreciar as ações dos adultos. Tudo o que temos hoje veio do Ari, e através de sua alma, recebemos toda a influência e correção superiores. O Baal HaSulam e o Rabash vêm atrás do Ari nesta cadeia.

O Ari nunca escreveu um livro sozinho. Seus livros foram escritos por seus discípulos. Alguns dos registros estavam escondidos em seu túmulo e alguns foram secretamente mantidos em algum tipo de baú, e é assim que eles chegaram ao nosso tempo. É claro que a força superior e o objetivo superior atuaram por toda parte. Caso contrário, como é possível que em algum comerciante como o Ari viajando entre o Egito, Israel e Damasco, se engajando no comércio, despertasse de repente a aspiração superior e o forçasse a se estabelecer em Israel e se dedicar à Cabalá.

Todas as informações sobre o Ari são muito imprecisas: há duas sinagogas em Safed com o nome dele e não está claro a qual ele pertencia. Tudo é muito vago como se não fosse sobre um ser humano. Não há informações sobre sua família, esposa, filhos, se ele tinha descendentes. Nada é claro. Claro, ninguém tem liberdade de escolha e tudo o que aconteceu com o Ari foi ditado de cima pelo Criador.

Antes do Ari, apenas pessoas escolhidas estavam envolvidas na Cabalá. Depois dele, no entanto, a Cabalá saiu da ocultação. A vida do Ari em Safed não foi fácil por causa dos muitos oponentes da Cabalá. Ele começou a revelar a Cabalá e organizar grupos. Ajudou-o que o Ramak, o rabino Moshe Cordovero, que tinha grande autoridade em Safed, defendeu-o e percebeu que a metodologia do Ari provinha de realizações verdadeiras e profundas.

O Ari é único porque ele abriu a sabedoria da Cabalá para nós de uma maneira completamente nova. Ele introduziu conceitos como dez Sefirot, luz direta e refletida, Malchut, a tela (Masach) e definiu precisamente a estrutura dos mundos e dos Partzufim. Tudo isso é descrito no livro A Árvore da Vida, escrito por Chaim Vital a partir das palavras de seu professor.

Chaim Vital estudou com o Ari por apenas um ano e meio até a morte de seu professor. Durante este ano e meio, ele conseguiu adquirir conhecimento suficiente para vinte livros. Demorou mais três gerações para coletar e imprimir esses livros. É óbvio que alguma força superior não-humana estava por trás de tudo isso.

Depois do Ari, a Cabalá foi revelada porque ele trouxe uma força espiritual interior especial para o mundo. Além disso, seu ensinamento começou a se espalhar pouco a pouco. Não importa que ele ensinasse apenas numa cidade pequena, em Safed; esta força espiritual, que ele trouxe para mais perto do nosso mundo através da sua alma, foi sentida em todo o mundo.

Graças a isso, um Cabalista como Baal Shem Tov apareceu mais tarde na Rússia, que continuou o trabalho do Ari e começou a falar sobre os mesmos conceitos: mundos, Sefirot, Partzufim. No hassidismo, costuma-se chamá-los de ensinamentos de Baal Shem Tov, mas, na verdade, a base foi estabelecida pelos ensinamentos do Ari.

O Baal HaSulam escreveu que ele era a reencarnação da alma do Ari, isto é, que ele tinha uma conexão direta com ele e era capaz de atingir diretamente tudo o que o Ari havia alcançado. A próxima reencarnação da alma é como herdar toda a realização espiritual do pai, passando-a para o filho.

Baal HaSulam, “Introdução a Panim Meirot uMasbirot”: “Não há palavras suficientes para medir seu trabalho sagrado em nosso favor. As portas da realização estavam trancadas e bloqueadas, e ele veio e as abriu para nós.

Restrição, tela, luz refletida – o Ari descreve não apenas como a luz se espalha de cima para baixo, mas o desenvolvimento específico do desejo, seus estágios de engrossamento, a conexão desse processo com a força da tela. Portanto, ele pertence à geração de correção e é considerado o Massiach ben Joseph, após o qual começa a correção da própria Malchut, a era do Massiach ben David.

Talvez os Cabalistas tenham atingido as mesmas alturas mesmo antes do Ari, mas não receberam um entendimento claro na forma de uma conexão de luzes, Kelim e telas. A realização deles veio como uma revelação de cima e não de dentro, de seus próprios Kelim, o que lhes permitiria construir o mundo por sua própria realização. Portanto, após o Ari e em diante, todos podem estudar a Cabalá e gradualmente atingir o que ele revelou.

Sem uma explicação de como o desejo funciona com a tela e a luz refletida, é impossível implementar a correção. Portanto, os Cabalistas antes do Ari fizeram apenas preparativos para a correção, e o Ari revelou o trabalho de baixo para cima e abriu o método de correção – a Cabalá prática – para nós.1

O dia da partida de um Cabalista é o dia de sua elevação. Portanto, neste dia, queremos estar conectados com o Ari, com sua alma e seu método, de uma maneira especial, ainda mais do que antes, e comemorar o dia de sua memória. Este, de fato, é um dia alegre porque sua alma se realizou e elevou-se a um grau superior. Portanto, os Cabalistas nunca lamentam os que partiram.2

Da 2ª parte da Lição Diária de Cabalá 04/04/19, Dia em Memória do ARI
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