Pronto Para A Revelação Do Próximo Grau

laitman_963.1A escuridão é um sinal de abundância da luz de Hochma e tudo o que falta é a luz de Hassadim para que a escuridão brilhe como a luz. A escuridão é a manifestação do Criador, mas eu preciso adicionar a luz de Hassadim a essa escuridão; nessa medida, revelarei o Criador a fim de trazer-lhe contentamento. Quanto mais luz de Hassadim, maiores são as revelações. O Criador preenche o mundo inteiro, mas ninguém pode senti-Lo, exceto aqueles que podem adicionar a luz da misericórdia, como está escrito: “em Sua luz, veremos a luz”.

Em um estado de dificuldade, a pessoa deve acreditar que não há outro além do Criador e se alegrar com a revelação do Criador de qualquer mal, porque este é um sinal de que algo bom será revelado em breve. Se eu receber um golpe, significa que estou pronto para a revelação do próximo grau.

O Criador revela sua atitude em relação a mim com mais clareza, mas eu percebo isso como mal e sofro, embora na realidade tudo seja bom. Nos estados mais agudos e críticos, temos a maior oportunidade de dizer que tudo vem do Criador para nosso próprio bem.2

Por que nós viemos a este mundo se nosso propósito é deixá-lo? Nós caímos no reino do desejo de desfrutar egoísta, ao mais baixo nível da realidade, como animais primitivos, a fim de nos elevarmos a partir dele. Somos ainda piores que os animais porque concordamos com nossas respostas automáticas e instintivas. Somos escravos do egoísmo, enquanto um animal não se sente escravizado. Mesmo animais domésticos não se sentem escravizados quando perdem sua liberdade, mas amam seu mestre que os alimenta e estão prontos para trabalhar para ele.

Mas o Criador não nos permite viver de tal maneira com o nosso egoísmo. Cada geração consecutiva se sente cada vez mais infeliz. Assim, o Criador está nos tirando do nível animado e elevando-nos ao nível humano. Temos que nos treinar para nos assemelharmos ao Mestre.

Este é um trabalho especial por parte da criação. Portanto, o Criador desperta constantemente em nós o sentimento de que estamos no exílio, na escravidão, na insignificância, sem o conhecimento e a sensação do nosso mestre, como um animal que não se deixa dominar. Será assim até revelarmos o Mestre e percebermos que Ele é o mais sublime; então nos apegaremos a Ele conscientemente, não por hábitos animalescos, mas alcançando Sua grandeza e papel na criação e Seu esforço para elevar-nos ao seu nível, de modo que não apenas cumpramos seu desejo como um animal amarrado ao dono, mas recebamos as mesmas qualidades.3

A vida é o sentimento de adesão ao Criador, harmonia com a força superior, movimento em uníssono, ausência da percepção de líder e seguidor, mas apenas em conjunto. Lá, no ponto mais alto, onde o fim da ação está unido ao pensamento inicial, o Criador e a criação alcançam tal adesão que não há primeiro nem último, apenas todos juntos.4

Temos que voltar à adesão com o Criador como um embrião no ventre da mãe, conectado a ela em toda a sua essência. Mas agora não sou mais uma criança, mas um homem adulto, sobrecarregado com a experiência de vários estados e conhecimentos. Junto com todo esse fardo, eu me anulo diante do superior como um embrião. Não anulo meus pensamentos ou desejos, mas tento ser dedicado como um embrião a sua mãe. Tudo sempre volta ao primeiro ponto de concepção – o ponto de completa adesão entre a criação e o Criador. Não importa quão grande, forte ou inteligente eu tenha me tornado, eu me reduzo a um único ponto dentro do Criador.5

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá 23/04/19, Escritos do Rabash , vol. 1, Artigo 20: “Aquele que Endurece Seu Coração”
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