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Por Que Purim É Importante Hoje? (The Times Of Israel)

O The Times of Israel publicou meu novo artigo: “Por Que Purim É Importante Hoje?

O feriado de Purim é especialmente relevante no mundo de hoje. No teatro da nossa realidade atual, a cortina se ergue e a performance começa com a entrada do elenco completo de personagens, os heróis e os vilões, e o intrincado enredo se desenrola. Assim como o cenário da história de Purim em Shushan, o povo judeu hoje enfrenta momentos especiais em que grandes forças de separação operam para nos separar. Os eventos descritos em O Pergaminho de Ester sugerem as correções que temos que passar como povo para superar as ameaças que pairam sobre nós. Nossa própria sobrevivência depende da realização dessas correções.

Vamos ver os personagens por trás dos figurinos:

Hamã é representado pelo ressurgimento do nazismo, do ódio da esquerda em relação aos judeus e Israel, e vozes extremas de ambos os lados do espectro que clamam por nossa destruição.

Mordechai é o representante do bem da história. No entanto, por mais que tente ser uma força positiva, ele é impotente para fazê-lo sozinho. Ele precisa primeiro reunir e unir os judeus distantes, e ao fazer isso, Mordechai invalida o decreto do perverso Hamã, para erradicar todos os judeus. “Há certas pessoas, dispersas e espalhadas”, diz Hamã ao rei Assuero, alegando que os judeus não cumpriram as leis do rei, o que desacreditou seu propósito de existir aos olhos do rei.

Nesse ponto, surge uma pergunta: por que Hamã ligou a dispersão dos judeus a sua desobediência às leis do rei? Hamã entendeu que o princípio pelo qual a nação judaica surgiu foi a unidade. Tal estado de unidade foi alcançado através da correção do egoísmo – a exploração dos outros por nossa própria causa – a um estado de amor e doação. Purim simboliza o fim desse processo de correção.

Os judeus foram sancionados como nação quando concordaram em se unir “como um homem com um só coração”. Sua dispersão era sinônimo de sua desunião, o que significava que eles não conseguiam viver de acordo com o que os estabeleceram como nação para começar. É isso que Hamã enfatizou ao rei Assuero.

Embora “dispersa”, a rainha Ester não podia servir aos judeus porque eles violavam a lei do rei. Quando se uniram, no entanto, eles se restabeleceram como nação, exatamente como o rei Assuero ordenou, fazendo com que a alegação de Hamã fosse insuficiente. Por essa razão, Ester transmite a Mordechai: “Você quer que eu vá ao rei e implore por suas vidas? Não fique apenas sentado no portão do rei; vai reunir os judeus!”

Purim nos fornece o exemplo de final feliz, onde o povo judeu entende seu papel e propósito, e assume a responsabilidade de realizar a lei do rei: unindo-se acima de suas diferenças e, assim, assegurando sua sobrevivência. O lado oposto foi claramente exemplificado pelos eventos trágicos em meados do século passado, que revelaram a que uma escalada de ódio judaico, juntamente com a negação judaica desse ódio e a falha em fazer qualquer coisa sobre isso, poderia levar.

Qual é a unidade que nós judeus devemos alcançar agora? Isso não significa que precisamos nos reunir fisicamente em Israel ou em qualquer outro lugar, assim como os judeus da história de Purim não precisavam deixar as 127 províncias em que viviam para se unir fisicamente em Shushan.

Unir-se significa que devemos nos apoiar mental e emocionalmente uns aos outros na busca de um acordo comum para estarmos lá um pelo outro, “como um homem com um coração”, acima de quaisquer diferenças entre nós. Além disso, unir-se também significa que, por meio dos nossos esforços em encontrar nosso ponto unificador comum, nos tornaremos condutores de unidade para o resto da humanidade, como está escrito, para se tornar “uma luz para as nações”.

Em outras palavras, a dispersão e desunião entre nossos corações espalha dispersão e desunião pelo mundo, e seu oposto também é verdadeiro – nossa unificação espalha unificação. A união é a expectativa não satisfeita que a humanidade tem atualmente dos judeus. Embora seja difícil tanto para os não-judeus como para os judeus identificar ou verbalizar esse sentimento, ele se esconde atrás de todo sentimento antissemita.

Da dúvida e do medo em face da destruição total à euforia depois de tudo dar certo no final, a história e o significado de Purim englobam uma das maiores resoluções dos opostos já conhecida.

Nós, judeus, temos as chaves para ambos os resultados possíveis: a escolha de permanecermos desunidos, que tem consequências devastadoras, ou a escolha de nos unirmos, que produz o estado exaltado que Purim simboliza.

Toda vez que nós judeus éramos ameaçados de extermínio, o nosso compromisso com a unidade era que nos permitia prevalecer e sobreviver. Hoje, os judeus devem lembrar essa história e dar um exemplo positivo para todos. Esta é a própria ação que trará o nosso povo e o mundo inteiro para mais perto da paz, do equilíbrio e da alegria ilimitada.

Feliz Purim a todos!

Até Que Todos Os Amigos Estejam No Meu Coração

laitman_962.6A transição é um período curto e difícil, porque exige que você deixe o lugar antigo, as condições especiais em que estamos localizados, nossas propriedades, e passe para novas qualidades. Isto é, somos obrigados a deixar as condições prévias, familiares e compreensíveis sob as quais já estabelecemos contato uns com os outros e criamos um Kli comum em uma determinada forma. De repente, nos encontramos em algum estado intermediário, incompreensível, desconhecido, instável e confuso, contendo várias condições novas e mutáveis, até chegarmos a um novo estágio.

Esse novo estado também é desconhecido, incompreensível e leva tempo para se estabilizar. Há pessoas que se adaptam facilmente a essas mudanças, enquanto outras têm grande dificuldade. Mas, de qualquer forma, o período de transição não é fácil para ninguém. Nosso nível básico é o animado. Um animal não gosta de mudar. Existe de acordo com sua natureza. No entanto, agora o nível humano está mudando em nós, e tais mudanças nos levam a experimentar constantemente novos sentimentos, confusão e contradições insolúveis.

Primeiro a pessoa precisa entender que o período de transição pertence ao nível humano e que sem essas mudanças, é impossível se tornar humano. Embora não seja fácil, os Cabalistas precisam passar por elas. Durante a transição, uma pessoa perde o autocontrole e não entende como e exatamente o que controlar, porque os parâmetros internos mudam e a percepção muda de acordo.

Além disso, a pessoa não entende onde está a mudança ou o que é certo ou errado. Existem condições que são muito difíceis de superar. A única solução nesta situação é concentrar-se mais na ação do que nos pensamentos: conectar-se mais fortemente com o grupo, os amigos. Você então se encontrará em um novo estado. Não há dúvida de que o próximo novo estado exige que tenhamos uma conexão maior com o grupo.

No mundo material, os períodos de transição duram bilhões de anos, mas em um nível espiritual essa transição leva alguns anos, acomodando várias mudanças enormes. Nós estamos nos movendo de um mundo para outro e nem mesmo uma vez, mas várias vezes. Vamos esperar que façamos essa transição com compreensão e que nos apoiemos uns aos outros, porque essa é a transição para um nível espiritual.1

O mundo inteiro deve ser percebido como o Kli espiritual de uma pessoa. Há amigos neste mundo que pensam da mesma maneira que eu e lutam pelo mesmo objetivo. Este é o meu apoio, minhas propriedades que são solidárias comigo. Mas há aqueles que ainda não foram corrigidos e eu preciso tentar aproximá-los de mim, corrigi-los e incluí-los em mim mesmo. Eu mesmo sou a parte mais flexível que posso dispor e, portanto, posso descer aos outros, absorver, abraçar, elevar e dar a forma correta à nossa conexão.

O mundo inteiro deve ser considerado como a minha alma, a qual eu me anexo gradualmente, círculo após círculo: do primeiro círculo, meu “eu”, depois meus amigos, a comunidade mundial do Bnei Baruch e depois o mundo inteiro.

O período de transição é o tempo do aprendizado sobre a própria alma, o Kli. O mundo inteiro é a minha alma e eu preciso gradualmente começar a ligá-lo, cuidar dele e incluí-lo. Este não é apenas o mundo exterior com muitas nações diferentes, a natureza inanimada, plantas, animais e outras galáxias. Essa imagem só aparece na minha imaginação. De fato, toda a realidade está dentro de mim e eu incluo o mundo inteiro.

Toda pessoa deve dizer: “O mundo todo foi criado para mim”, e assim devo constantemente cuidar de corrigir o mundo e satisfazer suas necessidades. Em essência, eu vejo falhas não nos outros, mas em mim mesmo, e oro pela minha correção até que toda esta realidade esteja incluída dentro de mim, e eu a verei como as dez Sefirot do meu Kli espiritual.2

Ao mudar minhas propriedades, eu vejo como o mundo muda. O mundo é uma projeção das minhas propriedades. Parece-me apenas que existe fora de mim, mas, na verdade, é só dentro de mim, como se houvesse um projetor dentro de mim que projeta as minhas propriedades para fora na forma de uma imagem do mundo. Portanto, mudando minhas propriedades, eu posso mudar o mundo projetando um filme que vejo na minha frente.3

O grupo é dado a mim para que eu possa formar o meu mundo interior dentro dele, como se fosse a minha realidade externa, e começar a administrar ambos os mundos. Olhando para a realidade externa, eu me mudo desde dentro, e quando olho para minha realidade interna, sei o que precisa mudar desde fora.

O mundo exterior me é dado para que eu possa ver minhas propriedades internas com maior resolução, com mais detalhes. Devemos ser gratos pela oportunidade de ver o mundo fora de nós mesmos, porque isso nos dá um conhecimento muito preciso, amplo, profundo e rico. Se olhássemos para essas propriedades dentro de nós, não veríamos nada.

Nós mudamos as propriedades dentro de nós mesmos e realmente não entendemos como isso afeta tudo. Somente por mudanças no mundo externo é que a pessoa pode julgar a essência de suas mudanças internas. Corrigindo relacionamentos com amigos, eu corrijo minhas qualidades internas. Isso acontece até que todos os amigos estejam no meu coração e se transformem em dez Sefirot, que me são dadas a cada vez para sintonizar a percepção de uma realidade espiritual mais elevada.4

Da 1ª parte da Lição Diária de Cabalá, 17/02/19, “Bnei Baruch como Estado de Transição”
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Como A Pessoa Faz Um Pedido Correto Ao Criador?

laitman_284.07Pergunta: Como eu peço corretamente se percebo que o pedido apaga o sentimento da situação em que estou? Eu não estou evitando o que o Criador me enviou?

Resposta: Não. Muitas vezes, quando você pede, você começa a perceber que seu pedido é antinatural e fraco e que deveria estar pedindo outra coisa, declarando sua solicitação de forma diferente. Não importa.

Você deve entender que existimos dentro de um sistema rígido. Você não envia apenas uma carta a algum lugar e esse é o fim dela. Você trabalha constantemente neste sistema; portanto, seu apelo muda ao longo do caminho, é reformulado.

O sistema reage à sua maneira. Por exemplo, quando começo a dizer algo, meu pensamento muda. Começo a descobrir outras opções para as perguntas, respostas diferentes, formas de expressá-las etc. Esta é a interação com o sistema em que eu existo e não consigo sair dessa matriz.

Da Lição de Cabalá em Russo, 04/11/18

Nova Vida # 174 – Ajuda Mútua E Benevolência

Nova Vida # 174 – Ajuda Mútua E Benevolência
Dr. Michael Laitman em conversa com Oren Levi e Nitzah Mazoz

Resumo

Consideração dos outros, preocupação com os outros, ajuda mútua e benevolência são o que nos elevam do nível animal ao nível humano. Leis não vão ajudar. Quando sentimos que pertencemos a uma família, não há mais necessidade de leis. Diferentes pontos fortes e fracos nos são dados para proporcionar uma oportunidade de mudar o coração humano e construir bondade. Sem apoio para os fracos, os fortes não podem ganhar autoestima ou autorrespeito. Todos nós estamos conectados em uma rede integral, um quebra-cabeça tridimensional. Precisamos construir um modelo de um mundo aperfeiçoado através da cura e complementaridade mútua.

De KabTV, “Nova Vida # 174 – Ajuda E Benevolência Mútua”, 28/04/13